Balada de Brisa
Balada de Brisa
O Sol assanhado dá lugar à Brisa
Que de folhas douradas a alma veste
E pelos campos mornos corre e desliza
Afrontando o tronco de um longo cipreste.
A Brisa, que de rancor não se enfatiza,
Persegue o Sol, que se aninha a oeste,
Por montes e vales, quando quer, avisa
Com o seu beijo leve como o que me deste.
Uma aragem bela de bruma dourada
Bate ao coração, tange doce balada,
Bramindo um singelo sorriso de Outono.
Antes que a noite renasça a Sol poente,
Um fio de luz adorna a brisa ardente
Pra dourar os campos ao seu abandono.
Rosa Silva (“Azoriana”)
Em http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=16046
Índice temático: Desenho sonetos