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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

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Sabem uma coisa?!

07.04.11 | Rosa Silva ("Azoriana")

Eu bem que tento fugir às más notícias, aos solavancos da crise económica portuguesa (e por esse mundo fora), às catástrofes naturais que arrasam famílias e bens materiais e alastram tristezas em quem ouve, vê e lê a actualidade, tento fugir aos artigos da desolação, da miséria, da doença, e por aí fora... Mas dado o amontoado de letras tristes é impossível fugir do que quer que seja. Apenas vou remando na minha maré actual, isto é, no rescaldo de um sonho realizado... Se é que na actualidade se pode sonhar e fazer a nossa realidade.

Eu explico melhor

Para bem de ter o meu livro nas mãos enfiei-me na crise até me enterrar, mas valeu a pena porque tinha uma boa causa que rolava há anos. Por uma mãe que nos deu tudo (não me refiro à parte material mas moral e educacional) e viveu com a crise da doença tinha de me esforçar ao máximo por fazer-lhe a vontade antes que eu partisse também e não limasse os remorsos. E consegui. Consegui também porque me ajudaram e isso era necessário. Temos de viver em comunidade e, reciprocamente, com a ajuda da comunidade.

Concluindo

Isto para vos dizer e confirmar que a crise económica me preocupa, mesmo que tenha o ordenado mensal; o que está à minha volta me preocupa, mas sobretudo, preocupa-me Portugal. Onde está o nosso Portugal? Se Portugal não se levantar, nós que somos Portugal, também ficaremos de rastos e com a miséria a conviver portas para dentro e para fora...

Mais valia arrasar tudo e começarem de novo. Mas isso seria o mesmo que morrer vivos. Quem nos irá salvar?! Quem salvará os nossos filhos?!

Preocupo-me tanto com o futuro dos nossos filhos e penso que não estou sozinha nesse barco a rumar com o vento pela proa. Não percebo nada de remos mas penso que o vento pela frente dificulta a acção, certo?

Rosa Silva ("Azoriana")

Sobre as "Cantigas ao desafio na cidade de Toronto" - 2 e 3 de Abril 2011

07.04.11 | Rosa Silva ("Azoriana")

(…) As suas cantigas, harmoniosa e cuidadosamente soletradas, baseavam-se nas suas vidas, nas circunstâncias em que foram criados, no amor por seus pais já falecidos e na saudade dos tempos idos em vez de se atacarem mutuamente (…)

Fonte: In “A União”, publicado na Quinta-Feira, dia 07 de Abril de 2011, em Actualidade, sob o título “COMUNIDADES Cantigas ao desafio na cidade de Toronto”, assinado por Avelino Teixeira

Destaquei esta parte supra porque comprova-se que assim é: as cantigas ao desafio estão a tomar outro cunho poético ao invés do despique mordaz que marcou muitos desafios dos homens da cantoria. Quando a mulher se aventura ao improviso é muito natural que adoce a cantoria com o seu jeito feminino e característico. Enfim, tudo tem a ver, também, com a situação em que ocorre a cantoria: se solene, adopta-se um perfil adequado, se a jeito de brincadeira ou entre amigos/cantadores que recorrem a um despique mais aguçado, pois há que perceber e entrar na onda que os envolve.

Ainda bem que, em qualquer dos casos ou de perfil do desafio, a mulher (ou a jovem Maria Clara Costa) está a chamar as multidões para ouvirem as cantigas que, segundo a minha fraca opinião, já estavam a precisar de uma lufada de canto fresco. Tudo tem o seu dia e hora, tudo tem uma fase de subida e até não descer (e oxalá que nunca tal aconteça) vai-se mantendo nos sentidos da população que gosta e ama a cultura popular, porque só mesmo o nosso Povo para entender esta força e/ou atracção que leva a percorrer distâncias enormes só para ouvir os pares da cantoria com a língua matriz – portuguesa!

Para não me alongar muito neste pensamento e/ou comentário, resta-me desejar o melhor do mundo para os cantadores, que conheço e já ouvi algumas vezes, José Eliseu (que tive o prazer de cumprimentar pessoalmente um dia destes) e Maria Clara que toma a dianteira em qualquer cantoria que se preze. Ela é e será a Jóia da Cantoria. Quem sabe um dia alguém se lembra colocá-la no “Retiro dos Cantadores” ou noutro local da ilha Terceira a defrontar-se com outra mulher… Eu chamaria a esse desafio do seguinte:

 

Perfume de Cantigas

São estrelas perfumadas
São flores de rima doce
São vozes escancaradas
No canto que o luar trouxe.

São pérolas esvoaçando
Pelos olhares das gentes
São palmas acarinhando
As almas ali presentes.

Hoje em dia se pode ver
Um xaile e um chapéu
E assim irão permanecer
No coração do ilhéu.

As mulheres das Cantigas
São dueto singular
Atraem odes amigas
À nossa arte popular.

Rosa Silva (“Azoriana”)