Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana).
Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1
Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos
Motivo para escrever: Rimas são o meu solar Com a bela estrela guia, Minha onda a navegar E parar eu não queria O dia que as deixar (Ninguém foge a esse dia) Farão pois o meu lugar Minha paz, minha alegria. Rosa Silva ("Azoriana") ********** Com os melhores agradecimentos pelas: 1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3" 2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze" 3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor" **********
Tal como as pessoas, as coisas também nos deixam penas. O velhinho Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo, E. P. E. é um dos que, olhando de passagem, me planta uma nostalgia com o "último adeus", de janelas alinhadas e fechadas, fazendo lembrar uma despedida. Quantos e quantas nasceram, atalharam dores, tiveram cura, tiveram o último leito... Minha avó, meu pai, minha mãe tiveram ali o último estado de vida...
Quantos e quantas deram o seu contributo para o bem estar da Saúde?! Médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica, pessoal dos serviços gerais e auxiliares e, ainda, outros profissionais cuja missão se prende com o dar vida e zelar pela vida dos seus semelhantes.
Hoje, de passagem pela rua lateral, junto ao velhinho HSEAH, E. P. E. tive a sensação de frieza e podia ter causado um acidente não fosse a imediata continuação do controlo da condução do veículo automóvel. Olhei aquela montra vertical de persianas fechadas, tal como as pálpebras de um ser vivo inanimado... e percebi, de novo, o quanto é imediata a nossa viagem na terra. Este velhinho Hospital contava com cinquenta anos, sensivelmente, a ver pela listagem de efemérides que Luís Mendes Brum nos apresenta no seu "Bagos d'Uva", blog biscoitense que sigo amiúde. Meio século a ajudar para, agora, dar lugar às mesmas ajudas em novas instalações, dignas de louvores.
Foto da autoria de Luís Mendes Brum
Louvo, também, todo aquele mundo que foi o Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo, E. P. E., na Canada do Barreiro, e que me ajudou imenso durante os meus cinco internamentos (entre outros atendimentos) e os dos meus três filhos legítimos.
Há bem pouco tempo li um artigo que, qual metralhadora, disparava uma série de acontecimentos passados com repercussões no presente e futuro local, nacional e até internacional, em fileira e penso que corretos, tal não fosse a sabedoria de quem os escreveu. Naturalmente que o respetivo autor tem a ver com os espíritos iluminados da nossa sociedade. Não vou mencionar o nome dele porque ele também nem me conhece bem… Talvez só conheça algum dos meus descendentes e julgo que deve nutrir alguma amizade laboral. Enfim, adiante… Aquele artigo contagiou-me e impeliu-me a escrever algumas linhas tomando, precisamente, o términus do seu artigo: nós que vivemos por aqui no meio do Atlântico, o mar só é calmo às vezes.
Se o mar desse peixe e a serra desse lenha estava o caldo feito para destemperar a tal crise em tudo o que é onda. Se o caldeirão fosse de ferro e o fogão de chapa antiga, com um forninho por baixo, já se dispensavam muitos dos fogões a gaz ou elétricos e as máquinas de secar roupa (e a da roupa se a pia fosse de lavadouro jeitoso para as mãos esfregarem os fundilhos de umas quantas indumentárias de qualquer sexo). Se não fosse a tal bem apregoada crise, sendo a mesma uma maldita, talvez fosse possível o ser humano ser tolerante q.b. perante algumas circunstâncias da vida. Ora vejamos:
Tiraram a uns quantos os subsídios de férias e de Natal e reduziram outros consoante a “cara” tarifária do freguês e, ao invés, não pensaram em deixar ficar o subsídio de refeição dos dias em que a ausência, por férias ou por dias religiosos, não é contada para esse efeito. Não é justo! Não, não é.
E por escrever dias religiosos, vêm-me à mente, uma efeméride única e atrativa. Nem sei se serei viva na tal efeméride, mas a sê-lo, teria todo o gosto em permanecer na freguesia (que ainda é e creio que ninguém se atreverá a mexer com as coisas de Deus para deixar de o ser), mas escrevia eu, que teria todo o gosto em permanecer na freguesia do denso nevoeiro (que já não é tanto assim), para a festividade de século e meio. Sou natural e não residente mas serei uma eterna amante daqueles dias em que a Serreta parece um céu na terra.
O cheiro das colinas, das alcatras, da massa doce, a alvura das casas, os palcos, as luzes, as cores, as gentes, os abraços, os beijos, o sino, a música, a tasca, os foguetes, os tapetes de flores, as colchas acenando às janelas, os ramos, os altares vistosos, as flores de Maria, o perfume inebriante do Santuário, os cânticos, o Hino, a novena, as orações temáticas, o incenso, a Palavra, o grupo coral, os sermões votivos, as lágrimas, os risos, as tocatas da Filarmónica na alvorada, a Procissão com uma alegria de Filarmónicas visitantes (oxalá este ano fossem quase todas, graciosamente), a tourada do Pico da Serreta, a tourada da quarta-feira com a ida ao Mato, num convívio que reúne os de lá que visitaram os de cá, a quinta-feira da saudade e a sexta-feira do regresso com um cansaço feliz e inesquecível, também para o meu benjamim que, nesses dias, nem dorme direito para atuar com a sua trompa de harmonia… É lindo! É mesmo o céu, esse é o céu que eu vivo ano-a-ano.
Faz hoje, precisamente, um ano que o jornal local, "A União", divulgou a notícia sobre o lançamento do livro - Serreta na intimidade, no dia 2 de abril de 2011, dando conta da felicidade, emoção e concretização de um sonho.
Ao percorrer os jornais do dia de hoje, deparei-me com a imagem "No Tempo pela Notícia", onde vão rolando os títulos correspondentes à data atual.
E não é que voltei a emocionar-me por ver a marca de felicidade que brota da imagem?! É verdade! O que se faz por amor tem sempre o seu valor e o condão de nos chamar a atenção.
Um agradecimento muito especial a quem deu este título ao artigo de então: «LIVRO DE ROSA SILVA "Serreta na Intimidade" num apego à freguesia»... Juro que não fugiu à verdade, verdadinha.
É a sétima vez que o meu aniversário acontece num Domingo. Este é também Domingo de Ramos e de Petas. Desde muito novinha que aprecio o dia de aniversário. Foi-me incutido no seio familiar e, desde então, que gosto de festejar aniversários. Pena que já não festejem comigo os que, nesse dia, não se lembraram que era um dia de Petas...
Fico a aguardar uma peta ou uma verdade, tanto faz! Eu queria mesmo era BOLINHO!