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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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"Ondas de Amor"

09.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

(Segredosdo Sexo, Michelle Pauli)
Imagem encontrada na net:
(Segredos do Sexo, Michelle Pauli)

 

O fogo que nos embala
a paixão nos incendeia
num gemido de fulgor
há lua cheia...

Há o cheiro
do teu cio
na maresia
do teu beijo
que me cala
e extasia...

[O fogo de apaixonados
É uma chama promissora
De beijos rosados
Em lábios incendiados
Pela paixão sedutora.
]

Ao redor do teu calor
Ressaltam "ondas de amor"!

Rosa Silva ("Azoriana")

Na Biblioteca Pública e Arquivo de Angra do Heroísmo

09.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

Rimas da Terceira
 

Cantigas... dou-as ao vento
Que m'as leve mais além
Com um terno sentimento
Para quem lhes queira bem.

Voam letras pelos ares
Unidas pela razão
Quando chegam aos lugares
Mostram o meu coração.

Baila na boca do povo
A destreza das cantigas
É pena que o mais novo
Não goste dessas amigas.

Canta a minh' alma inteira,
Com vontade de aparecer
Com as «Rimas da Terceira»
Em Cantos de bem-dizer.

Rosa Silva ("Azoriana")

P.S. Escrito no dia que fui à Biblioteca Pública e Arquivo de Angra do Heroísmo (http://www.bparah.azores.gov.pt/html/index.html) na senda dos livros de Gervásio Lima sobre "Poetas e Cantadores" e "As Festas do Espírito Santo". Acabei lendo umas páginas do jornal "A União" do dia 2 de Junho de 1931, que referiam os festejos do Império de São João de Deus, pela Trindade. Foi nesta data (30 ou 31 de Maio de 1931) que a "Turlu" (Maria Angelina Sousa) encontrou o grande improvisador, conhecido por "Charrua" (José de Sousa Brasil). Só não sei se realmente foi neste ou no ano seguinte que estrearam o seu cantar ao desafio. No referido jornal não encontrei menção a esta efeméride. No livro de "Confidências" escrito por Mário Pereira da Costa fica-se com a impressão de que possa ter sido no ano seguinte mas é um facto que em 1931, a Turlu ouviu o Charrua cantar e gostou muito.

Enquanto isso, saltou-me ao pensamento as rimas expostas acima. Mesmo que eu não cante nos Arraiais ou Terreiros, podem crer que canto onde me leva o pensamento. Com o apoio das tecnologias e o serviço da equipa do SAPO as cantigas ganham um voo gigantesco, para quem delas gosta.

 

Ave na gaiola


O amor pela Cantoria
Veio sem eu esperar
Quer de noite quer de dia
Apanho-me a cantar.

É um canto abafado
Pelo silêncio da voz
Vai comigo pra todo o lado
De uma forma veloz.

Sem a viola da terra
E o violão audaz
Mais o silêncio aterra
E voar não sou capaz.

Uma ave na gaiola
Não canta tanto à vontade
Se se abrir a portinhola
Terá outra liberdade.

Rosa Silva ("Azoriana")

Bem-haja ao pessoal que trabalha na Biblioteca Pública e Arquivo de Angra do Heroísmo. Uma Biblioteca foi, é e será a guardiã de muitas criações e merece os maiores elogios pela boa preservação dos documentos de uma vida.

Termo de pesquisa: Cantadores

09.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

"Poetas populares que, nos arraiais, folias e demais festejos,
improvisam cantigas para um público que os ouve e aplaude com
entusiasmo. Ainda hoje a cantoria, expressão que o açoriano designa
por "desafio", constitui uma das solicitações do povo das freguesias
rurais, praticado nas ilhas do arquipélago, especialmente na Terceira
e em S. Miguel.


A cantoria é um autêntico torneio poético em que dois ou mais
improvisadores cantam ao ritmo estimulante da viola da terra, usando
como única arma ofensiva a redondilha maior. Durante horas seguidas, o
par de cantadores defronta-se com um tema que surge de momento. Esta é
a principal razão por que não estudam os seus versos, dada a
impossibilidade evidente de prever o assunto, condicionado por um dito
ou uma referência.


De facto, muitas vezes os cantadores provocam-se, descobrindo
mutuamente as suas fraquezas e defeitos, de tal modo que o público
menos habituado a esses debates, receia desfechos violentos como, por
exemplo, aconteceu quando o Chico da Vila se dirigiu ao Manuel Borges
Pêcego: «Já te vi um dia, Borges, / De tal forma embriagado / Deitado
numa valeta / E pelos porcos fossado», ao que este respondeu: «Ó
homem, andaste mal, / Porque bem não me fizeste; / Foste tu o
principal, / Até dentadas me deste.»


Mas no mesmo instante, o clima de tensão desaparece e os cantadores
elogiam-se mutuamente, amigos como sempre. E o desafio termina em paz,
com um sincero aperto de mãos. BORGES MARTINS"


Fonte: Centro de Conhecimento dos Açores no endereço:
http://pg.azores.gov.pt/drac/cca/enciclopedia/ver.aspx?id=1258

Poetas e Cantadores

A cantar colado à rima
Anda sempre o cantador
Cujo tema vem acima
Do ventrículo do amor.

O amor pela cantoria
Nas ilhas açorianas
É querido noite e dia
No Verão dumas semanas.

O Divino Espírito Santo
É mote glorificado
Que nos dá um tanto ou quanto
Um timbre mais inspirado.

B. Martins e G. Lima (*)
Elevaram cantadores
Por monde da dita rima
Património dos Açores.

Rosa Silva ("Azoriana")

P.S. Alguém sabe exactamente em que dia foi o Domingo da Trindade do
ano de 1931 (na ilha Terceira, em São João de Deus - Santa Luzia -
Angra do Heroísmo?

 

Foi em 31 de Maio de 1931, conforme jornal "A União", de 2 de Junho de 1931.

 

(*) J. H. Borges Martins e Gervásio Lima

Volta... Volta ao teu MAR!

09.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

Ponta do Queimado - Serreta

Este mar que te embala,
na saudade te ressalga
e pede para que voltes
à sua beira,
ao seu cheiro,
ao seu bailado,
à tua canção
de adormecer
no berço que foste criado.

Não esqueças de voltar
à vista
deste lugar
onde
o mar
te vai beijar...

Rosa Silva ("Azoriana")