2012/11/30 Homenagem ao cantador terceirense: António Mota
Para memória futura e da cultura popular terceirense:
40 ANOS DE CANTIGAS
Homenagem a António Nunes Mota
Salão da Sociedade Filarmónica Recreio dos Lavradores da Ribeirinha, ilha Terceira, Açores.
Com repertório variado, sendo declamado um poema do cantador Mota, por Luís Nunes; discursos do presidente da Sociedade Filarmónica, o presidente da Junta de Freguesia, a presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e o comendador Luís Bretão, que fez a retrospetiva de uma vida, após vermos um vídeo demonstrativo do seu percurso artístico, terminando com as palavras emocionadas e comovidas do homenageado, António Mota.
António Nunes Mota nasceu a 6 de maio de 1954, no Largo de Fátima, freguesia da Ribeirinha. Filho de Francisco Pereira da Mota e de Maria de Jesus Nunes Mota. Funcionário público. (...) Para cantar, foi três vezes ao Canadá e duas à América do Norte.
Começou, com a idade de dezoito anos, a improvisar cantigas em matanças e festas particulares. Tomou parte em cantorias com a Turlu, Abel Costa, Ferreirinha das Bicas, Ferreira da Costa, José Caniço, Barbeiro, Luís Carlos Ferreira e muitos outros. Escreveu enredos para danças: «Críticas Sociais», «Uma Mercearia Ambulante» e «Ricos e Pobres».
O António Mota é um improvisador de espírito sereno e comunicativo. As suas cantigas são caracterizadas por motivações singelas e ritmos nostálgicos que causam profundo impato nas pessoas que o escutam.
(Fonte: “Improvisadores da Ilha Terceira”, MARTINS, J. H. Borges. 1989, página 395).
Seguiu-se a declamação de uma dedicatória pelo poeta Hernâni Candeias e a oferta de duas quadras e uma sextilha por cada um dos 22 cantadores e 6 tocadores, perfazendo 44 quadras, 22 sextilhas e mais uma de agradecimento pelo Mota, que fechou esta parte.
Eis o que recordo ter cantado:
Nesta noite estou feliz
Acho que toda a gente nota
Foi o que sempre quis
Homenagear o amigo Mota.
Trago flores no coração
Pra florir na quadra minha
Pró homem de S. Sebastião,
Fortaleza da Ribeirinha.
Adeus senhoras e senhores
Neste ato tão correto
Adeus nossos cantadores
E cordas com tanto afeto
Viva o cantador dos Açores
Sua família e seu neto.
Depois tivemos a excelência das vozes das filhas de António Mota, junto com outra fadista, que compõe o grupo Fadalistas. Foi uma atuação lindíssima com vozes que honram o pai, a freguesia e a ilha, bem como os Açores. Fados com ritmo e espetaculares vozes, dignas de registo e aplausos acentuados. Parabéns ao cantador e a todos os que elevam a cultura popular e o improviso, o dom que nasce e não se cria, partilha-se.
Após a distribuição de prendas aos cantadores e tocadores intervenientes teve vez um beberete agradável num convívio salutar.
Parabéns a todos e bem-haja o nosso cantador amigo António Mota que mostrou que o coração mostra a sua emoção através do olhar e do abraço forte!
2012/11/30
Rosa Silva (“Azoriana”)