Estamos todos rotos (leia-se rôtos ou routos)
Eu bem que tento não deitar o olho nas notícias que mancham a atualidade mas, como diz o outro, lá de volta e meia, ponho-me a vasculhar os títulos de última novidade. Calhou-me, esta tarde, o título pomposo “Cavaco cita "interesse nacional" para congelar reformas antecipadas”, no Económico. Pasme-se, e até apetece escrever também em título pomposo mas uma nica amedrontado, “Estamos todos rotos” e, contra isso, batatas e batatoides. Quer dizer, se nem batatas tenho (e alguns também não), a nossa reforma nem sequer vai ter o prazer de nos cair na mão quanto fará no bolso (a verdadeira mesmo, na idade certa).
Na verdade, a gente nem chega a pisar o risco da velhice, portanto, não há que reclamar. Muito menos vamos ter razão para passar por uma reforma antecipada, nem gozar as delícias de uma tarde, acompanhada pelas melodias de alguns melros pretos que, ultimamente, acharam-se no direito de nos alegrar o quintal. Valha-nos esses ricos bichinhos cuja existência nem dá pelas calamidades de umas tantas cabeças (des)iluminadas. A culpa vai morrer solteira, como diria o outro ainda, porque todos contribuímos para o buraco financeiro em que nos encontramos.
Era muito gastar mesmo. Uns com tudo e outros sempre com o mesmo. Eu, por mim, incluo-me naqueles que andam sempre com a mesma roupa e só trocam a calça com a blusa de anteontem, etc.
Aos poucos, vamos dando pela verdadeira cratera que já vem de algum tempo e sempre nos tentaram tapar o sol com a peneira. Daqui a nada vai por terra um governo para vir outro que nos voltará a dar tudo. E assim sucessivamente até atinarem que a culpa disto tudo é do EURO. Enquanto a despesa for superior à receita não há salvação. Insisto, estamos todos rotos. E leia como quiser…
Rosa Silva ("Azoriana")