Dar à "Costa" sem "Concordia"
As notícias das últimas horas, desde a última sexta-feira, treze de janeiro, são sobre o encalhamento do cruzeiro que deliciava os olhares e todos os sentidos humanos perante tal “cidade flutuante”.
Estou plenamente convicta que não há palavras para descrever o sentimento de uns tantos que se viram nesse desastre e no sentimento que fica connosco, que vamos sabendo, aos poucos, dos contornos da situação devastadora de dar-à-costa pelo Costa Concordia. Mas que nome inesquecível em todos os seus contornos.
Que desastre. Que tragédia. Que prejuízo. Que fim. Triste fim, dizemos, para aquele cruzeiro e para quem, todos os dias, se vai lembrar de que treze de janeiro foi um dia (sexta-feira) de muito azar, que ficará para a história, tal como ficou a do Titanic.
Por enquanto estou, em terra, navegando nas ondas do pensamento que ainda não “ressuscitou” do fim-de-semana caseiro, combinado apenas com uma saída pouco longa. Ainda estou a navegar na lembrança dos nossos barcos que nos levavam inter-ilhas (Terceira-São Jorge-Pico-Graciosa e vice-versa), construídos por sábios construtores navais - «Santo Amaro», «Terra-Alta», «Espírito Santo» e o «Ponta Delgada». Estes foram os barcos que me e transportaram no tempo que falar em naufrágio era só quando a tempestade fustigava as madeiras talhadas por grandes artistas da freguesia de Santo Amaro da imponente ilha do Pico. Hoje, os naufrágios e encalhamentos fustigam cruzeiros e paquetes de luxo que acabam mal, muito mal. Ponto final.
Rosa Silva ("Azoriana")