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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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Balbucia-se a palavra "Natal"...

03.12.12 | Rosa Silva ("Azoriana")

Este fim-de-semana, primeiro do último mês do ano de dois mil e doze, com início num sábado, feriado, trouxe consigo o balbuciar da palavra “Natal”, uma vez que pode-se começar a preparar o festejo do nascimento de toda a obra espiritual. Aproveitando a quadra, já se começam também a ver inúmeros peditórios para os menos abonados… Afinal, somos todos e pedimos para dar o que nos fará falta a todos. Dei comigo com um saco plástico na mão para ali colocar algo para outrem. Fi-lo convicta de que me fazia falta. Quem dá ao próximo empresta a Deus. E como Deus é Amor, certamente retribuirá o que se dá, noutras situações. Queria ter uma réstia de esperança em dias melhores, coloridos pelos piscas-piscas de uma iluminação citadina ou campónia. Mas prefiro pensar que o melhor, ou o mais sensato, era nem acenderem a dita iluminação para que não doa os dias seguintes, após o festejo do nascimento de um Deus Maior. Esse Deus que eu julgo intocável na sua essência mas sujeito, também, às modernices e crises atuais, e/ou também, sujeito a novo “apedrejamento” de ideias que nem lembra nem ao demo. (Lembram-se daquela cena de se retirar o burro e a vaca?! Pois… é assunto que cala outros assuntos maiores e por desventura, mais graves). À custa de uma boca aberta outras bocas se abriram e disseram raios e coriscos de um ser cuja ação é seguir a Cristo/Deus no seu estado de Bem. Que mal fizeram os ditos: burro e vaca?! Depois de saber desta novidade recente, em todo o lado que passo e vejo o dito burro e a dita vaca correm-me mil e uma palavras humoradas e/ou de tristeza por uma fatídica boca proferida perante os ouvidos de uns tantos ouvintes. Mas porquê, logo agora, que o que me restava de alegre, perante tanta tristeza mundial, era precisamente armar um presépio que se encontra exposto numa parte da residência permanente, para não ter de re (inventar) o que já está sobejamente aprendido e conhecido ou conhecido e aprendido. E não é que o dito burro e a dita vaca lá estão como que numa permanência apetecida para completar o sinal dos tempos. E agora excelência reverendíssima, sua santidade, o que devo fazer?! O melhor será esquecer tal arrombamento e deixar pastar a vaca e zurrar o burro. Deixar os animais intatos tal como o nascimento de um Ser Maior e Melhor que dá o exemplo a muitos que navegam em berços de ouro. Que se distribua o ouro, o incenso e a mirra por quem nem tem carvão nem palavras que entoem com a vivência do dia-a-dia. Que se faça algo a favor da humanidade. Que se faça algo a favor do bem-estar de uns quantos sem abrigo, mesmo vivendo debaixo de um teto, por vezes, envergonhados da situação a que chegaram, fruto de umas cabeças que tarde deram conta do mal que fora feito aos da mesma espécie.

Estamos todos descamisados, estamos todos num presépio desprovido de tudo… Sem manjedoura, sem palhas, sem proteção alguma… Apenas restam os animais, ditos irracionais, para nos fazer companhia nas noites escuras e nos dias cinzentos. No lugar do Burro e da Vaca, colocarei os gatos Yoshi e Pompom, porque são eles que correm para mim e percebem quando estou moribunda na alma, bem como o nosso Menino Jesus que interiorizo no meu coração e rogo por compaixão dos viventes de um mundo sem ponta por onde se pegue.

 

Imagem #1: gato Yoshi novinho; Imagem #2: O "Faraó" ocupou a cabana do Menino...

E sobre o Natal nem mais uma palavra, nem mais uma chama, nem mais uma linha…

Rosa Silva ("Azoriana")