Antevendo o Carnaval (sem vírgulas nem pontos)
passo as noites sem dormir
neste mundo sem tafulho
sem saber se vou conseguir
ter por ele um dia orgulho
querem que eu seja otimista
dando a volta por cima
só mesmo tapando a vista
e abraçando a doce rima
fingindo tudo estar bem
sorrindo à minha tristeza
de ver tantos que também
tem pouco pra pôr na mesa
é uma angústia sem fim
uma dor e uma amargura
às vezes já dou por mim
a pensar na terra dura
não me venham com cantigas
nem de mim haja uma pena
sempre houve e são antigas
penas da vida terrena
peço a Deus que a alegria
seja pra todos igual
fazendo uso da fantasia
dos dias de Carnaval
rica é a ilha Terceira
de alegria com foguetes
pandeiro na dianteira
folhos em lindos corpetes
e a rima nem desentoa
na voz brava desta gente
contagia qualquer pessoa
que tem este amor ardente
além da comunidade
navega em alto mar
na diáspora é na verdade
uma saudade a cantar
2013/02/01 angra do heroísmo
Rosa Silva (“Azoriana”)