Texto anormal para mim com o título: Somos poucos e os mesmos!
Aproximam-se dias de angústia. Uma angústia que não é de agora mas que se arrasta de há tempos (nem lembro a data) porque a minha crise já existia (e existe) desde que saí do estado de solteira. A crise é feita de uma bola que vai ganhando uma argamassa volumosa ao ponto de quase estoirar… (Onde é que já se viu um simples bocado de massa com um buraco a meio – vulgo DONETE – custar 1 euro, digo 200,42 escudos?!). Será que nos tempos que correm não há maneira de se fazerem contas com jeito? Acabe-se com a crise porque a crise foi criada por gente. Somos poucos e os mesmos, só mudam algumas ideias mas a atuação acaba por se cingir ao mais do mesmo.
Ora púnhamos em cima da mesa o seguinte:
Um cidadão comum recebe 700 € (setecentos euros) = 140.337,40 (cento e quarenta mil trezentos e trinta e sete escudos e quarenta centavos) por mês.
Tomemos por exemplo o custo de uma donete (simples) = 1 euro = 200,482 escudos.
Em relação àquela receita representa a percentagem de 0,14.
Mas isto, podem-me argumentar, é um simples desejo calórico e que vai fazer mal à saúde. Então, direi eu, porque inventaram as donetes?! E porque se gosta tanto de uma donete e um dos melhores e maiores doces que satisfaz o paladar e o ego? Poderia referir outro doce qualquer ou mesmo um salgado porque o preço não foge muito ao euro, só que piora no tamanho…
Agora pensemos em despesas maiores e necessárias: pagar a prestação mensal da casa, o(s) seguro(s), a electricidade, a água, o gaz, o leite, o pão, os bens essenciais do agregado familiar e respectivos animais domésticos, os produtos de higiene, a farmácia, o transporte para o trabalho (caso viva fora da área laboral), e, ainda, o vestuário, o calçado, alguma necessidade diferente, os vícios tabágicos e outros que porventura tenham…
E também, porque não, as despesas extraordinárias com os peditórios para a festa do local A, B e/ou C, da zona onde está inserido…
Somando isto tudo, tendo em conta uma família de 6 (seis) pessoas, deve rondar uma boa maquia… E nem vale a pena referir que aquela receita comum já foi ultrapassada ainda antes de virar o parágrafo…
Então como fica o ambiente familiar que, se comparado com “n” famílias, já se perdeu nas despesas e a receita já nem um cêntimo tem?
A ver por este exemplo, imagine-se a localidade e o todo regional/nacional? Nunca mais se endireita e aproxima-se a miséria dos mesmos, porque alguns nem sabem o que isto é e/ou nem dão valor.
Quem é capaz de acertar isto? Quem? O melhor mesmo é entregar as botas… Ou rever as contas.
A esta hora já ninguém lê isto e que se f**** as contas!
Desculpem, mas apeteceu-me sair dos eixos com "****" que espero que saibam o que querem dizer...
Rosa Silva (“Azoriana”)