Cantoria do Terreiro, na Sociedade da Serreta. O dia seguinte...
PARTE I
Minha cantiga é humilde E nem sempre bem me sai: Canto à Manuela, da Benilde, E a Manuel Simões, seu pai.
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PARTE II
A todos os emigrantes Naturais da freguesia Pena que estejam distantes Nestes momentos de folia.
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Na Serreta, estreei ontem, No Bar da Sociedade, Pro ano espero que contem Com novo canto de amizade.
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E quem lembra do "Palhito", Meu primo por afinidade, Vai saber como é bonito Pertencer à Sociedade.
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Foram quatro cantadores Residentes na Freguesia Bem como três tocadores Que prezaram a melodia.
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Sociedade Serretense De músicos com valores O "Terreiro" onde então vence A amizade de amadores.
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O Ruben, o Marco e o Pires Tocaram sem quaisquer medos Mas também não te admires Por terem calos nos dedos.
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Cantadores e/ou amadores Abrilhantam a Tourada Que na Terceira - Açores Tem o dom de ser cantada.
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A noite até foi medonha De gargalhadas e atenções Bendita seja a "cegonha" Que trouxe o Manuel Simões.
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Foi uma noite luminosa Para pais, filhos ou netos, Nova estreia desta Rosa No Cantinho dos afectos.
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Homem calmo e honesto Com amor ao que é seu Grata homenagem lhe presto Por ter nascido em Porto Judeu.
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Dou Vivas à Comissão, Que mantém este prazer E aos da próxima missão Não deixem isto se perder.
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Quando chegou a minha vez De entrar com o meu preito Foi ele que então me fez Cantigas de classe e jeito.
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A crise é um impecilho Que alastra sem cessar Mas dá gosto ver um filho A aprender a festejar.
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É pena que ele não cante Nos palcos da ilha inteira E o seu nome não se levante Pr'além da ilha Terceira.
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Fui feliz no aniversário Do Pipoca, meu benjamim, Registo no meu diário Os Parabéns antes do fim.
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Boas quadras e sextilhas Içaram a gaitadaria Faz das suas redondilhas Elevada cantoria.
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Toda a gente lhe cantou Uníssono de alegria Perante ele se revelou Soberana cortesia.
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"Palhito", também se apruma Nesta arte espontânea Tive pena que só em suma Cantasse à conterrânea.
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Não me posso ir embora Deste amor ao improviso Estou grata à criadora Por me dar o seu sorriso.
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José Jorge e "Rosalinha" De seu nome José Henrique Em parte alguma se alinha Como eles no despique.
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O sorriso da ternura Encanta qualquer coração Mas o desta aventura Entra na recordação.
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Se souberem o que é amar O valor da tradição Podem todos aclamar Estes dois pela lição.
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A Serreta tem pouca gente Mas chama o forasteiro Que ali tem sua semente E que preza o seu Terreiro.
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Lição de patriotismo Pela brava cantoria Mesmo que falhe o lirismo Ganham em gaitadaria. |
Por agora aqui termino Como fiz frente à Bandeira Que a Graça do Divino Proteja quem tive à beira. |
2010/10/09 | Rosa Silva ("Azoriana") |