Não digas nunca!
Não sou propriamente fã de alguns programas televisivos, mas tem dias que me ponho a magicar se fazer parte de algum deles seria algo de que gostasse. Primeiro convinha explorar os bastidores, ou melhor, o que é preciso para levar à cena um programa televisivo. Antes de pronunciarem a palavra "ação" quantas voltas dará o texto, quantas correções, quantos isto(s) e aquilo(s) serão necessários para os efeitos, muitas das vezes, especiais com recurso à "massa de ferro", isto é, à maquilhagem que tira a sombra de qualquer rosto enrugado ou triste. Quer-se ver alegria q.b. (q. = que b. = baste) numa era em que as "trombas" são mais que muitas. Dar alegria é muito saudável nos dias em que passamos numa correria desenfreada sem que se faça uma pausa para abrir alas a um sorriso, um aperto de mão, um beijo.
"Não digas nunca!" é um bom título para o que estou para aqui a sonhar. Seria um programa onde cabia toda e qualquer classe social, fosse do campo ou da cidade. O tema a ir para o ar andaria à volta de algo que se tivesse feito e que, algures num dia esquecido, se tivesse dito "eu nunca farei isso!" e, ao fim de contas, tinha-se mesmo caído como patinho na escorregadela da expressão. Ou será que é melhor afirmar de pés e mãos juntas que jamais esse tal sonho veria a realidade?
Para já tenho a informar que nunca pensei ir de Angra do Heroísmo até à freguesia da Serreta propositadamente para serem colhidas algumas imagens "in loco" da minha pessoa para uma revista domingueira do nosso DI (Diário Insular); e há mais: nunca pensei que fosse entrevistada na minha residência por jornalistas que, noutros tempos, nem se esboçava qualquer aceno de mão e que agora até nutro e zelo pelo crescimento da amizade... E sabem porquê? Porque o próprio jornalista foi quem avisou que ficava fácil escrever sobre alguém que falava com o coração...
Para não dizer nunca, termino este artigo com um bem-haja a todos que vão conhecendo mais daqueles que falam com o coração e receiam a solidão.
Amanhã comemora-se mais um DIA DE AMIGAS! Aproveitem para trocarem sorrisos e umas fatias de emoção risonha com beijos e abraços adocicados de filhoses, coscorões e malassadas feitas na fervura da tradição.