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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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"Que mundo andamos a criar?"

11.10.12 | Rosa Silva ("Azoriana")

A propósito de um artigo publicado na “U”, revista semanal d’A União, de 8 de outubro de 2012, página 6, cujo título é: “Que mundo estamos a criar?”, de P. Dennis Clark – in Catholic Exchange trad, e adapt.: rm do Secretariado Nacional da NPC.

Retive-me na leitura e captei o seguinte texto: “dar os nossos dons é a única maneira possível de encontrar a felicidade”. Um texto enternecedor que faz pensar qualquer leitor. O que será que dou? O que será que damos?

Ainda hoje, pela manhã, aconteceu-me uma cena que me quedei a pensar nela até que outra me ocupe a mente: ao estacionar a minha viatura num lugar que avistara vago, no parque com cancela automática (pelo menos dou-lhe esse nome) chamaram-me a atenção que aquele lugar já havia sido avistado por outra pessoa, que entretanto, fazia marcha atrás para o ocupar. Eu, que não me havia apercebido da manobra da outra viatura, recuei, deixei que a pessoa ocupasse aquele lugar e fui direta para outro com vagatura. O que me fez ficar a pensar nisto o resto das horas matinais foi o facto de ter sido chamada à atenção de uma forma áspera, como se tivesse a cometer um crime. Será?! Por acaso fui eu que criei este mundo em que se vive? Com cancelas para tudo, com senhas para tudo, com policiamento para tudo, com parquímetros para quase todos os arruamentos citadinos, com legislação ao ponto de exaustão para toda e qualquer reação humana e animal?!

Meu Deus! Que mundo estamos a criar?

Deito-me acelerada;
Amanheço acelerada;
Tomo o pequeno-almoço acelerada (bem como os que me rodeiam);
Conduzo no limite possível de aceleração com respeito às normas e para evitar pagamento de multas;
E tudo isto para conseguir encontrar um lugar para arrumar a viatura para não ter de pagar parquímetro ou ir estacionar para “cascos de rolha” sempre a pensar no cumprimento dos objetivos laborais mesuráveis do dia. Será que vale a pena?! Andar-se a cumprir objetivos que depois vemos ultrapassados por uma maioria cujos objetivos não se regem como os nossos?!

Que mundo andamos a criar?

Eu tento criar o meu mundo de forma a não dever, a não perder, a não gastar em desperdícios, em … … … etc. e afinal devo, perco e nem consigo que os meus dons contribuam para a felicidade seja de quem for. O que me anima é que este pensamento e atitude são universais.

Pergunto-me, muita vez, porque algumas pessoas teimam em querer chegar ao pódio do poder governamental?! Se tudo está à beira de um poço sem fundo; se a calamidade é mais que muita; se não há maneira de reinventarem a conversão do escudo em euro... Porquê?! Para depois se verem obrigados a criar cancelas automáticas, senhas de posicionamento, parquímetros e tantas leis que podiam muito bem ser abolidas a favor de uma... Amar o próximo como a nós mesmos e todos poderem viver sem darem em doidos.

Rosa Silva (“Azoriana”)