Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana).
Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1
Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos
Motivo para escrever: Rimas são o meu solar Com a bela estrela guia, Minha onda a navegar E parar eu não queria O dia que as deixar (Ninguém foge a esse dia) Farão pois o meu lugar Minha paz, minha alegria. Rosa Silva ("Azoriana") ********** Com os melhores agradecimentos pelas: 1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3" 2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze" 3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor" 4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado **********
Sempre gostei de grafite (arte) pelas paredes, muros ou sítios de interesse paisagístico. O meu sonho é conseguir encontrar um artista (ou mais) que, por graciosidade e amor à arte, consiga embelezar as paredes da minha garagem para que possa parecer que estou num "outro mundo" portas para dentro.
O que posso fazer, após tal efeméride, é divulgar o(s) artista(s), mostrar a(s) sua(s) ARTE(s) perante os olhares com recurso às tecnologias e o(s) seu(s) nome(s) ficar(em) registado(s) pelas paredes da zona embelezada.
Se não aparecer feed-back a este apelo vou optar pela permanência na triste escuridão. Adoro grafite e sei que muitos dos nossos muros citadinos ficariam lindos com tal arte digna de elogio. Claro que nem todos gostam do mesmo por isso muita dessa arte vai perecendo...
Rosa Silva ("Azoriana")
Este o desenho que gostava de ter na parede A imagem veio direta de "O Arrumário" de José Maria.
Naveguei DISPERSAMENTE e aportei em Leiria. Li prosa e poesia e, também, imagens do dia-a-dia. Levantei ferros e fui dar comigo na AZ - Biblioteca, que é o encanto de António e Zaida Nunes. Não me contive e escrevi uma carta ao autor do projeto que enviei aqui mesmo da janela ao lado [ver]. De coleção em coleção, encontrei a minha edição. Que bem que ali fica a Serreta na intimidade, entre tantas outras edições que fazem parte das estantes tecnológicas de António Nunes, o leiriense que conhece a ilha Terceira e dela sente uma saudade infinita. Talvez um dia, quem sabe, ele volte à ilha da cultura popular enraizada e colorida por sorrisos e cantares que o improviso deixa flutuar sempre que o sonho nos acomete.
Há horas que pular de janela em janela traz-nos também alegrias.
Escrevo estas mal notadas linhas para lhe desejar boa saúde e alegria. Até pareço a minha falecida avó que quando escrevia uma carta à sua irmã emigrada na América, se sentava junto a um estrado de madeira que ficava à janela da cozinha, em frente àquele mar inteiro e belo que parecia subir até à vizinha ilha Graciosa, e se munia da respetiva folha de papel específica para aquela feliz tarefa. Então, sempre que possível (e não era nada fácil ter gente à volta dela durante esse ato de saudade) espreitava a cortesia e as letras refinadas e bem desenhadas cuja escrita levava os retalhos de cá para a vivência tão diferente e saudosa de lá.
Isto tudo para lhe dizer que hoje mesmo, ao cirandar pelo seu blog dispersamente, foi ter a um link para a sua biblioteca de A-Z. Adorei. E mais porque encontrei o registo: 1700 Serreta na intimidade Rosa Silva ("Azoriana") Nova Gráfica, Lda (Angra-Terceira) ed. 2011. Claro que consegui avistar, na imagem que encima o artigo, a lombada do meu livro.
Coincidência ou não, também tenho andado a colecionar os livros da minha pequena biblioteca de casa. Se quiser posso mandar-lhe a base de dados que preparei com a aplicação Access. De qualquer forma, acho louvável a sua partilha através do blog com descritores e fácil de encontrar seja qual for o tema. Parabéns!
Resta-me terminar esta cartinha tecnológica com um abraço agradecido e simpático para o leiriense que ama a ilha Terceira tal como aqueles que a amam.
Escondo-me no porão dos dias submersos e ouço vozes com “The Power of Love” que não me deixam só, aliás, nunca estou só. Comigo trago as manhãs frescas açorianas, trajadas da delícia do mar e do verde dos altos montes que embelezam a ilha da cultura genuína e popular. O poder do amor abre as portas para uma vida de notícias de empalidecer, vindas doutros horizontes e culturas. Volto a esconder-me e trago a mim o voo da Gaivota hoje… Queria ser Amália!… Queria ser a voz dos Il Divo para, hoje, cantar a “escuridão da alma”…
Escuridão da alma
Algures a alma ecoa na penumbra dum vazio elevando cada pessoa aonde nunca se viu.
Algures uma fornalha ardente de ilusão onde todo o amor encalha no labirinto do coração.
Algures a alma canta alegrias e tristezas e o meu voo levanta entre vozes e belezas…
Nasce então no porão da alma a imensa escuridão e a penumbra que me acalma… E Deus onde estará?! Onde está que não O vejo?! Está aqui e está lá… Está onde, hoje, O desejo…
Penso que ainda não estão refeitos do susto tremendo do encalhar de um tesouro material. Salvas as pessoas que conseguiram alinhar na evacuação, nem vale a pena contar o prejuízo dos pratos, talheres, terrinas e demais componentes de uma (ou mais) cozinha flutuante. Nem vale a pena contar o desperdício de lençóis, cobertores, edredons e colchas do mais fino fio. Mesas, cadeirões, equipamentos topo de gama, lustres, cristais, tapetes, carpetes, e sei lá que mais…Talvez vale a pena pensar na recuperação de alguns baús de bens de tanta gente que perdeu a melhor fatiota domingueira a favor de um pranto inesquecível. Se fosse comigo estaria a chorar desalmadamente por ter gasto uma quantia (talvez exagerada) para ver tudo ir por água abaixo. Não queria estar na pele de quem teve culpas no ato que nunca devia acontecer num cruzeiro daquele porte. Quantos dias precisaria de trabalhar para ter meios de remendar aquele buraco enorme?! Nem me apetece fazer contas porque não há calculadora com lugar para tanto dígito. Salvaram-se as pessoas pese embora as que tiveram o seu marco final, num dia considerado, por muitos, como azarado – sexta-feira, treze de um janeiro (em crise?!). Esta noite sonhei com embarques e desembarques, malas para dentro, malas para fora e não saía do mesmo lugar até acordar mais cansada do que quando me deitei. Antes de recolher aos meus parcos lençóis, vi imagens disponíveis para quem quiser ver. O flagelo aconteceu longe mas as réplicas ficam na nossa mente, sobretudo para quem lê ou ouve as notícias que vão surgindo de catadupa por todos os meios de comunicação ao alcance dos olhares e que mergulham no interior como uma bomba e dilaceram o coração do mais sensível dos seres humanos. E não estava lá… Agora imaginem se estivesse… Talvez morria só de susto… E que susto!
Tudo isto me fez pesquisar por outra tragédia muito semelhante que vai completar um centenário no próximo 14 de abril de 2012 [1]. O Titanic. Este embateu num domingo (14) e o Costa Concordia embate numa sexta-feira… mas repare-se (13) um número antes do outro e dois dias antes do outro… Com noventa e nove anos de distância acontece nova tragédia para nos fazer recordar da anterior. O comandante do maior navio do mundo da altura, Titanic, o capitão Edward J. Smith, teve a sua última viagem, o comandante do Costa Concordia, Francesco Schettino, teve airoso destino e, a meu ver, a consciência será a metralhadora inseparável. Na minha fraca opinião, o primeiro foi “salvo” de sofrer em vida a continuação de tremendo desgosto.
[1] Na noite do dia 14 de abril, o comandante Smith já tinha ido dormir e pedira ao 1º oficial, William Murdoch, que assumisse o seu posto e o avisasse de qualquer imprevisto que ocorresse. Por volta de 23h40, o sino do cesto dos vigias tocou três vezes, indicando que algo estava no caminho do Titanic. Murdoch conseguiu ver que surgia à frente do navio uma massa escura de gelo. A ordem foi que se virasse ao máximo a estibordo e se fizesse marcha à ré a toda potência. Entretanto, a medida não foi suficiente para evitar o encontro entre o barco e o iceberg. Parte da massa de gelo arranhou o casco da embarcação sob a linha de água, abrindo um rasgo com mais de 90 metros em seis compartimentos estaques da proa, que foram invadidos pela água.