Artesão nato e artes nossas
Pró feijão e cereais
A peneira tinha o brilho
Que hoje não se vê mais.
Rosa Silva ("Azoriana")
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“Começaste com versos e, agora, já “embrulhas” tudo com mestria, ou seja, a prosa e a poesia.” Esta expressão de um mestre na revisão linguística, surgiu nesta tarde, do penúltimo de julho, após a sua aturada leitura de um dos meus escritos, à laia de vista de olhos em revisão. Não me senti vaidosa nem exultante, mas percebi que os milagres continuam nas eras atuais e isso dá-me força para continuar a zelar pela freguesia que consta da minha naturalidade.
Ontem, no dia da freguesia da Serreta, percebi um dos milagres. No meio da efeméride, na vegetação nobre da nossa Mata, houve uma espécie de reunião entre dois elementos da comissão das festas de setembro, um colaborador e eu, também convidada a colaborar num dia muito especial da festividade. E qual foi o milagre? A Nossa Senhora mostrou-me, ali bem de frente, como não há distância para quem quer ajudar, não há fronteiras para quem quer ser útil e há laços que se desatam numa milésima de segundo: cumprimentei um indivíduo que vim a descobrir pertencer a uma Associação Grupo de Jovens Arcanjos da Vila das Lajes, que há muito venho seguindo através do seu blogue. Não me passava sequer pela cabeça ser esta pessoa, em causa, membro de tão prestimosa Associação, mesmo que já tivesse visto várias imagens no blogue. Encantou-me pelo facto de ser humilde, risonho, benfazejo, altruísta e capaz de pôr em prática os mandamentos de Deus – ajudar o próximo como a si mesmo.
Não posso revelar o assunto que nos pôs frente a frente mas posso assegurar que foi tudo por uma magnífica causa, que verá a luz no futuro próximo.
Até lá, fico à espera de outro milagre: que estes jovens com objetivos sérios e AMIGOS DA SENHORA DOS MILAGRES, tenham possibilidade de expressarem a sua arte, o seu Amor, a sua musicalidade, no dia que fazem a sua caminhada desde as Lajes até à Serreta, sempre com uma atitude benévola e risonha. Permiti, Senhora, que eles te ofereçam o que tem de melhor e nada lhes perturbe a sua juventude criativa. Assim espero.
Angra do Heroísmo, 30 de julho de 2012.
Rosa Silva (“Azoriana”)
À descoberta das ilhas, por Nuno Ferreira , o jornalista caminhante.
2012/07/21. 13:00
Sábado de calor e humidade q.b.
É com elevada consideração que registo este comentário. Andar é fazer caminho. Caminho é descoberta infalível de novidades com olhar subjetivo. Cada palmo de terra percorrido dá a este homem, curioso da insularidade, uma autêntica enciclopédia ilhoa de conhecimento ilhéu.
Agradeço, reconhecidamente, o facto deste Aveirense ter aceite o meu convite para confraternizar connosco partilhando o pouco que sabemos ao grande manancial de informação que o mesmo é possuidor.
Desejo, sinceramente, que todos os seus ideais sejam concretizados e que esta viagem pelas nove ilhas, a pé, seja inesquecível para ele, para os habitantes da Região A. Açores e para quem partilha deste bom hábito.
Da minha parte, só tenho a elogiar tudo o que fazem a favor destas nove ilhas de encanto onde a natureza é o melhor espanto.
Terra e Mar sempre hão de estar a par.
Abraços
Rosa Silva e família
Canada dos Folhadais - São Carlos - Angra do Heroísmo
Pelas ilhas açorianas in AzoresGlobal, porque não? O resto só vendo! Venha de férias aos Açores e terá ILHAS à escolha... Dourada, verde, lilás, alva, acastanhada, cinzelada, azul, rosa e negra ave de encanto, nomeadamente, Santa Maria, São Miguel, Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico, Faial, Flores e Corvo. E traga um amigo ou mais...
Angra do Heroísmo, meados de julho do ano de dois mil e doze.
-Rosa Silva/Angra do Heroísmo-
Eu não sei precisar com termos técnicos tudo o que se relaciona com o Touro e a Festa Brava tão tradicionais na ilha Terceira e com prolongamentos para algumas ilhas aderentes ao modo de lidar com o gado bravo.
Também não sou propriamente uma aficionada ferrenha mas sempre que vou a uma tourada gosto de avistar o bicho e apreciar a desenvoltura dos capinhas que são propriamente os únicos a fazer um arraial feliz, não fosse essa a intenção principal de uma tourada à moda da ilha mais taurina do mundo.
Quis fazer esta resenha porque, mesmo que tenha um verdadeiro medo do animal bravo, aprecio as suas investidas e até já nem procuro paredes bem altas mas prefiro estar nas pontas onde o risco tabela a distância legal de brincar com o bravo.
Chamarei a isto tudo um bordado de bravura porquanto todo o conjunto taurino-turístico está recheado de pontos emblemáticos: cor, movimento e alegria misturada com alguma arranhadela ou nódoa negra se a cousa der para o torto e o animal conseguir mostrar que quem manda é ele, nesta questão de investida e corrida com a bênção da corda. Na estrada caso falte uma corda já não se chama tourada mas largada de touros, o que não é tanto frequente, exceto pelas festas Sanjoaninas ou nalguma festa improvisada nas freguesias mais populares.
Isto tudo para vos dizer que fui à tourada da Ribeira Manuel Vieira, em Santa Bárbara, do concelho de Angra do Heroísmo. Gostei! Um mar de gente no caminho da bravura fazia o tal bordado rico de tradição, fazendo lembrar um passado recente. A cada foguete um misto de curiosidade e espanto: quatro bravos puros de quatro ganadarias diferentes. É cousa rara! Vimos dois na ponta de cima, um no meio do arraial (para lá do risco), e outro na ponta de baixo (o 3º que achei bonito fugindo à cor habitual e com manchas brancas). Penso que não houve incidentes. Houve, sobretudo, sol, alegria e a magia de ser-se terceirense de raiz e emigrante de regresso às festividades de verão.
Quem me dera que nunca interpretassem esta paixão como um sacrifício mas como um retemperar de ânimo para os dias seguintes onde a bravura é muito maior que a de um toiro perante o mexer de um trapo qualquer ou de um guarda-sol de amizade.
É por tudo isto que há uma Tertúlia, letras e melodias de marchas de São João, artigos de revista, jornais, blogues, programas televisivos, fóruns, fotografias, aficionados, pastores, capinhas, forcados, cavaleiros, etc. e todo um bordado de gente que vive e sobrevive com os BRAVOS DE CORAÇÃO.
Terceira ilha vistosa
Há Festa Brava de encanto |
Defendo toda esta Festa
Vivemos de braço dado |
Rosa Silva ("Azoriana"). 2012/07/16
Basalto na fileira de ternura,
Rumando nas pedrinhas da calçada,
Talhando de amor a pedra dura
Da rua onde mora a minha amada.
Calcetei a minha vida insegura
Que de novo se viu coroada,
Fugindo ao abalo da desventura
Voltei à minha cidade restaurada.
Moldo a rua na valsa das raízes...
Decoro o cinzelado dos meus passos
Que escureceram [ruínas do sismo].
E do céu caem lágrimas felizes,
Cantando na certeza dos meus laços
À cidade de Angra do Heroísmo!
Rosa Silva & Fred Freitas