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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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Sinto-me triste e enervada...

12.06.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

Nesta manhã de sábado, fui numa viagem entre São Carlos e São Mateus, de Angra do Heroísmo, fazer umas compras necessárias. Pela viagem ouvi na rádio o programa "Manhãs de Sábado", porque um senhor tocador da nossa terra estava num parque de estacionamento com o volume a jeito de se perceber que se tratava de um programa sobre as nossas tradições culturais mais genuínas: as cantorias e cantadores ao desafio.

 

 

A dada altura ouvi falar sobre o nosso maior cantador, José de Sousa Brasil Charrua, e de outros. Lançaram um apelo para que se fizesse uma homenagem pelo seu centenário de nascimento a 24 de Junho de 2010, e que não se ouvia de tal se fazer, etc. etc.. Aí, senti um impulso por mim acima, senti-me triste e enervada. Graças ao cantador Paulo José Lima e graças a mim também, que não se fala noutra coisa na blogosfera há uns tempos a esta parte e ninguém, excepto Liliana Sousa e Dr. Marcolino Candeias, se lembra destes humildes servos. Se for uma entidade oficialíssima ou alguém com nome reconhecido já se torna importante... Um pé rapado, como eu, já nem sequer vem à baila. Tenho pena. Temos pena.

 

 

Aviso o público em geral de que durante meses tenho andado na senda de se fazer uma homenagem digna ao nosso poeta popular, cantador exemplar. Já escrevi bastante sobre o assunto. Basta usarem o termo de pesquisa: Charrua.

 

 

Não veio ainda a público mas sei que algo se vai fazer nem que seja em data posterior ao dia. Por mim, se é que mandasse ou tivesse voz activa neste assunto, no dia é que ficava bem e perante as ilhas, continente e estrangeiro. A sua ilha é que devia dar o exemplo e o ponto de partida para uma digna comemoração, se bem que peca por tardia e por póstuma. EM VIDA é que se dão os louvores aos digníssimos cantadores que têm o dom maravilhoso do improviso e são a mais valia da nossa cultura popular.

 

O meu nome não entra ainda nestas andanças porque não fui aos palcos desafiar quem me desafiasse. Deve-se, em parte, a motivos familiares que me impedem de avançar publicamente. Na escrita tenho dado provas mais que suficientes de que este dom me acompanha vinte e quatro horas. Quando rimo, faço-o repentinamente e publico em directo, muitas das vezes. Não há rascunho.

 

Ofendo-me quando os de cá nem sabem que esta máquina é poderosa. Enfim, há pessoas que não tem acesso às novas tecnologias, nem tão pouco sabem o que é um blog, uma página na internet...

 

Lembro que também o Ti' João Ângelo, das "Velhas" faz mais um aniversário no mesmo dia que Charrua faria. Ele está vivo e, se Deus quiser, presente nas nossas festas mais badaladas. É pena que este ano as Sanjoaninas tenham outras regras mas a crise está em todo o lado e há que conformar. Mas tem de se fazer algo a bem da nossa gente!

 

E chega desta escrita porque ela não é a minha favorita. Já em rima é outra coisa...

 

"Manhãs de Sábado" ouvi
Numa rádio regional
Uma tristeza senti
Não estar nesse local.

 

Falaram de cantadores
E também de cantorias;
Nas nove ilhas dos Açores
Elas são as mais valias.

 

Apelaram à homenagem
Que se deve ao Charrua...
Tanto frisei tal passagem
Que ela há-de vir p'ra rua.

 

Mas em mim nem se repara
Porque só canto em escrita...

No palco Maria Clara
É a nossa favorita.

 

A todos peço atenção
Para o que vos vou dizer:
Cantadeira de coração
Também se faz a escrever.

 

Eu escrevo em directo
Ao povo que me quer ler
E guardo tamanho afecto
Às cantigas, podem crer.

 

Bem-hajam os cantadores
Vivos e já falecidos
Se dêem maiores louvores
Aos que nos são tão queridos.

 

Com os anjos lá no céu
Cantam Turlu e Charrua
Que o nosso povo ilhéu
Sua memória construa.

 

Rosa Silva ("Azoriana")