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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

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Tempestade

30.10.12 | Rosa Silva ("Azoriana")

Batem leve, levemente (...)

 

Nasceu o dia com o assobio veloz do vento. O seu canto é aflitivo. Pelas frinchas da janela ouço o seu trinado triste. Recolho mais um pouco ao silêncio da almofada. Mas não consigo dormir com os pingos em compasso certo caindo mesmo ao lado da cama. Levanto-me e, rapidamente, resolvo a situação: arredo a cama para lugar seco. O vento acompanha-me forte e brusco. A chuva limpa até às entranhas da terra. A estrada parece um rio correndo para o mar. A pequenez das ilhas quase estoira de aguaceiro.

No fundo, gosto de dias assim. Recolho-me ao pensamento e viajo ao sabor dele. Deixo-me ficar no nevoeiro da palavra. Por outro lado, penso nos que, sem teto, sentem a frieza até aos ossos. Senhor, dai-lhes um sorriso e tende misericórdia de todos. Cada vez que há uma passagem da tempestade perde-se muito. Perdem-se horas de trabalho nos campos, perdem-se produtos e haveres.

Espera-se que o sol venha, de novo, dar um tanto do que a chuva levou. Assim seja!

Angra do Heroísmo, num dia de mudança para a visão do chuveiro que continua lá fora...

 

Rosa Silva (“Azoriana”)

E se não estou inspirada...

25.10.12 | Rosa Silva ("Azoriana")

MOTE

SE A TARDE FOSSE MORNA
E A NOITE AQUECIDA
O DIA NA CERTA TORNA
MAIS QUENTE A NOSSA VIDA.

GLOSA

SE A TARDE FOSSE MORNA
Mesmo em dia friorento
É porque o Sol adorna
Tudo em qualquer momento.

Se a tarde fica quente
E A NOITE AQUECIDA
Fica toda a nossa gente
Com mais saúde e vida.

Mesmo debaixo de sorna
Se te vem doce o sonho
O DIA NA CERTA TORNA
Com o seu ar mais risonho.

E se não estou inspirada
Nem com tese conseguida
Importa é ter alvorada
MAIS QUENTE A NOSSA VIDA.


Bom dia Amizade e Vida!
Rosa Silva (“Azoriana”)

Afago as letras

23.10.12 | Rosa Silva ("Azoriana")

 

Disseram-me poetisa para não morrer
Um poeta não morre no seu viver
Afaga as letras, dá-se em palavras, ama,
Aceita a acendalha de nova chama.

 

Um poeta não morre no seu viver
O seu pergaminho o faz crescer
No rasgo profundo da sua pena
Faz leve a brisa na pele morena.

 

Afaga as letras, dá-se em palavras, ama,
Beija as sílabas e canta-as pela rama;
Que pena a morte não deixar saber
Se o poeta volta para agradecer.

 

Aceita a acendalha de nova chama,
Nos livros e telas que alguém reclama
À leitura dos olhares que o tempo esgota
E ao fim de contas a saudade brota.

 

Disseram-me poetisa… para eu viver!

 

Rosa Silva (“Azoriana”)

Ao poema "Amizade" de Euclides Cavaco

23.10.12 | Rosa Silva ("Azoriana")
"Amizade" poema lindo
Uma lágrima vem vindo
Torvando o meu parco olhar
Consegui ouvir sua voz
Que vem suave até nós
Com Amizade a embalar.
 
E dei comigo a pensar
Não sem antes questionar
Onde anda a amizade?!
Hoje tudo é tão veloz
Que só mesmo a sua voz
Traz paz à comunidade.
 
Por lhe ter muita amizade
Digo-lhe também à vontade
Que Euclides é o herói
Da amizade que comunga
Não de exalta nem resmunga
Porque é bom e sempre foi.
 
Meu abraço nesta hora
Vai por esta rede fora
Para longe como se perto
Em uníssona amizade
Levasse solidariedade
A quem nos dá hino certo.

Rosa Silva ("Azoriana")

Comentário de José Fonseca de Sousa a propósito do artigo e de um aniversário.

22.10.12 | Rosa Silva ("Azoriana")

Haja inspiração!


Comentário:


Presumo que o amigo lisboeta seja eu e se assim for não tem nada que me agradecer pelos "elogios" que faço em relação ao seu elevado talento literário, mas se realmente quer agradecer faça-o a Deus pelo dom magnífico que lhe deu que é o de conseguir passar para o papel de uma forma tão meritória tudo o que lhe vai na alma; e como a sua alma é grande o resultado só poderia ser maravilhoso.

 

Penso que já me conhece o suficiente para não ter dúvidas de que se o declaro é porque estou convicto das afirmações que faço.

 

Continue a sua obra literária com a mesma convicção porque mais cedo ou mais tarde os responsáveis pela cultura popular dos Açores e não só, têm que dar-lhe "ouvidos", para bem da cultura popular.

 

Um grande abraço de amizade
para si e para o esposo

13-10-12
José Fonseca de Sousa
Lisboa

 

Nota: Publico o comentário no dia de aniversário da esposa do amigo José Fonseca, enviando um grande beijinho de parabéns! Desejo tudo de bom a este casal maravilhoso que para as ilhas dos Açores é tão amistoso. Nós também não vos esquecemos.

 

Muitos parabéns! Feliz aniversário.

 

Estas rosas que florescem
Nos campos açorianos
Bem que hoje as merecem
Aquelas que fazem anos.

São pra D. Guiomar
Esposa do bom Amigo
José que gosta de comentar
Quando lê o meu artigo.

Uma quadra apresentada
No início da semana
Florida e emoldurada
Com rosas da Azoriana.

São as flores preferidas
Rainhas de bom jardim
E foram bem escolhidas
Para se lembrar de mim.

Há rosas escritas faladas
Num ramalhete de amor
E há rosas dedicadas
A quem dá e tem valor.

Gostei muito de conhecer
O casal de bons valores
Que moram e vão permanecer
No coração dos Açores.

Bem-Haja!

Parabéns!

Rosa Silva ("Azoriana")

Não sei viver sem o mar

22.10.12 | Rosa Silva ("Azoriana")
Não sei se acontece a toda a gente mas a mim sei que acontece e me pergunto muita vez: porque o mar nunca para? Umas vezes calmo, outras vezes cavado a grosso, outras, ainda, impaciente e revoltado, mas nunca para, nunca descansa. Assim sou eu. A minha mente é um mar em constante movimento. Há de haver sempre uma coisa que chame a atenção ao pensamento. Neste momento estou a matutar numa ideia que me atormenta e nem posso deitar cá para fora para não me acusarem de andar sempre sem descanso da mente. Uma mãe é como um barco que se lança ao mar numa viagem de longa duração. Encontra mar calmo e revolto. Encontra peixe miúdo e graúdo. Nem quando chega a noite para dormir descansa… A mente está sempre alerta num sono sonhador a tender para o pesadelo, numa comunhão cerrada com outros que a circundam. Então, para me distrair do pior volto-me para o mar e digo:
 

 

Não sei viver sem o mar
Ando sempre a naufragar
Aquém do louro horizonte
Sou ilha em parapeito
Com o mar cercando o peito
Acenando ao alto monte.

Não sei viver sem o mar
Mesmo sem saber nadar
Encanta-me aquele vaivém
Na ondulação perfeita
Há marés que estou sujeita,
Mas do mar eu gosto bem.

Não sei viver sem o mar
Sem o ver e abraçar
Na espuma nos rochedos...
É com ele que eu sonho
E ao seu lado me ponho
Tentando arrumar os medos.

Não sou de mim, sou do mar...
E sempre o hei-de amar!

Rosa Silva (“Azoriana”)

Equilibrar fará ganhar

22.10.12 | Rosa Silva ("Azoriana")

Já lá vão os tempos em que o dia da “mesada” era um dia de festa, por assim dizer. Esta “mesada” a que me refiro é o salário mensal. Todos deviam tê-lo mesmo aqueles que andam de roda do tacho, da máquina de lavar roupa doméstica ou da pia com lavatório plástico ou cimentado (de pedra, nos tempos atuais é um artigo de ornamentação de jardins ou arredores de mansões).

O objetivo do primeiro parágrafo é o segundo, que já vem a transbordar da mente: A festa que se fazia com o salário de outras eras em que a receita dava e sobejava para a despesa tinha mais ou menos a ver com o equilíbrio das somas: da receita que recebes pagas aquilo que deves. Infelizmente, hoje não é bem assim. A receita já começa a dar dores de cabeça mal entra na soma da despesa. Antes mesmo da mudança do mês tal, para o mês coisa e tal, já se apertam os cintos até ao último furo (ou até ao ponto de se ter de fazer furo novo). Mas isto tudo porquê? Porque a dita evolução que se foi adquirindo, visionada muitas das vezes por amostra do exterior, foi tomando conta do dia-a-dia. Casa que não tenha casa de banho apetrechada com tudo do bom e do melhor, que não tenha esquentador inteligente, máquina de lavar, secar e até passar, que não tenha som, música e cor num ecrã com formato avultado, que não tenha frigorífico, fogão com bocas e forno suficientes para dar conta dos ingredientes faustosos, que não tenha arca congeladora com produtos à escolha, que não tenha micro-ondas, para-raios, locomotiva (lembrei-me da “Pedra Filosofal” e da metáfora do sonho), enfim, que não tenha luxos e asseio q.b. não faz parte da dita evolução que nos transformou ao ponto de não querermos voltar aos dias de fazer tudo à mão. Há máquinas para tudo e mais alguma coisa. É uma questão de termos no bolso o que é preciso para as mandar levar a casa.

E já me alonguei muito no parágrafo anterior que ainda peca por incompleto. Há tanta, mas tanta coisa a que nos habituámos (e nem tenho metade do que vejo por esse mundo açórico e não só) que deixar de ter é outra dor de cabeça sujeita à toma de analgésicos e antipiréticos e outras pílulas que nos façam a vida parecer bela.

Não se deve reclamar quando a saúde estiver de bem com a vida. Isso é que é importante porque o resto é uma questão de habituação. Quando não há, não há e está decidido.

É pena que os nossos governantes não experimentem o seguinte: aumentar a “mesada” mensal e não apenas cortar, tirar e aplicar impostos a tudo e mais alguma coisa. Lembrem-se que o EQUILÍBRIO é o segredo do bem-estar. Se a balança pender só para um lado não se lhe pode chamar fiel.

Se aumentassem os salários a jeito de cobrir a despesa (que muitas vezes nos é impingida pelo invólucro da publicidade enganosa), à laia de experiência a ver se há tafulho, então acredito que o buraco não seria tão custoso de tapar.

Com tanto parágrafo já perdi os olhares de quem devia pensar no nosso grave problema.

 

Se quiser bom conselheiro
Para um problema comum
Aumente o nosso dinheiro
E vai ver que sobra algum.

A ver pela atualidade
Muita gente a reclamar
É prova que a sociedade
Está toda a afundar.

O buraco é tão fundo
Que nada o vai tapar
Pode até correr mundo
Mas ele vai acompanhar.

Haja equilíbrio na receita
E na despesa correntes,
Fica a gente satisfeita
Com o melhor dos presentes.

Seja em prosa ou em rima
Peço que haja prudência;
E tudo o que está acima
Foi escrito sem violência.

A violência nos lesa
Quando a fome vem à tona
E também muito nos pesa
Quando alguém nos abandona.

Rosa Silva (“Azoriana”)

Viva a alma serretense!

20.10.12 | Rosa Silva ("Azoriana")

A Serreta foi meu berço
E foi anel de união
Aprendi a rezar o terço
Fiz primeira comunhão.

Hoje volto àquele local
Sou sempre bem recebida
Na Sociedade e em geral
Por todos sou acolhida.

Devo louvar com fervor
E honrar minha raiz
Onde a Mãe do Senhor
Me lança um ar feliz.

Sua fronte imaculada
Irradia a doce paz
Quem responde à chamada
Muito mais a satisfaz.

Quando volto ao meu torrão
Regresso mais animada
Ele me dá inspiração
E lanço a quadra rimada.

A todos da Sociedade
Filarmónica tão querida
Estrela da comunidade
Que nos dá ânimo e vida.

Que sejam muito felizes
Músicos e toda a Direção
E a família, suas raízes,
Zelando pela tradição.

Um abraço mui contente
Do fundo do coração
Viva toda a nossa gente
Que hoje canto com emoção.

Rosa Silva ("Azoriana")
2012/10/20

Vozes do Fado (o mote)

19.10.12 | Rosa Silva ("Azoriana")

 

 

O fado é uma constante
Com vozes de redondilha
Que lembra o emigrante
Quem vem e quem sai da ilha.

Fado à ilha devotado
Com bordados de lirismo
Que anda por todo o lado
Em odes de heroísmo.

Fado de alma e coração
Hino de uma oração
Feita lágrima ou sorriso...

Dedilhado da guitarra
Ao coração se agarra
Com letras do improviso.


Rosa Silva ("Azoriana")

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