Recheio de rimas. Nota da autora
Normalmente, um livro que se recheia com a inspiração de uns tantos dias claros ou escuros é lido da frente para trás… No meu caso, digo, no caso do Recheio de rimas pode ler-se de trás para a frente porque o “copy & paste”, isto é, a cópia e a colagem, foram feitas por ordem decrescente, da frente para trás, pela data da criação e/ou publicação.
Nem sempre as datas que se veem são concordantes com os momentos da criação, que não tem hora marcada, surgem e pronto. Se não as assentar, voam como gaivotas planando por sobre um mar de azeite.
Depois de um arranjo simples, dou por mim com duzentas folhas de escritos alinhados conforme o meu apetite, sem contar com as primeiras relativas à listagem do conteúdo que não obedeceu a ordem temática nem alfabética, mas sim, à ordem sequencial de datas do post ou artigo do blog Azoriana / Açoriana, incluindo outros sítios onde a minha aparição se faz.
Às vezes, pergunto-me: - Porquê tanta letrinha? Porquê tanta hora dada e tirada a outras visões que não um monitor de computador? A resposta é balbuciada no meu íntimo: - Nunca te arrependas do que fizeres pela FLOR DA RIMA. Podia ter sido este o título da segunda coletânea cuja assinatura tem os meus retalhos… Talvez… Mas, repentinamente, o título que me ocorreu primeiro foi o Recheio de rimas porque é disso mesmo que se trata toda a envolvência da minha pessoa… Parece que o meu interior está possuído por um vício bom que se ganha após uma caminhada longa pelos ares da inspiração.
Apetece-me, neste momento, gritar alto, muito alto: - Tenho mais um livro a jeito de beijar-lhe as páginas à chegada!
Pode nem haver partida, chegada ou outro qualquer movimento palpável… Mas consegui, por minhas próprias capacidades, estruturar algo que estava disperso pelos “html” de um “vício” diário, ou quase… “Tenho mais um livro!” Pensado, meio organizado, sem prefácio, sem capítulos, sem mais explicações que não as do conteúdo e já é muito, dirão alguns.
Autobiografia, à família e aos amigos, a gentes e locais, pensamentos, recordações, aniversários, símbolos, Cantoria e Pezinho, alguns sonetos e sonetilhos e outras dádivas, são o ramalhete temático que prolifera ao longo de duzentas páginas, com aproximadamente 320 títulos, em índice, exceto – A ilha de alvorada, que, por lapso (ou de propósito?!), apenas conta na pág. 189/190, cuja publicação em blog faz dois anos, amanhã (9 de agosto).
Não é à toa que a palavra “amor” prolifera umas quantas vezes em tudo o que escrevo. Eu amo tudo isto e a quem me acompanha e me ajuda em tantas tarefas. Realço a primeira e última quadra daquele conjunto:
A ilha toda se junta
Quando toca um louvor
E de belos versos unta
A mensagem do amor
(…)
A cultura popular
Com glórias açorianas
Para sempre vai andar
Nos pilares das semanas.
Por fim, lembro que tudo isto foi conseguido exatamente a um mês daquela que será a festa maior do ano, olhando à conta bonita de aniversário. De oito de agosto de 2012 até oito de setembro p.f. conto exatamente trinta dias, de ponta a ponta. Mas foi a 22/03/2012, que na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, na Horta, foi aprovado, por unanimidade, um Voto de Saudação pelos 150 anos da elevação da Freguesia da Serreta, concelho de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira. Graças à conclusão da recolha de artigos para coletânea e a uma pesquisa momentânea é que dei por este grandioso Voto, que podemos ler na íntegra na página oficial… Bem-haja! [Pausa].
1º O que terei publicado no dia oito de agosto de 2011? 2º E no dia oito de setembro de 2011? [Pausa] No 1º não encontrei nada publicado. No 2º tinha publicado três artigos. Um referia-se ao programa da festa de 2011, o outro sobre uma triste notícia e, por fim, uma dedicatória à Associação Grupo de Jovens Arcanjos da Vila das Lajes da ilha Terceira. Voltei a ler e pasmo de espanto com o que eu própria vou escrevendo à luz da inspiração que chega como lava quente:
(…)
Grupo de Jovens Arcanjos
Das Lajes, ilha Terceira,
Fazem da Fé seus arranjos
Com beleza pioneira.
São as "Flores de Maria"
Do Arcanjo São Miguel
São felizes na Romaria
Mensageiros de alma fiel.
E agora, um aparte, em surdina:
Tanta coisa que se diz,
Entre tantas que se fazem
Quem honra a sua raiz
Em vida algumas jazem.
Que não morra o que escrevo
Em tábuas sem pergaminho
Por todo o meu enlevo,
Já tive tanto carinho.
Foi gente de cá e de lá
Entre lágrimas e sorrisos,
Que abraço desde já
Entre rimas e improvisos.
E se a palavra AMOR
Anda numa roda-viva
Louvado seja Bom Senhor
Que me deu fonte ativa.
Quando não souberes de mim,
Quando me fizer calada,
Quando morrer meu jardim
Sem eu puder fazer nada…
Leva um beijo de alfenim
Para a última morada.
Lembra-te que muito amei,
Pequei e fui ultrajada;
Em tudo o que fiz e dei
Fui por rima temperada;
Se fizeres alguma lei
Seja ante o fim da estrada.
Rosa Silva (“Azoriana”)
E olhem só para isto que recebi (Adorei! Obrigada.):
Boa noite ó dona Rosa
Do roseiral da Terceira
És uma planta assombrosa
Por cima de uma oliveira.
António Oliveira (Mintoco)