Apetece-me escrever muito, muito...
Entre quatro paredes, entre pensamentos aos molhos, entre ideias enclausuradas na mente, entre um não sei quê de não sei quantos, apetece-me escrever letras sem rumo, sem tarelo, sem nada... Vazias de tudo e cheias de nada. Não consigo talhar nem um parágrafo sequer que tenha essa virtude: ser. O nosso ser é tão minúsculo que mete dó a quem o olha. A vida é uma montanha russa, uma corrida desenfreada para não sei onde. Nascemos, fomos criados, desenvolvemos capacidades, perdemos alegrias e abraçamos algumas tristezas... No fim, apenas vemos o filme todo de uma só vez, sem intervalos nem publicidades. As palavras emudecem hoje nas teclas que per si sabem tonalizar a frase sem lágrima alguma. Secaram as fontes, as ribeiras, as arquinhas de uma vida de tantas vidas. Secaram momentos tingidos de longevidade amarga. Secam-me as palavras que não consigo reanimar. Quero recordar, apenas, as orações da minha avó…
"Com Deus me deito, com Deus me levanto, com amor e graça do Divino Espírito Santo"
Com Deus te deitaste?! Com Deus terás acordado?! Pelos que deixaste talvez terás chorado?! … … …