Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana).
Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1
Matança de porco na freguesia da Serreta em tempos idos. Imagem de Genuina Sousa, emigrante serretense
Esta foto apresenta o melhor convívio que havia. O dia da matança era um dia de folia e trabalho. Cedo se preparavam os utensílios para que nada faltasse à última da hora. Convidavam-se os mais fortes para aguentar o bicho que pressentia o que lhe ia acontecer. O banco tinha de aguentar a fortaleza do animal que devia ter toucinho que bastasse para encher os recipientes para uso de um ano inteiro.
Em Janeiro mata-se o porco e que haja bastante aguardente, vinho e licor para uns e outros aquecerem e amaciarem a garganta, perante um inverno rigoroso de abundância e comida de substância.
Alguidares, terrinas, salgadeiras, (sem esquecer o toucinho com uns dois dedos de espessura) as alcatras, o cozido com umas couves do quintal e batata doce tão douradinha, a feijoada com o tal toucinho, a orelha, o focinho e uns nacos de carne entremeada com uma gordurinha para a fazer mais tenra... E a amizade florescia na sã convivência: Andem vocês ver o nosso porco! E iam.
Iam nos cumprimentos nocturnos, viam o animal pendurado nos tirantes na casa de arrumos, examinavam o toucinho (Deus vos dê saúde bastanta! Está um rico porquinho! Louvado seja Deus!) E depois lá ia um cálice de aguardente, vinho abafado, angelica, anis, licor de amora, e uns figos passados, uns biscoitos caseiros, umas bolachas com um gostinho divino, e muita, muita alegria e conversa até que estava na hora de partir o animal, salgar, derreter o toucinho (ai que abundância!), fazer as morcelas, o sarapatel, as linguiças, as salsichas, as rodas de carne para A, B ou C (que mereciam porque tinham estado a ajudar e a passar frio e calores com a palha a chamuscar a pele do animal para as salsichas que enchiam as tripas lavadas com rama de cebola, molhos de salsa, farinha, sabão azul e branco, laranjas para que o cheiro fosse um bálsamo depois de tanto esfregar no alguidar, com as mãos fechadas e colocadas de forma a dar a volta completa)...
Desde que me balancei para estas coisas de cantigas ao desafio e já muito antes dessa descoberta e gosto pessoal que conheço o homenageado da primeira página do jornal local "A União".
José Eliseu está (e estará mais concretamente em Junho de 2011) a comemorar os seus trinta anos de carreira artística poética-popular de cantador ao desafio, com pompa e circunstância. Se no passado recente tivemos nomes de vulto como Charrua e Turlu, nesta era temos José Eliseu e Maria Clara Costa como a dupla imparável do desafio que tanto é brincalhão como em despique de grau elevado.
A pena que eu tenho é não cantar com ele. Queria saber se passava no "teste" como tantos outros já passaram. Lembro que José Eliseu cantou com Fábio Ourique nas Festas do Império de São Carlos 2010 e percebi (percebemos) que o Fábio passou com distinção. Claro que dois cantadores masculinos cantando é o pão-nosso de cada dia de cantoria... Agora um masculino acompanhado pelo feminino é uma raridade, não fosse a boa estreia e continuação da já famosa Maria Clara Costa que, quando canta com José Eliseu, parece haver ali uma parelha disposta a encantar o público assistente. É o novo par das Cantigas Insulares ao Desafio.
Fico feliz por ele e pelo destaque que ora veio na imprensa escrita que voará de mão em mão e de olhar em olhar, certamente com sorrisos de satisfação pelo nosso querido José Eliseu.
E não é caso para menos. A ver pelas notícias da actualidade é mesmo de se ficar à beira das portas da morte. Onde é que já se viu: mentir em Tribunal?!
Montes de papelada, montes de blá, blá, blá, montes de “diz que disse”, montes de artigos em jornais, revistas, rádio, televisão e por aí fora, que até dava um filme de longa-metragem com direito a Óscares e tudo, para afinal vir a público: “menti em Tribunal”!!!!
Em que mundo é que estamos?
Não admira que fiquemos de pé atrás com o que nos entra pelos ouvidos adentro sempre que ligamos aqueles aparelhos que nos põem em contacto com as manchetes actuais.
Nem precisa mencionar do que estou a escrever porque para bom entendedor actualizado com as “news” fica logo a saber do que se trata.
Desta vez, e outras vezes, prefiro a penumbra que é sempre o melhor. Eu até concordo com o slogan: Quanto mais se fala, mais se entala! Espero que esta seja uma criação sem aspas (com aspas seria de outrem).
Rosa Silva ("Azoriana")
P.S. Eu bem digo que a prosa não é o meu forte nem vem à tona por coisa boa...
Um segredo é um segredo até que se desvende. Mesmo que me apeteça desvendar um novo segredo não vou fazê-lo. Na altura certa, digo, no dia certo (2 de Abril), será desvendado perante os ouvidos (e os olhares) que quiserem presenciar o gosto de ter letras impressas num livro que cabe nas mãos abertas para o acarinhar.
Carinho, amizade e uma fraternidade conterrânea é o que sinto (sinceramente) pelo Dr. Luiz Fagundes Duarte, natural da freguesia da Serreta, concelho de Angra do Heroísmo, conhecedor das letras, das artes, da política e do mundo. [confira]
Tenho que me aguentar calada sobre um segredo bem guardado até ao içar da novidade, até ao lançamento do primeiro foguete para a saída, a público, do meu tesourinho. Os meus filhos são o meu tesouro maior, bem como quem me acompanha a vivência feliz. O meu livro é o tesourinho, o sonho que teve pernas, digo, o corpo todo, para ser realidade.
A realidade ainda é uma criança. Faltam o resto de Janeiro, Fevereiro, Março, o dia de Petas e logo a seguir zás: a realização do sonho. Será que vou aguentar esta ansiedade até este dia? Será que Deus me vai dar esta alegria? A resposta: Tenho que aguentar! Deus me ajudará e também a sua Mãe.
E lá está a placa identificativa inaugurada neste dia, 22 de Janeiro de 2011, na presença de aficionados, entidades oficiais e taurinas, a comissão do Monumento ao Toiro, o artista desta obra imponente, que, ao primeiro olhar, capta a nossa atenção pela figura dos Bravos, que são a maior atracção local, regional, nacional e internacional.
O artista, Renato Costa e Silva, e toda a equipa que colaborou com ele merecem um bravo aplauso. Parabéns por realizarem um sonho. João Paes fez um discurso que muito apreciei. Talvez ainda o verei escrito nalgum jornal, revista ou outro documento que preserve a emoção que presenciei. É muito bom realizar um sonho e vibrar com gosto por obra feita.
As imagens falam por mim...
A Filarmónica Recreio Serretense marcou presença convenientemente tocando alguns Pasodobles, o Hino Nacional e dos Açores junto à rotunda, e o da Filarmónica junto à sede da Tertúlia Tauromáquica Terceirense que comemora o seu 45º aniversário. Parabéns!