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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

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"Jantar de Bloggers da ilha Terceira" na media?! Porque não...

24.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

Não quero fazer reboliço
Nem "à bulha" me meter
Seria um bonito serviço
A media se envolver
E talvez por monde disso
Ao grande ecrã ires ter.

O que p'los blogs se faz,
Nesta nossa Região?
Todo o blogger é capaz
De merecer certa atenção;
Em artigos se apraz
Cada um com seu quinhão.

Há "Estação de Serviço",
Há o "Bom Dia Açores",
Cada um puxa o caniço
P'ro peixe de suas cores;
Eu já fui e nem por isso
Volto com mais escritores.

"Causa Pública" regional,
Com boa apresentação,
Numa mesa cordial
Discutindo qualquer acção:
Só falta o nosso canal
Chamar os bloggers então.

Discutir em mesa cheia
De quem quiser dar a cara
À verdadeira assembleia
Que melhor se nos depara:
Somos como grãos de areia
Mas não somos cousa rara.

Os blogues têm tal poder
Com sua interactividade
Que não se devem esquecer
Nem dar-lhes leviandade.
Pois, por mim, podem crer,
Deles sou fã de verdade.

Um lustro já se passou
Caminho para novo Abril;
O meu blog se fundou
E contempla meu perfil
Com o dom que revelou
O meu chão e o mar anil.

Modéstia e humildade
São linhas recomendadas;
Que não haja falsidade
Nas rimas que vos são dadas...
Tenho gosto na amizade
Do SAPO e páginas içadas.

Rosa Silva ("Azoriana")
2010/02/24

 

Artigo dedicado a Miguel Bettencourt e a todos os bloggers convictos e inscritos.

Agradecimento e um louvor

24.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

Louvo os Altares!

Alta falésia de ares
Bonitos, também ventosos,
Conhecida por Altares
E de mestres engenhosos.

A noroeste seus lagares
Com vizinhos amistosos;
De Presas e bons lugares,
Retalhos harmoniosos.

Pico Matias Simão,
O altar da beira-mar
Voando p'la minha mão...

No desnorte duma vida
Foi gaivota a espreitar
Meu adeus... na despedida.

Rosa Silva ("Azoriana")


Oferta a M. Moisés
A Noroeste

 

Em http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=16154

Índice temático: Desenho sonetos

O dom da partilha. Dedicado a Armando Sousa e "Pequenina"

24.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

Lindas são as palavras que me dás
Com a ternura fresca de um irmão
Que vive longe mas sempre ficarás
Vivendo e brilhando no meu coração.

São estas as delícias partilhadas
Em horas que reina o improviso
São momentos de vozes semeadas
Nas vias que parecem um paraíso.

Comungo de tanta felicidade
Por ter a Biblioteca Virtual
Que será sempre uma realidade
Da criação que chega a Portugal.

Abraços lhe devolvo nesta hora
Com a graça e doçura da lilás ilha
Com a virtude de Nossa Senhora
Que permite o dom que ora me partilha.

Rosa Silva ("Azoriana")

"Pequenina Poesias"

O terror da Madeira

23.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

Depois de ver imagens de casas tombadas pela força das águas tempestuosas nalgumas zonas da ilha da Madeira fico aterrorizada. Imagino o sofrimento e o medo que paira nos habitantes que se viram isolados e incapacitados de qualquer reacção.

 

Ninguém está livre desses perigos. Deus tenha misericórdia de todos e dê forças para a recuperação e reconstrução do que for possível reparar e reconstruir.

Lembranças de há nove (e outros) anos

23.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

Completam-se, hoje, nove anos da partida de quem era trabalhador honrado, de quem sabia fazer tudo a que se propunha mesmo que, por vezes, tivesse que refazer algo que necessitasse melhor apuro, de quem gostava do mar e que foi criado num berço à beira-mar plantado, na freguesia de Santo Amaro da ilha do Pico, de quem se mudou definitivamente para a ilha dos cantares e festas tradicionais, para junto de uma pequena serra a que chamaram de Serreta, na ilha Terceira, e onde ficou para sempre o resto da sua ossada, de quem colhia da terra o produto que semeava ou plantava com força de vontade, após as horas laborais, de quem tinha um génio q.b. mas quem o soubesse contornar obtinha dádivas de bom coração; ele não era de mostrar emoções mas quem o conhecia, sabia que se emocionava e muito só que não era para se dar a conhecer facilmente esse lado mais frágil, porque, naquele tempo, um homem não devia chorar... Contam-se as vezes que o vi emocionado e mais as vezes que o vi de humor alterado.

Levou uma vida inteira de luta, trabalho e sacrifício para que a família tivesse o bem-estar recomendado para uma época. Nasceu numa segunda-feira, dia 2 de Dezembro de 1929, de lua nova, e faleceu numa sexta-feira, dia 23 de Fevereiro de 2001, também de lua nova. A chegada, no fim de ano, e a partida, no início de ano, deram-se numa estação fria. Lembro que chorei no "adeus". Já era mãe de três filhos, na altura. O primeiro tinha quinze anos (neto e afilhado do baptismo), a única neta tinha dez anos, o mais novo tinha cinco anos. Todos deliravam por um chocolate de creme no interior que o avô lhes ofertava após a missa dominical na sua visita fiel à Sociedade Filarmónica Recreio Serretense, no regresso à Canada da Vassoura, onde fixara residência permanente.

Hoje, passados nove anos da sua morte, terça-feira, a lua em quarto crescente, num dia que surgiu calmo e com o sol a despontar relíquias de esperança como que a dizer-me que para lá da partida fica sempre em alguém a lembrança da passagem terrena. É o testemunho da descendência que permanece enquanto a há.

Ainda lembro da burra de milho e de eu o ajudar a embelezá-la, de ir à frente da vaca com uma corda para que o rego ficasse direito, enquanto ele ia a comandá-la com o arado firme fazendo o percurso pautado do cerrado do seu empenho... Ainda lembro do meu rosto quase rebentar de vermelhidão pelo esforço de subir a canada que nos levava de volta à sopa de feijão, abóbora ou outra novidade que a terra nos dava após os trabalhos efectuados com o suor do nosso rosto... Era assim que se criavam os laços de pai para filha mesmo que a minha boca não se abrisse num queixume ou cansaço, pois nem ia adiantar nada. Tudo era uma mais-valia e não havia leis proibitivas deste bem-estar agrícola quando se enchiam as panelas e pratos do produto das nossas tarefas diárias.

Onde quer que ele esteja, peço a Deus, que zele pelas suas duas filhas e que esteja ao lado de quem o amou ao ponto de suportar as turbulências de uma vida de trabalhos, doenças e algumas (poucas) alegrias. Passados nove anos, ainda dou por mim a ter saudades do meu pai, Carlos Cândido (da Silva) - Nunca cheguei a perceber porque lhe retiraram o verdadeiro apelido. Afinal, nem precisava dele porque ele ficou no meu apelido, no da minha irmã e nos seus netos e neta. O meu avô paterno se chamava João Inácio da Silva, portanto, tudo me faz crer que deviam ter mantido esse apelido nos seus descendentes.

Ainda guardo, as suas recordações para os netos e neta, artesanato feito após ter perdido os dedos da mão numa serra eléctrica, na sua actividade laboral. E lembro da saudade que ele tinha do seu torrão natal que chegou a visitar algumas vezes e nos ensinou, também, a amar aquela "conchinha de amor" - Santo Amaro!

E mais... No dia do seu aniversário não podia faltar a festa comemorativa com um bolo. Hoje, a saudade aperta-me o coração e sinto dor de não lhe ter dado um beijo à partida. Contam-se os abraços e beijos que partilhámos... Outros tempos, outras eras, recheadas por uma educação severa.

Não sei se lhe cheguei a dizer que não gostava de muitas das tarefas que tinha de fazer por obediência a ele, mas hoje penso que não me fizeram mal nenhum e recomendo que os filhos respeitem os seus pais e ajudem em tudo o que puderem para que o remorso não seja a sua almofada no declínio das horas, na quietude do lar.

Resta-me finalizar com a ideia que ele adorava o Carnaval da ilha Terceira e faleceu pelo Carnaval de 2001... Não mais se ouvirá, à boquinha do Salão, o seu grito alegre e contagiante: "Olh'á Dança, rapazes!"

Rosa Silva ("Azoriana")

Nota: Quem sabe um dia alguém se prontifica a cantar as cantigas da Azoriana em memória daquele que amou os costumes e tradições da sua última morada terrena.

Uma excelente ideia oriunda de mb|Weblog

23.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

"(...) juntar os bloggers oriundos da ilha Terceira (quem sabe também de outras, caso tenham disponibilidade) num jantar de confraternização, onde podemos sobretudo trocar impressões sobre a realidade da blogosfera insular e da esfera no seu todo a nível global, entre tantos outros temas e assuntos que certamente surgirão naturalmente, e, não menos importante, conhecermos pessoalmente aqueles que apenas conhecemos virtualmente." (...) Continua em http://mbweblogv2.wordpress.com/2010/02/12/sugestao-jantar-blogs/

O modelo é outro mas a intenção é semelhante à de três anos a esta parte. É de louvar a iniciativa e não esqueçam de participar revendo conhecidos bloguistas e os que, entretanto, foram entrando para o mundo blogosférico.

Rosa Silva ("Azoriana")</font>

Prenúncio de algo

22.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

Bom dia a todos.

Não sou propriamente vidente nem profeta mas sinto que algo está para acontecer. Os tempos mudaram, tudo vai mudando e há provas disso. É o caso da forças das natureza a manifestarem-se umas atrás das outras: terramotos (o Haiti), dilúvios em locais pontuais (lembro a freguesia da Agualva e outras das redondezas, e a Madeira - Funchal e redondezas). Por muito que o seu presidente queira "esconder" o problema, ele já está na boca do mundo. Julgo que toda a gente já sabe da tragédia... Sim, é uma tragédia acordar com ruas carregadas de pedregulho e outras completamente quebradas, com lojas completamente destroçadas, com viaturas num monte de chapa quebrada e sem recuperação possível.

Atitude(s):

Há uma coisa que me impressionou e bastante: a atitude do senhor presidente madeirense em não querer dar a conhecer "lá fora" o que se passou na Madeira. Como é isso possível? Desanimou-me essa atitude. É de louvar sim, a atitude de quem quer contribuir para a recuperação da baixa da Madeira, e, de todas as entidades nacionais que avançaram logo para colaborar com tal recuperação. O senhor presidente madeirense tinha mais era que agradecer e louvar quem lhes quer bem pese embora estarmos todos na eminência de precisar de ajuda e de dar outras ajudas. Talvez tenha sido o choque do momento e o receio de perder a fonte de rendimento da Madeira: o turismo. Mas quanto mais depressa recuperarem o que ruiu mais depressa voltará a normalidade, nem que para isso leve muitos meses.

Prenúncio de algo:

Tive um sonho terrível. Estamos todos sujeitos a ventanias, dilúvios, terramotos, incêndios. Todos temos que estar preparados. Hoje teu, amanhã meu e vice-versa. Há que validar habitações que estão junto a zonas problemáticas, há que fazer estudos ambientais preventivos (junto à orla marítima e junto ao percurso das ribeiras, é arriscado construir seja o que for, a ver pelo que tem acontecido nos últimos tempos).

A realidade/criação de emprego:

As nossas paredes, sobretudo junto a estradas onde transitam muitas viaturas, estão a desabar com a abundância de pluviosidade. O criar emprego, passa por aí, também, em que as pessoas seriam uma mais valia para evitar males maiores.

Exemplo pessoal:

Chove dentro da minha casa, em alguns sítios, como se fosse na rua... O que fazer se não tenho meios de recuperar o telhado? Será que a Junta de Freguesia têm pessoal especializado para socorrer situações como esta, bastando para isso provar que não se têm meios suficientes para arcar com a manutenção periódica obrigatória?

Vêm aí grandes tormentas e antes que o mal aconteça deve-se pugnar pela PREVENÇÃO. Aceito sugestões porque a caridade já não é o que era.

Rosa Silva ("Azoriana")

"DEUS PERDOA SEMPRE, O HOMEM PERDOA ÀS VEZES, A NATUREZA NUNCA PERDOA"

21.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

Deus perdoa sempre e a palavra chave é arrependimento.

 

O homem perdoa às vezes. A palavra chave é compreensão.

 

A natureza nunca perdoa. A sua fúria é avassaladora e não dá hipótese de tréguas. Viver em ilhas tem tanto de belo como de trágico, quando a natureza se revolta e estraga o que o homem construiu, por vezes, com alguma incúria, o que leva a ter de reconstruir com melhor ordenamento.

 

Portugal tem sido fustigado por algumas forças da natureza que atingem sobretudo as ilhas dos Açores e, ontem, a Madeira. Por muito que se tente não dramatizar o drama, ele está patente perante os olhares do mundo. A multimédia é outra das forças invencíveis, desde que esteja ao alcance da população mundial. Depois é só uma questão de passar a palavra e o lamento toma proporções alastradoras.

 

É a natureza a falar mais alto que a vontade do próprio homem. É a dor, o luto, as lágrimas que se juntam às lamas que levam tudo à sua frente e deixam um rasto de destruição. Há que ter esperança e arregaçar as mangas porque todos já sabemos que perante uma tragédia há que começar de novo para os que cá ficam... Começar de novo é a palavra chave para as zonas afectadas da ilha da Madeira.

 

Um dilúvio tempestuoso sem aviso prévio é sempre uma desgraça porque somos pequenos seres no meio de um punhado de terra rodeada de mar.