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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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Ai, que saudades...

31.01.11 | Rosa Silva ("Azoriana")

A matança do porco de antigamente

 

Matança de porco na freguesia da Serreta em tempos idos.
Imagem de Genuina Sousa, emigrante serretense

Esta foto apresenta o melhor convívio que havia. O dia da matança era um dia de folia e trabalho. Cedo se preparavam os utensílios para que nada faltasse à última da hora. Convidavam-se os mais fortes para aguentar o bicho que pressentia o que lhe ia acontecer. O banco tinha de aguentar a fortaleza do animal que devia ter toucinho que bastasse para encher os recipientes para uso de um ano inteiro.

Em Janeiro mata-se o porco e que haja bastante aguardente, vinho e licor para uns e outros aquecerem e amaciarem a garganta, perante um inverno rigoroso de abundância e comida de substância.

Alguidares, terrinas, salgadeiras, (sem esquecer o toucinho com uns dois dedos de espessura) as alcatras, o cozido com umas couves do quintal e batata doce tão douradinha, a feijoada com o tal toucinho, a orelha, o focinho e uns nacos de carne entremeada com uma gordurinha para a fazer mais tenra... E a amizade florescia na sã convivência: Andem vocês ver o nosso porco! E iam.

Iam nos cumprimentos nocturnos, viam o animal pendurado nos tirantes na casa de arrumos, examinavam o toucinho (Deus vos dê saúde bastanta! Está um rico porquinho! Louvado seja Deus!) E depois lá ia um cálice de aguardente, vinho abafado, angelica, anis, licor de amora, e uns figos passados, uns biscoitos caseiros, umas bolachas com um gostinho divino, e muita, muita alegria e conversa até que estava na hora de partir o animal, salgar, derreter o toucinho (ai que abundância!), fazer as morcelas, o sarapatel, as linguiças, as salsichas, as rodas de carne para A, B ou C (que mereciam porque tinham estado a ajudar e a passar frio e calores com a palha a chamuscar a pele do animal para as salsichas que enchiam as tripas lavadas com rama de cebola, molhos de salsa, farinha, sabão azul e branco, laranjas para que o cheiro fosse um bálsamo depois de tanto esfregar no alguidar, com as mãos fechadas e colocadas de forma a dar a volta completa)...
Ai, que saudades! Saudades de vos ver...
Rosa Silva ("Azoriana")