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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

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Bordado de bravura

16.07.12 | Rosa Silva ("Azoriana")

Eu não sei precisar com termos técnicos tudo o que se relaciona com o Touro e a Festa Brava tão tradicionais na ilha Terceira e com prolongamentos para algumas ilhas aderentes ao modo de lidar com o gado bravo.

 

Também não sou propriamente uma aficionada ferrenha mas sempre que vou a uma tourada gosto de avistar o bicho e apreciar a desenvoltura dos capinhas que são propriamente os únicos a fazer um arraial feliz, não fosse essa a intenção principal de uma tourada à moda da ilha mais taurina do mundo.

 

Quis fazer esta resenha porque, mesmo que tenha um verdadeiro medo do animal bravo, aprecio as suas investidas e até já nem procuro paredes bem altas mas prefiro estar nas pontas onde o risco tabela a distância legal de brincar com o bravo.

 

Chamarei a isto tudo um bordado de bravura porquanto todo o conjunto taurino-turístico está recheado de pontos emblemáticos: cor, movimento e alegria misturada com alguma arranhadela ou nódoa negra se a cousa der para o torto e o animal conseguir mostrar que quem manda é ele, nesta questão de investida e corrida com a bênção da corda. Na estrada caso falte uma corda já não se chama tourada mas largada de touros, o que não é tanto frequente, exceto pelas festas Sanjoaninas ou nalguma festa improvisada nas freguesias mais populares.

 

Isto tudo para vos dizer que fui à tourada da Ribeira Manuel Vieira, em Santa Bárbara, do concelho de Angra do Heroísmo. Gostei! Um mar de gente no caminho da bravura fazia o tal bordado rico de tradição, fazendo lembrar um passado recente. A cada foguete um misto de curiosidade e espanto: quatro bravos puros de quatro ganadarias diferentes. É cousa rara! Vimos dois na ponta de cima, um no meio do arraial (para lá do risco), e outro na ponta de baixo (o 3º que achei bonito fugindo à cor habitual e com manchas brancas). Penso que não houve incidentes. Houve, sobretudo, sol, alegria e a magia de ser-se terceirense de raiz e emigrante de regresso às festividades de verão.

 

Quem me dera que nunca interpretassem esta paixão como um sacrifício mas como um retemperar de ânimo para os dias seguintes onde a bravura é muito maior que a de um toiro perante o mexer de um trapo qualquer ou de um guarda-sol de amizade.

 

É por tudo isto que há uma Tertúlia, letras e melodias de marchas de São João, artigos de revista, jornais, blogues, programas televisivos, fóruns, fotografias, aficionados, pastores, capinhas, forcados, cavaleiros, etc. e todo um bordado de gente que vive e sobrevive com os BRAVOS DE CORAÇÃO.

 

Terceira ilha vistosa
Tertúlia de aficionados
Sejas pra sempre ditosa
Taurina por todos os lados.

 

Há Festa Brava de encanto
Do povo que amansa a vida...
Solene em cada canto
De rubro, a cor garrida.

Defendo toda esta Festa
Uma chama regional
Não há terra como esta
No que toca ao arraial.

 

Vivemos de braço dado
Com a força da natureza
O toiro nos é legado
Num brinde à sua braveza.

Rosa Silva ("Azoriana"). 2012/07/16