Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Partilha com no

Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico da Listagem,
de 1.023 sonetilhos/sonetos filhos

Serreta com 150 anos de História. Breve apontamento

06.01.13 | Rosa Silva ("Azoriana")

Vários autores, como o Pe. Jerónimo Emiliano de Andrade, Francisco Ferreira Drumond, Luís da Silva Ribeiro e Pedro de Merelim referiram-se ao historial da Serreta e à sua Senhora dos Milagres. Alguns atribuem o início deste culto popular ao séc. XVI, outros aludem o ano de 1690.

Isidro Fagundes Machado (*1651 +1701), sacerdote católico e eremita, foi o fundador do culto da Senhora dos Milagres da Serreta, que associado aos novos critérios de higiene que faziam aconselháveis os ares de montanha, levou a que a região se afirmasse como zona de veraneio e de cura de ares para a aristocracia angrense, atraindo mais povoadores e fixando gente propagando a devoção mas mudando para a paróquia das Doze Ribeiras.

Em 10 de setembro de 1842, a imagem foi novamente mudada da freguesia das Doze Ribeiras para o curato da Serreta e a primeira missa foi presidida pelo cónego Manuel Correia de Ávila. Com as peregrinações, com a primeira festa com toiros bravos a acontecer na segunda-feira, 10 de setembro de 1849, seguiram-se festividades de muita afluência populacional até à atualidade.

O bispo de Angra, D. frei Estêvão de Jesus Maria, por provisão de 24 de dezembro de 1861, promoveu a freguesia de Nossa Senhora dos Milagres. Assumiu o múnus de vigário da nova freguesia o reverendo José Bernardo Corvelo, até ali cura do lugar. A criação da freguesia e paróquia teve início em 1 de janeiro de 1862, com decreto do rei D. Pedro V de Portugal datado de 16 de outubro de 1861 e contou com o apoio do então secretário-geral, no exercício de governador civil, Jácome de Bruges e da Edilidade que muito se interessaram por esta elevação da Serreta, incorporando a Fajã, que foi desligada da paróquia dos Altares, até ao Penedo além da Ribeira das Catorze, “por ter para isso as proporções necessárias, com grande população, boa igreja para servir de matriz, excelente passal para residência do vigário, grande abundância de água, vastidão e fertilidade de terreno, e ser um lugar mui distante da freguesia de S. Jorge das Doze Ribeiras”, conforme acórdão de 3 de abril de 1861, com parecer positivo da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, enviado à consideração régia.

Em 19 de abril de 1895 foi o lançamento da primeira pedra de nova igreja, em solenidade presidida pelo bispo D. Francisco José Ribeiro Vieira e Brito, no lado oposto ao império do Divino Espírito Santo, cuja obra teve a duração de doze anos. Em 31 de agosto de 1907, sábado, em cerimónia, foi aberta ao culto com o Pe. José Leal da Silva Furtado (Serviu de setembro/1906 a dezembro/1925).

A 6 de maio de 2006 o Templo recebeu o estatuto canónico de Santuário Diocesano de Nossa Senhora dos Milagres, por decisão do bispo de Angra, D. António de Sousa Braga e com cerimónia no dia seguinte. É Reitor do Santuário o pároco Manuel Carlos Sousa Alves.

Outros pontos de destaque na freguesia são principalmente o Miradouro da Ponta do Queimado, o Império do Espírito Santo, a Sociedade Filarmónica Recreio Serretense (desde 4 de dezembro de 1873, com estatutos aprovados em 31 de agosto de 1935), as forças vivas e o património natural: Mata da Serreta, a Lagoinha, o Pico da Serreta e toda a natureza que revigora no verão com o colorido humano.

Por tudo isto apetece-me mimar a airosa Serreta com umas quadras:

Serreta, serra pequena,
Uma flor posta no altar
Um lírio na paz serena
Que borda cada olhar.

A Serreta vos convida
Com a maior alegria
À Festa que dá guarida
A quem ama a freguesia.

Freguesia de louvores,
De fé e grande devoção,
Da Terceira dos Açores
Santuário de Oração.

Dos Milagres, Nossa Senhora,
Por tantos é visitada;
Humilde na sua aurora
Pelos devotos amada!

Rosa Silva (“Azoriana”). 09/2012

Feliz DIA DE REIS

06.01.13 | Rosa Silva ("Azoriana")

 

Se o ouro é realeza
O incenso a oração
A mirra é com certeza
Amarga mas com razão.

A mirra para o pecado
O ouro para a ventura
O incenso ao nosso lado
Traz o perfume que cura.

Podem haver muitas leis
Muitos dogmas e doutrinas
Para mim Dia de Reis
Prova que há três oficinas.

Dou ouro ao nascimento
Incenso para a criação
A mirra vem no momento
Que finda a nossa ação.

Esta tese é pessoal
Quase que auto-exame;
Sejam felizes em geral
E tenham alguém que vos ame.

Porque de ouro é o Amor
Só o bem é perfumado;
Epifania do Redentor
Revela o Deus adorado.

Rosa Silva ("Azoriana")/span>

Jóia do mar, redondilha...

02.01.13 | Rosa Silva ("Azoriana")

Canto à ilha inteira
E canto à Região.
Amo a ilha Terceira
A musa do meu refrão.



Meu fado é doce e quente
Em constante ebulição
E torna-se mais ardente
Nos versos duma canção.
A ilha botão de rosa
Orvalhada pla manhã
É a ilha mais formosa
Para quem dela é fã.

Nosso querido emigrante
Lembra da sua morada
O sonho faz-se constante
Por voltar à ilha amada.
O amor da nossa vida
Tem traços da nossa ilha
Jóia do mar sempre erguida
No colo da redondilha.



Canto à ilha inteira
E canto à Região.
Amo a ilha Terceira
E amo todo este chão...

Rosa Silva ("Azoriana")

That's the first one! [O primeiro deste janeiro de 2013]

02.01.13 | Rosa Silva ("Azoriana")

Às vezes, no recôndito da palavra, ainda me vem à mente o tempo dos caracóis da inocência e deixo-me naufragar no pensamento de que esses dias fixaram âncora na madrugada de minha vida. Recordo que o espelho sempre foi uma peça que me atraía. Um espelho não nos mente mas ilude-nos numa visão ora apoteótica ora apocalíptica. Bastava o deslizar de um pente para ornamentar os fios de cabelo, um sorriso para alegrar o visual e uma palavra jubilosa para encantar todo o rosto. Jamais o rosto da infância se repete mas há traços que ganham melhores contornos se a felicidade marca o tempo de vida. Por vezes, a felicidade ocupa só espaços esporádicos que nem chegam a cimentar tais marcas. O rosto é o tumulto dos dias negros e pesados. O rosto é a brisa fina dos dias simpáticos. O rosto é o véu da saudade. O rosto é a ave dos sonhos e a poesia dos versos que florescem na aurora das letras unidas por momentos reais.

Fui criada com cautelas
No vale de baixa serra
Vi passar tantas mazelas
Aos que baixaram à terra.

 

Por vezes, as letras ressoam o que a oralidade não diz… Eu sou a polpa do vento onde ainda me invento. Eu sou do mar o regaço na senda de um abraço… Eu sou do céu a cratera que no fundo não sei se me espera… Um dia, quando me for, quero apenas deixar o que fervilhou em mim.

 

Fui pérola sem diamante,
Fui concha em terra batida
E fui a rima constante
Nos retalhos de uma vida.

 

No nascimento de novo ano e no seu segundo dia fico absorta em mil pensamentos e volto para vasculhar o que de bom me aconteceu no velho ano que não terminou bem. Foi badalado o “fim do mundo” e, para alguns seres, foi-o.

 

A vida que nos é dada
Traz consigo um mister:
É tão bonita a chegada
Não finda é como se quer.

 

E porque a vida é feita de marcas, eis que vos deixo alguns dos títulos que fui criando ao longo do ano de 2012. Sem preocupação de maior, sem querer ser exaustiva, apenas selecionei o que pretendo que chame maior atenção.

 

Nos caminhos da criação
Há algumas sentinelas
Pra serem recordação
Do que já passou por elas.

 

Rosa Silva ("Azoriana")


 

meses  - Título do artigo com hiperligação:
janeiro  - Quinta do Galo
- um ninho de inspiração e emoções
fevereiro  - Dou por mim...
março  - Acordei com: Sonetilho (soneto filho)
abril  - Apontamento alusivo ao
livro  de  Liduino  Borba
"1958 - Tragédia na Serreta"
maio  - Ó Senhora da Boa Hora
Santo Amaro - Velas - São Jorge
junho  - No  Dia  da  Criança   -   Pézinho  da
Serra  da  Ribeirinha,  concelho de
Angra do Heroísmo
julho  - Cantoria na Cova (da Serreta)
agosto  - Homenagem a José Fonseca de Sousa
- Lisboa
setembro  - Romaria dos Altares visitou a Serreta
e Ivo Silva captou as imagens

[150 anos da freguesia da Serreta]
outubro  - A mão
novembro  - Folhas brancas
dezembro  - Às "Memórias de Portugal"
de Manuel Ivo Cota e sua equipa

Pág. 2/2