Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana).
Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1
Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos
Motivo para escrever: Rimas são o meu solar Com a bela estrela guia, Minha onda a navegar E parar eu não queria O dia que as deixar (Ninguém foge a esse dia) Farão pois o meu lugar Minha paz, minha alegria. Rosa Silva ("Azoriana") ********** Com os melhores agradecimentos pelas: 1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3" 2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze" 3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor" **********
Há mais de vinte e sete anos que trabalho em números. Não quero com isto dizer que esteja farta de fórmulas de cálculo. Há quem me peça para ajudar, para simplificar, para inovar. Isto resulta de uma nova classificação de serviço que, sinceramente, não me atrai. Mas há que me conformar com o rumo e com as novidades. Sonho com viagens, com férias ali à vizinha ilha do Pico, entre familiares e rostos conhecidos ou nem tanto . Quando caio na real fico pelo sonho somente .
Moldar os números, caracterizá-los, ornamentá-los para "inglês" ver, não é muito difícil. O difícil é aguentar a rotina. A rotina dá cabo de qualquer ser humano. Levanta, lava, veste, come, bebe; contas e mais contas, bebe, come, despe, lava, deita. Levanta, lava, veste, come, bebe; contas e mais contas entre algum ruído: pingos de chuva a bater musicando algum instrumento que ainda não decifrei, bebe, come, despe, lava, deita ... Não posso reclamar. Há quem esteja pior do que eu.
Entre aqueles afazeres há alguma pausa para as necessidades essenciais, que até parecem cronometradas.
Há quem passe o mês a contar com 250 euros para as despesas mensais. Há quem tenha milhões e milhões para usar, brincar, gastar, comer e beber à farta, vestir e lavar-se até com águas perfumadas na melhor residência possível (e até se mostram perante as audiências televisivas)... Há quem nem tenha um cêntimo a cair da algibeira quanto mais da carteira. E não reclamam...
Há quem tenha até perdido os tais 250 euros e continua à espera de um milagre que tarda em chegar. Bem que gostava de ajudar quem assim está mas como? Estou dependente disto, daquilo e daquele outro... Isto tudo para vos revelar (e a quem me estiver a ler por esse mundo fora) que estou a precisar solenemente de férias, de dormir, de parar para pensar, de ver outras gentes, outras paredes, outros ares. Mas como?!
Agora pergunto-vos: Como passar umas férias sem gastos e relaxadas?
EM ANGRA DO HEROÍSMO Solidão e abandono desesperam idoso.
E quantas mais histórias destas se poderão encontrar no silêncio de algumas paredes citadinas ou de algumas freguesias da ilha?
Há bem pouco tempo conheci um caso que também foi impressionante. Esse terminou em sete palmos de terra.
Também sei de outro caso que o que lhe vale é ter algumas ajudas nem que seja para ouvir os seus desabafos.
Sei de coisas que são impressionantes mas ninguém consegue demover feitios. Enfim, a crise económica que alastra também não ajuda nada. Mas a culpa é toda, toda da ganância e da moeda que levou tudo a dobrar. E agora já ninguém pode dar-lhe a volta.
Ouvi hoje um senhor, desesperado, falando alto e dizendo: no tempo do Salazar... havia um, agora existem muitos que se sobrepõe a outros.
Eu não me lembro muito bem desse tempo. O que sei é que se me sentia em crise antes de se iniciar a crise para muitos, imaginem agora...
Não me conformo é com o preço disto, daquilo e daquele outro... Tenho cá para mim que vai haver mais tentativas de ir desta para outra (será melhor?!)
http://www.janaogostodechocolates.com/index.htm Graças a Katharine F. Baker estão online novas actualizações da biografia de Álamo de Oliveira, incluindo a homenagem do Dia da Região Autónoma dos Açores, o encontro em Ponta Delgada e a divulgação do recente livro de poesia que irá ser lançado a 4 de Junho p.f. no Terceira Mar Hotel.
1. "'ANDANÇAS DE PEDRA E CAL' / Álamo Oliveira depura escrita com nova publicação de poesia": <http://www.auniao.com/noticias/ver.php?id=20096>
O lançamento do novo livro de Álamo Oliveira "Andanças de Pedra e Cal", a decorrer no Terceira Mar Hotel, acontece às 21H00, do dia 4 de Junho.
2. "Ilha do Corvo e a Celebração do Dia da Região Autónoma dos Açores, na Segunda-feira do Espírito Santo, 24 de maio de 2010": <http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/comunidades/index.php?k=ilha-do-corvo-e-a-celebracao-do-dia-da-regiao-autonoma-dos-acores-na-segunda-feira-do-espirito-santo24-de-maio-de-2010-lelia-pereira-nunes.rtp&post=23887>
"... Associando-se às comemorações do Dia da Região Autónoma dos Açores, na próxima Segunda-feira do Espírito Santo, na Ilha do Corvo, o Blog Comunidades da RTP-Açores, apresenta os efusivos cumprimentos as personalidades que, merecidamente, recebem as Insígnias Honoríficas Açorianas e presta particular homenagem aos escritores Álamo Oliveira, Daniel de Sá, Eduíno de Jesus e ao dramaturgo Norberto Ávila ícones da literatura açoriana."
Das férias. A dez dias do lançamento do livro de Álamo de Oliveira, "andanças de pedra e cal". A catorze dias de voltar a abraçar uma amiga blogueira emigrante. A vinte e um dias de conhecer, ao vivo, uma serretense que segue a par e passo o meu blog, na senda de algo sobre a Serreta. A propósito disso, tenho a referir que passei no Domingo pela Serreta, após ter ido à freguesia da Ribeirinha. Faltava tanta gente. Faltavam familiares que gostavam e saboreavam o Bodo de vinho e pão bento com a fé total. Faltava o Daniel, o ti Manuel das Quatro Ribeiras e outros mais chegados .
Não consegui voltar à tarde para o festival do Espírito da partilha. Tive pena mas já não é a mesma coisa de outrora. Fazem-me falta os rostos de ontem. Os de hoje são escassos. O meu filho mais novo é que esteve presente desde o começo ao fim do Bodo. Estava na Filarmónica e até tocou um "solo" com a sua trompa nova em folha, disse-me todo satisfeito de que lhe saiu bem. Gosto que ele esteja lá com o primo (no trompete). A saudade aperta mais ainda. Eles seguem os acordes do bisavô (materno). São o sopro novo de uma freguesia minguada de gente. Alguns voltam mas outros estão apenas na memória .
Deixo um pensamento que anotei no dia 23 de Maio (Domingo):
Um mar de gente na Ribeirinha Um povo ardente a desfilar Na Serreta a alma minha Que aquece o meu rimar.
Ribeirinha é um celeiro Que dá pão à nossa ilha Que alegra o seu terreiro Na brindeira que partilha.
Vila Nova e as Fontinhas Visitei só de passagem; Vi os carros com sombrinhas Valorizando a paisagem.
Vi o mar e os ilhéus, Vi teatros do Divino, Vi o encontro dos céus Quando tocaram o Hino.
Ó Divino Espírito Santo És a semente da fé Às ilhas dás novo encanto E a quem sabe o que isso é.
Na Terra-Chã, Victor Santos, Cantou para o povo seu, E no meio do seus cantos Lá veio um que fora meu.
Alegrou-me nessa hora, Meu nome então ouvi. Acenei-lhe, sem demora, Dizendo: "Estou aqui!"
São canções do emigrante Que ama o seu torrão São um sinal que garante Saudades da tradição.
Em Angra do Heroísmo (Açores) houve lugar para umas quadras ao gosto popular entre a conhecida Azoriana e o viageiro Armando Figueiredo [ (em baixo registo o fotograma de ambos, tirada no salão do sarau ao piano, do Hotel Terceira Mar, onde este se encontrava hospedado, e as 4 quadras (do género 'cantigas ao desafio') ]:
1
Na Serreta eu nasci para hoje a louvar; oxalá que para si seja belo o recordar. (Azoriana)
2
É belo o recordar pra mim simples beirão, na Serreta é estar co'a Rosa no coração. (AF)
3
Excelente seu registo quando toca o coração da Ilha de Jesus Cristo leva a minha recordação. (Azoriana)
4
Levo a sua recordação das terras do Santo Cristo, ela foi a grande bênção nunca mais me esqueço disto. (AF)