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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

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Destaque: Artigo de Liduino Borba sobre "Os Restos Mortais da Turlu", de 25 Maio 2011

26.05.11 | Rosa Silva ("Azoriana")

Por Terras do Canadá

 

RESTOS MORTAIS DA TURLU

 

Liduino Borba

 

Como já escrevi há dias, depois da leitura do livro “Turlu e Charrua, Confidências”, do meu amigo Mário Pereira da Costa, ficaram dois desejos: 1 - dignificar e identificar a sepultura de Charrua – José de Sousa Brasil –, no cemitério das Cinco Ribeiras; 2 – trazer para o cemitério de São Mateus os restos mortais da Turlu – Maria Angelina de Sousa.

O primeiro desejo não será difícil de realizar e após uma reunião com a Junta de Freguesia das Cinco Ribeiras, e um telefonema para o meu amigo Luís Salvador, actual presidente da Junta de Freguesia de São Bento, julgo que o assunto poderá ter um final feliz.

Quanto ao trasladar os restos mortais da Turlu de Toronto, Canadá, para São Mateus, a sua freguesia natal, o assunto já é mais complicado, embora não impossível, por envolver uma verba entre os 10.000 e 15.000 dólares canadianas.

Como estava de visita a Toronto, uma das minhas preocupações foi localizar o cemitério e saber das tramitações para que o corpo venha para a ilha Terceira. A informação de qual o cemitério onde estava sepultada a Turlu tinha-nos sido fornecida pelo improvisador José Fernandes, a viver em Toronto, e confirmada pela sobrinha Natal de Sousa, que, quase por acaso, encontrei no I Encontro dos Amigos de São Mateus. Foi o meu primo e cicerone Avelino Teixeira que me levou ao cemitério “Holy Cross Cemetery”, em Toronto, na quarta-feira, dia 4 de Maio, pelas 17 horas, mas os escritórios tinham fechado pelas 16h30m. A grandeza do cemitério e o desconhecimento da localização da campa levou-nos a não ter qualquer veleidade de tentar encontrá-la. Ficou para outro dia, que acabou por ser no sábado, dia 7.

Neste dia, de muito movimento nos escritórios do cemitério, fomos recebidos por um funcionário muito simpático, de nome John Tricarico, de ascendência italiana, que falou com meu primo em inglês, mas que percebia parte do meu português, e nos deu todas as informações solicitadas:

 

Número: 34833

Nome: Maria Brazil

Proprietário (da sepultura): José Brazil

Data da morte: 5 de Janeiro de 1987

Data do funeral: 7 Janeiro

Secção: 22

Fiada: 58

Sepultura: 73

Custo até sair do Cemitério: perto de 5.000 dólares

 

Seguindo o mapa fornecido, fomos sem muita dificuldade até ao local da campa. Não encontrávamos o número 73. Depois de uma contagem da esquerda para a direita deduzimos a sua existência por ali. Comecei a remover alguma relva, na zona que me parecia adequada, e a muito custo fui descobrindo o número 73. Estava ali a sepultura de Maria Angelina de Sousa Turlu.

Senti um misto de alegria e tristeza. Alegria porque finalmente tinha descoberto o que procurava há algum tempo e sentia que tinha cumprido uma parte importante desta missão. Tristeza por ver a maior improvisadora dos Açores sepultada numa campa rasa sem qualquer placa identificativa com o seu nome. Nada, apenas o número de sepultura, que nem aparecia, quando por todos os lados do cemitério se vêem campas bem identificadas, mas não todas.

O Presidente da Junta de Freguesia de São Mateus, José Gaspar Lima, já mostrou disponibilidade para apoiar a trasladação para esta freguesia. Vou tentar dar início a esse processo e chegarei até onde for possível, na certeza de que todos os esforços são poucos para tão nobre e importante tarefa.

 

25 de Maio de 2011