Internet, amiga da solidão
Dedicatória, a propósito do artigo de C.B.S. - Clarisse Barata Sanches:
A Internet
Querida amiga Clarisse
Gostei do seu bom rimar;
A solidão, já se disse,
Teima em se propagar.
Nasceu o mundo virtual
E a ele nos ligamos:
Se é feliz, é bom sinal,
Mas plo real é que vamos.
Quando falta o afecto
Numa pessoa de bem
É como não ter um tecto
Na casinha que se tem.
Se tem Deus por companhia
Nas horas de dissabores
Pode ter a garantia
De suavizar seus clamores.
Nos Açores, ilha Terceira,
Tem uma amiga, com rosto,
Que sonha ser cantadeira
Por já ter tomado o gosto.
O melhor é vir para cá,
Há sempre festa a eito,
A solidão só a há
Quando se queda no leito.
No leito da solidão
Há os lençóis de tristeza
Quando não se tem à mão
O saber e a gentileza.
Eu não sei o meu futuro
Nem sei se vou lá chegar
No presente, até lhe juro,
Que gostei de a encontrar.
Em Góis, falou de mim,
E da minha cidade bela,
Conheceu nosso alfenim
E os ares desta janela.
Uma janela sempre aberta
Para a rima espairecer
Uma quadra sempre alerta
Para não me esquecer.
Um abraço de homenagem
Em vida tem mais valor
Nesta virtual passagem
Vai nas asas de um Açor.
Estimo a sua ideia,
Num soneto a florir;
Tem a sua casa cheia
De gente que a faz sorrir.
O sorriso da Terceira
Que voe, assim, bonito
Pra durar a vida inteira
Nesse blogue favorito.
As palavras que nos dá
São presentes asseados
No coração estão já
Com o melhor dos agrados.
Rosa Silva ("Azoriana")
A resposta de C.B.S.
Agradeço o rimar, Rosa Maria,
Da “fonte” a jorrar água com fartura
Que me conforta a sede, a nostalgia
E abranda toda a minha desventura!
Internet foi um Bem de se abraçar…
Sem ela, logo vinha a sepultura.
Parabéns para quem soube inventar
Este trem que nos dá muita ternura!
Temos à porta o dia da Mulher,
Que ele seja pra si como quiser
E faça-lhe uma quadra linda e sã.
A Mulher que Deus fez duma costela
De Adão para amparar-se sempre a ela.
Mas foi mau cobiçar uma maçã.
Um abraço e boa saúde
Clarisse Barata Sanches