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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

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"festa na ilha", nr 15/2011 - agradecimento/dedicatória

30.06.11 | Rosa Silva ("Azoriana")

Revista Taurina Açoreana 2011

Chegou a "festa na ilha"
A nr 15, 2011:
Já vi a maravilha
Nem é prata nem é bronze
É oiro que se partilha.

A Taurina Açoriana
Da brava ilha Terceira
Chega em boa semana
E toma a dianteira
Na quintilha que me abana.

Sou feliz colaboradora
"Quadras Soltas na Tourada
À corda", é detentora
De bravos enfileirada
Com a rima sedutora.

João Paes, Victor Rui Dores,
Rosa Silva, José Eliseu,
Dão o melhor dos primores
No fulgor do verso seu
Bandarilha dos Açores.

Martins do Carmo e Mota,
Filomena Rocha, Zé Fernando,
Duarte Fournier, tomem nota,
Os nomes vou decorando
E um sorriso já me brota.

Alexandre e Manuel Bettencourt,
Fernando Pereira e Manuel Dias,
Com imagem que se curte
A rima das cortesias
Que à tourada não se furte.

Porque a Tourada à Corda
É levada muito a sério
E ninguém se veja à borda
Nem faça qualquer mistério
Se do berço a recorda.

O berço de um ilhéu
Bravo da ilha Terceira
Talha logo o seu chapéu
Com camisola à maneira
Alva qual nuvem do céu.

Ao peito levam emblema
Da sua ganadaria
A corda é o seu lema;
O pastor é um poema
De amor e valentia!

Agradeço de coração
A "festa na ilha" linda
Com a brava devoção
A canto mais e ainda
Fico à vossa disposição.

Rosa Silva ("Azoriana")

2011/06/30

Senhoras da nossa ilha

29.06.11 | Rosa Silva ("Azoriana")
A Senhora de Belém
Abençoa a Terra-Chã
A dos Milagres também
Sorrindo luz na manhã
Na Serreta faz-nos bem.

O povo é mais feliz
Onde mora a santidade
Cada qual tem a raiz
No campo ou na cidade
Na igreja ou na matriz.

Mesmo quem não seja crente
Ao ver todo esse encanto
Acaba por ser temente
À nobreza do seu canto
E canta com nossa gente.

Se a viola e o violão
Entram a animar a festa
Fazem parte da tradição
E nada melhor nos resta.
Baladas do coração
Que ao povo manifesta.

Rosa Silva ("Azoriana")

28/03/2011

É a grande verdade

29.06.11 | Rosa Silva ("Azoriana")

Que a morte é traiçoeira
Não avisa quando vem
A vida é tão ligeira
Mas feliz de quem a tem.

A vida se bem vivida
Eleva-se com a morte
Se de gente conhecida
O eco é sempre forte.

Tenho pena, é verdade,
Ninguém pede para vir,
Sei que vou sentir saudade
No dia em que partir.

Saudade do amanhecer,
Do sol, da lua, do mar,
E de quem me conhecer
E de quem gostei de amar.

Rosa Silva ("Azoriana")

 

Angélico Vieira, com apenas 28 anos, vítima de um acidente de viação, perdeu a vida.

Condolências à família e aos amigos.

 

Rimas minhas ao sabor do dia

27.06.11 | Rosa Silva ("Azoriana")

Ter casa não é riqueza

E ter carro também não

Porque eles levam à pobreza

Se não se paga a prestação.

*

"O cão que ladra não morde"

É um dito popular

Mas também há quem acorde

Para o mandar calar.

*

Quando a tristeza invade

O coração de alguém

O seu olhar também há-de

Mostrar a dor que contém.

*

Não insistas na tristeza

E dá a volta por cima

Porque é tua natureza

Adorná-la com a rima.

*

Quem tem raiz na Terceira

É um alegre ser humano

Mas se é doutra maneira

Diz-se que é açoriano.

*

Cuidado com quem te ri

Pela frente e a teu lado

Atrás só fala de ti

Por isso toma cuidado.

*

Não há quem tenha vaidade

De falar da desventura

Mas pra falar a verdade

Rolho o dente ao que não dura.

*

O amor e a amizade

Ou se tem ou se não tem

Não se compra e nunca há-de

Vender-se por um vintém.

 

Rosa Silva ("Azoriana")

Respeite os direitos de autor

Ó querida ilha Montanha

27.06.11 | Rosa Silva ("Azoriana")

Meu Pico quero-te ver
E ao lindo Santo Amaro
Abraçar com mais prazer
Aqueles que mais reparo.

A família paterna
Tias, primos e seus filhos
Ir ao "Canto" e à "taberna"
E percorrer os seus trilhos.

Ó querida ilha Montanha
Eu gosto tanto de ti
Teu horizonte desenha
O amor que já senti.

Meus avós, tio e tias
Que retornaram ao Pai
Deram-me mais alegrias
De mim seu amor não sai.

Rosa Silva ("Azoriana")

Avó Vieira e Avô João Inácio

 

Avó Vieira e avô João Inácio

Ilhas do coração

26.06.11 | Rosa Silva ("Azoriana")
Ilhas do coração

Do Pico eu sou metade
Do porto de Santo Amaro
Esse local que me há-de
Receber e dar amparo.

Lá tive avós paternos
Que me deixaram saudade
Hoje vejo que são ternos
No canto que me invade.

À Madalena, com ensejo,
Penso ir com mais doçura,
Levar um abraço e um beijo
Numa Marcha de ternura.

Somos amigos leais
Banhados pelo mesmo mar
Diferentes mas iguais
No amor plo nosso lar.

Rosa Silva ("Azoriana")

Alma aficionada

25.06.11 | Rosa Silva ("Azoriana")

Gostar ou não gostar eis a questão?!

 

 


Todos tem uma opinião
E nisso não levo a mal
No que toca à diversão
Há diferente e há igual
Neste caso a acção
Tem a ver com arraial.

Arraial de Festa Brava
É hino de aficionado
Cuja tradição desbrava
Nesta ilha com agrado
Desde o berço que nos grava
A paixão plo toiro amado.

O toiro se faz Divino
Entre as festas locais
É este o seu destino
Pelas ruas de arraiais
E até chega a ter hino
Na boca de alguns jograis.

Minha terra é do bravo
Da tradição e da cultura
Da rosa e do fino cravo
Do poema de aventura
No "Olé" que hoje gravo
No coração com doçura.

Tourada com cortesia
Leva uma ilha inteira
A brindar com simpatia
Quem eleva a bandeira
Com Bravos de alegria
E amor pela Terceira.

A tourada é um painel
Aguarela encantada
Cada um no seu papel
Tem alma aficionada
Ao seu Toiro é fiel
E perdoa uma marrada.

Rosa Silva ("Azoriana")

Angra do Heroísmo com São João num mar de marchantes

24.06.11 | Rosa Silva ("Azoriana")

Ao começar ela benzeu-se pouco se importando com os olhares nas alas laterais. Estava receosa se não cumpria com o percurso e com o concretizar da meta: Praça Velha era o objectivo para ela e para todos os restantes cinquenta e nove elementos de uma Marcha colorida de cores bem ao gosto de São João - amarelo, verde e laranja com a calça preta da ala masculina. Os folhos adornavam a roda do vestido, cujo arco fazia o movimento rotativo do balão. Respirou fundo e ao toque inicial do bombo da Filarmónica da Terra-Chã, levantou o pé direito e começou a marcar passo ao ritmo melódico e com as palminhas deu-se início do que durou uma hora, sensivelmente, pelas ruas de Angra do Heroísmo: rua da Sé, rua de São João, rua das Minhas Terras, rua direita e Praça Velha, em frente à Câmara, onde nos esperava abundantes refrescos: água e cerveja.

 

Confessa que, a meio canal, passou-lhe pela mente desistir... Tinha os lábios secos, a boca sem saliva e a garganta não articulava palavra. Apenas o gesto dos lábios faziam a mímica da letra que havia construído com todo o amor e carinho. Não! Disse para consigo... Não desistas, força, continua, olha que não podes parar. Vai, vai, vai...

 

E foi... Com alguns descompassos, alguns amargos de boca, algumas quase escorregadelas mas nada que impedisse de pensar no objectivo: chegar ao fim!

 

Durante o percurso, ouviu e viu algumas pessoas amigas e conhecidas que lhe davam força num acordar para ir ao centro, rodar, traçar a rua, fazer a roda interna com os homens circulando por fora, novamente o traçar a rua, e assim sucessivamente... Água, água, apeteceu-lhe gritar a plenos pulmões mas os copos nem vê-los... Apenas, volta e meio, soltava baixinho:

São Carlos vem para a rua
Na festa de São João
O seu povo continua
Honrando a tradição
Com alegria sortida
São João salta a fogueira
E São Carlos ganha vida
Salta da mesma maneira.

 

Aqui, sim, levanta os pés do chão pulando como que pedindo a São João para levantá-la nos ares e elevá-la ao céu da rua de São João, como um balão verde, amarelo e laranja... Os pés estavam untados de creme mas já se queixavam sem que ninguém percebesse, os calores invadiam-lhe o corpo todo mas aguentou-se até ao fim e lançou ais de contentamento após o bombo voltar a dar a paragem.

 

Que feliz estava! Aos quarenta e sete anos teve o gosto de escrever/participar e adorou pertencer a um grupo fantástico, unido e respeitador. Duas moças (Filipa e Maria Luísa) levaram a cabo a excelente organização e todos os elementos cumpriram com a mensagem da Marcha de São Carlos 2011 - Os Santos gostam de fazer parte da diversão e a festa popular é, por excelência, uma atracção que até chama gente de outras ilhas - São Miguel, Pico e Graciosa, a seguirem o nosso modo de partilha.

 

Viva São João! Viva São Carlos! Viva, Viva!

 

Rosa Silva ("Azoriana")

 

Nota: Ela é a autora deste blog :)

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