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Fiz uma pesquisa usando a expressão “Por quem os sinos dobram”, pois a mesma assomou à minha mente, sem saber se é título de livro, filme ou outro cenário qualquer. A resposta veio dizer-me que é um romance de 1940 do escritor norte-americano Ernest Hemingway, que narra a história de Robert Jordan, um jovem norte-americano das Brigadas Internacionais. Professor de espanhol que se tornou conhecedor do uso de explosivos, Jordan recebe a missão de explodir uma ponte por ocasião de um ataque simultâneo à cidade de Segóvia.
Quando me veio à mente aquela expressão não foi propriamente por conhecer este livro, mas porque ouvi dizer que amanhã, quarta-feira, os sinos todos dobrarão pelas 15 horas em uníssono por uma morte diferente na Região, tratando-se de alguém do clero e com um nível acima dos demais. Não vou fazer qualquer comentário a respeito do falecido mas sim a propósito dos sinos.
Um sino dobra sempre de duas maneiras principais: pela chegada e pela partida. A chegada é alegre... A partida causa dor no ser humano e uivos nos animais domésticos que parecem querer juntar-se à dor humana. Por outro lado, quando os sinos dobram em conjunto e assertivamente julgo ser o melhor Hino que se pode levar até à descida à campa fria… Acho que deviam declarar luto regional para todos pudermos acompanhar este funeral único.
Enquanto que hoje há um sino que vai dobrar a solo por alguém que muita gente (eu inclusive) estimava, tenho cá para mim que mesmo a solo vai causar mais consternação a filhos, viúvo, netos, amigos e conhecidos. Não vou citar nomes mas devia. É que esta senhora foi durante anos uma voz audível no grupo coral do Santuário de Nossa Senhora dos Milagres, foi uma mãe e educadora exemplar e tinha sempre uma amabilidade para quem dirigia ou recebia a sua palavra. Nestas horas queria eu que os sinos todos dobrassem e a acompanhassem ao Pai. Todos, afinal, merecem os hinos finais numa despedida custosa e que deixa marcas para o resto de tantas vidas que, um dia, na certa irão encontrar-se de novo…
Tal pena nunca acertarmos com as homenagens em vida para a maioria dos seres viventes. É pena. Mas, no meu íntimo, sei que esta senhora serretense receberá a homenagem devida no encontro com o Pai.
28 de agosto de 2012, num dia triste por dentro e por fora…