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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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José Henrique Brum n' Adiaspora

21.01.11 | Rosa Silva ("Azoriana")

 

 

 

Veja uma foto do seu arquivo aqui.

 

Abaixo, transcrevo, na integra, o artigo de Avelino Teixeira sobre José Henrique Brum.

 

Oxalá JHB entre em contacto comigo pois gostaria muito de falar com ele, uma vez que me avisaram que ele também quer falar comigo.

 

Número:56
Data:SEXTA FEIRA DIA 17 DE DEZEMBRO DE 2004
Título:JOSÉ HENRIQUE BRUM


Esta semana, visitei um terceirense com quem já me tinha encontrado várias vezes nos nossos clubes, ou em outros lugares, onde os acontecimentos comunitários se vão realizando. Sempre que o via, notava que ele trazia consigo uma máquina fotográfica, e não se cansava de fotografar, coisa que às vezes também faço e por isso nunca me causou nenhuma admiração. Mas o certo é que um dia ele surpreendeu-me com uma exposição fotográfica que ele fez no Sport Clube Lusitânia, de Toronto, por altura de uma daquelas ''Semanas Culturais Açoreanas'' que alí se levaram a cabo durante muitos anos, mas que este ano, devido a maus entendidos, foi realizada no ''Madeira Club'' de Toronto, um dos nossos simpáticos e convidativos clubes mas que de Açoreano nada tem. Coisas que não fazem senso algum!... Bom; o certo é que depois daquela referida exposição fotográfica, composta por dezenas de fotografias, umas antigas outras mais recentes, começei a sentir uma certa curiosodade pelo meu convidado de hoje. É que eu tanbém sou um apaixonado pela fotografia!. Telefonei-lhe e pedi-lhe para que nos encontrássemos para trocar-mos algumas impressões para que eu pudesse escrever o meu apontamento ''PESSOA DA SEMANA'' da www.venuscreations.ca. E então, numa tarde já bem fria do mês de Dezembro, eu fui ao 509 da Adelaide St. em Toronto. Confesso que fiquei estupefacto quando entrei naquela casa centenária que durante a ''Segunda Guerra Mundial'' serviu de quartel para as tropas do Reino Unido. É que apesar de ser uma residência mais se parece com um '' Museu Fotográfico'' digno de ser apreciado!. Fomos direitos à cozinha onde nos sentamos, e ao sabor de café com aguardente, coisa que quase todos os açoreanos gostam, fomos bisbilhotando sobre as nossas vidas, dificuldades e tempos difíceis em que nós havíamos sido criados. Ás vezes fazer isto é bom!... Lá fora, o frio já se fazia sentir naquela tarde cinzenta e húmida do mês de Dezembro, mas naquela cozinha cujas paredes estão cobertas de gratas recordações, e onde numa gaiola um canário, com as côres típicas dos ''Canários da Terra'', cantava alegremente, de facto nos sentíamo-nos bem!... O meu convidado desta semana dá pelo nome de José Henrique Brum e nasceu em Santa Lúzia de Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Açores, aos 5 de Fevereiro de 1937. É filho de Pedro Francisco Brum, e de Maria José Ferreira Ávila ambos naturais de S. João de Deus, Angra do Heroísmo. Após ter terminado a Escola Primária, logo se empregou no ''CAFÉ ALIANÇA'' sito na ''PRAÇA VELHA'' em Angra do Heroísmo, tendo dalí transitado para o ''CAFÉ INSULAR'' e depois para a ''PASTELARIA LUSA'', na mesma cidade. Em 1955 conseguiu uma colocação na ''BASE AÉREA No.4'' das Lajes, onde aprendeu a profissão de ''MECÂNICO AUTOMÓVEL'' e trabalhou até 1962. Foi alí que também foi víctima de um terrível acidente que o levou a ser hospitalizado, no ''HOSPITAL DA MUNDIAL'' então situado no No. 78 do Largo de S.Paulo em Lisboa, durante desoito meses. Jogou Futebol no ''Grupo de Mecânicos'' da Base Aérea No 4 das Lajes, Ilha Terceira, e com aquele grupo deslocou-se várias vezes ao ''ESTÁDIO DA HORTA'' nos Açores. Também treinou no ''SPORT CLUBE LUSITÂNIA'' de Angra do Heroísmo. Veio para o Canadá no dia 18 de Julho de 1965 e fixou residência na Rua Augusta, em Toronto. Porque já era um mecânico profissional, logo de imediato empregou-se na ''MATOS AUTO SERVICE'' situada na Harbourd & Major, em Toronto, auferindo, [vejam só]; um salário de um dollar e cinco cêntimos por hora. Quando já tinha desenvolvido um pouco mais os seus conhecimentos linguísticos, empregou-se na ''INTERNACIONAL'', uma companhia americana com sucursais no Canadá, então com uma força trabalhadora de aproximadamente quinze mil empregados, situada na zona da BATHURST,ST & KING,ST, em Tornto. Anos depois veio também a ter a sua própria Garagem Mecânica em Brampton Ontário. Note-se, que numa das paredes logo à entrada da sua casa, José Henrique Brum expõe, jubilosamente, vários certificados de prestação de provas mecânicas certificadas pelo Governo Português, e do Ontário, Canadá. Quando perguntei ao meu entrevistado como tinha surgido o seu interesse pela fotografia, contou-me que tinha sido uma herança de sua Mãe e de um dos seus tios maternos. Disse-me ainda, que sempre que ia de viagem de férias vinha carregado de fotografias paisagísticas. Fez questão de me dizer que já tinha visitado a Jamaica, Cuba, Barbados, Ilhas Virgens, Bahamas, Bermudas, Curaçau, Brasil, Buenos Aires, Venezuela, Martinica e Puerto Rico. Que já tinha visitado também o Arquipélago dos Açores com a excepção da Ilha das Flores e do Corvo. Daí a razão porque José Henrique Brum possui uma coleção fotográfica que conta com mais de vinte mil fotografias, na sua maioria a preto e branco, das quais uma das suas preferidas é uma vista da Cidade de Angra do Heroísmo, tirada por ele próprio, desde o ''MONTE BRASIL''. Disse-me ainda, que apesar de preferir fotografias paisagísticas, não se cansa de fotografar amigos e personalidades por onde vai passando. Dessas mesmas fotos, preferivelmente a preto e branco, entre muitas outras, destacam-se a de José Pires, antigo ''Pastor da Corda'', do Ganadero José Parreira, dos seus grandes amigos, Hildebrando Silva, Dr. Vasco Pereira da Costa, Director da Cultura e Ambiente dos Açores, e ainda o Dr. e Poeta Terceirense, Victorino Nemésio. Nas paredes da sua residência, quase na totalidade cobertas por fotos, pode ver-se cópias fotográficas com mais de cem anos de existência, entre elas uma foto do primeiro edifício da Capitania de Angra do Heroismo, dos Ganaderos José Albino, Patrício e José Parreira. José Henrique Brum, além de colecionar fotos, dedica-se também à recolha de Artesanato Açoreano. Na sua residência tipo Museu, podemos observar ainda os chifres dos toiros mais famosos das Ganadarias Terceirenses, não sendo possível no entanto mencionar seus nomes pelos muitos anos decorridos, um indeterminado número de conteiras pertencentes aos mesmos e outros, bem como diferentes utencílios usados pelos lavradores e homens do campo, tais como; serras de braçal, foices, etc.etc.... Diferentes painéis com dezenas de torneiras de água, primitivas, interruptores feitos de louça e fusíveis eléctricos do mesmo fabrico. Uma grande variedade de fechaduras em pleno funcionamente recuperado pelo próprio José Henrique Brum, inclusivé a fechadura e a campainha da porta da antiga ''QUINTA DA CALHA'' onde actualmente se encontra eregida a ''CASA DE SAÚDE DE S. RAFAEL'', em santa Lúzia, Angra do Heroísmo. José Henrique Brum contou-me, melancólicamente, que em 1973 quase que perdeu a sua adorada casa e seus haveres, devido a um fogo devastador, iniciado na casa de um vizinho, que destruiu parcialmente o segundo piso do seu castelo. A propósito de residências, fez questão de me mostrar fotos da sua casa branquinha com o tecto vermelho, típicamente açoreano, que começou a construir em 1984 na Serretinha, Feteira, na Ilha Terceira, mais precisamente no Caminho da Esperança. Todavia essa casa de onde se pode desfrutar uma paisagem deslumbrante dos ILHÉUS, ainda se encontra por acabar, mas no entanto é alí que ele recebe os seus amigos, quando de visita à Terceira, nomeadamente os cantadores de Improviso, que muitas vezes após os seus despiques para alí se dirigem, para copos e petiscos, e dois dedos de saudável conversa que quase sempre se prolonga até o Sol nascer. Que esse Sol sempre nasça para aquecer a vida interessante de José Henrique Brum, ''PESSOA DA SEMANA'' da www.venuscreations.ca. Um imigrante que apaixonada e dedicadamente, e não obstante um grande sacrifício, vai registando em fotografia as belezas paisagísticas da sua terra e de outros rincões por onde vai passando, os mais diversos acontecimentos comunitários, e a presença neste Mundo daqueles que vão contribuindo para que o nosso dia-a-dia seja mais útil e agradável.

 

Avelino Teixeira

 

José Henrique Brum

José Henrique tem vindo, ao longo dos anos, a impulsionar espectáculos de cantorias pelo Canadá, suportando do seu bolso muitas despesas inerentes às mesmas, como os custos de deslocações dos Açores e dos Estados Unidos.

Em Angra está assim: «Cada cabeça, cada sentença»

21.01.11 | Rosa Silva ("Azoriana")

Sempre foi assim e assim será. A pluralidade de ideias grassa nos últimos tempos. Uns dizem que “SIM” e outros “NÃO” e, ainda outros, encolhem os ombros naquela máxima “NIM”. Por mim, que gosto muito mais de rima do que de prosa (s) fico-me pela leitura das duas partes (“sim” e “não”), na tentativa de discernir quem terá a razão (ou o coração) do seu lado.

Não gosto de avançar ideias próprias porque não sou como o meu falecido pai que via a obra pronta antes de ela começar. Dou-vos um exemplo caseiro:

Quando mudei para a minha actual casa, encontrei necessidades várias de remodelação, quer por estragos quer por desconfiança de vir a estragar num abrir e fechar de olho. Resolvi derrubar um armário improvisado para lava-louça que estava possuído de bicharada. Adquiri um novo a preço acessível à minha bolsa que não durou tempo suficiente para guardar boas recordações. A água fez com que fosse desfazendo aos poucos e ficou com um aspecto dantesco.

Enfim, “quem se veste de ruim pano, veste-se duas vezes no ano” é um ditado muito antigo e sem prazo de validade. Claro que me vi obrigada a adquirir novo armário pelo custo da metade (estava em Saldo). Bendita a hora que os comerciantes resolveram reduzir para metade o preço das coisas. Já deviam ter feito isso há mais tempo, uma vez que 1 euro convertido para o escudo resulta em 200 escudos e qualquer coisita. O que antes custava 50 escudos agora custa 200 escudos ou mais, porque 50 cêntimos (metade de 1 euro) convertidos dão 100 escudos e qualquer coisita. Mas em vez de irem para 50 cêntimos vão directamente para o euro inteirinho. Adiante…

O que me apraz dizer é que a minha cozinha parece outra. Está bonita e como é dado, até ver. Armário jeitoso e novinho em folha, deu logo um outro ar ao ambiente caseiro.

E mais… (só para exemplo). Pessoalmente tenho um modo de estar que pode não agradar aos conservadores. Gosto de mudar os móveis de um lado para o outro e não me contento ver, a longo prazo, a mesma disposição ornamental. Gosto de refrescar o lar com ares de mudança. “Não é defeito é feitio”, como canta um conjunto açoriano. Adiante…

Isto tudo a propósito de uma Praça Velha que anda a querer ser Nova. A “Nova Praça da Restauração” até ficava com uma boa sigla “NPR” desde que não fosse coincidente com alguma cor partidária.

É normal que haja gente a favor e gente contra a nova ideia para abrilhantar o centro citadino. Acho graça que tudo o que Angra do Heroísmo queira modernizar leva chumbo, salvo seja, mas se for a Praia da Vitória todos parecem consentir no “sim”. E até acho que a Praia da Vitória está muito mais à frente que Angra do Heroísmo, num certo sentido.

Ultimamente, gosto muito de ir à Praia da Vitória. E porquê, perguntam os que me lêem (se tiverem paciência para aturar uma prosa longa). Já respondo:

- Porque não têm medo de mudar as ruas, as montras, as rotundas… Só não mudam a areia porque faria muita falta a quem quer ganhar uma tonalidade dourada no Verão.

Caramba, até para mudar uma árvore, um banco e consertar o chão partido é preciso um REFERENDO com bastante alvoroço de opiniões de “sim”, “não” e, daqueles, como eu, do “nim”. Modernizem o que for preciso para trazer gente para o centro de Angra do Heroísmo, sobretudo ao fim-de-semana, em vez de preferirmos a Praia da Vitória e ouçam as opiniões construtivas a bem da mui nobre e leal cidade, que por ser património mundial não quer dizer que apresente um sinal de desleixe e falta de cuidado paisagístico.

 

Rosa Silva ("Azoriana")