Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana).
Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1
Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos
Motivo para escrever: Rimas são o meu solar Com a bela estrela guia, Minha onda a navegar E parar eu não queria O dia que as deixar (Ninguém foge a esse dia) Farão pois o meu lugar Minha paz, minha alegria. Rosa Silva ("Azoriana") ********** Com os melhores agradecimentos pelas: 1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3" 2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze" 3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor" **********
Amanheço depois de uma turbina de sonhos em que o “naufrágio de um navio” foi o ponto forte para me deixar como que numa anestesia matinal.
Depois, depois, vagarosamente optei por chegar um pouco depois da hora habitual ao recinto dos números emoldurados por uma manta de paredes brancas pinceladas de anos sem ver pincel.
Depois, depois, ouvi dizer, li e não senti o “sismo nos Açores”… nos Açores?! Os Açores continuam a ser nove ilhas cuja distância entre elas ainda continua a mesma e não se pode generalizar o que acontece numa ou outra ilha. Cuidado com estas coisas de alarmismos desnecessários, não vá a população escapulir-se para a solidão e o medo do que virá a seguir… Afinal sempre trememos e iremos tremer. Mal de nós se não houvesse, volta e meia, um tremor que acerte as massas terrenas. Enfim, meti-me no mesmo recinto habitual e pensei naquele medo que já me percorreu inteira num dia que oxalá não mais se repita nas ilhas Terceira, Graciosa e S. Jorge, principalmente. Tremor como esse é que é de tremer nas profundezas do medo.
Depois, depois, virei-me para uma passagem pelos blogues que a mente já persegue por querer. Porto das Pipas e os seus ralis e belos artigos de me fazer sonhar e ficar presa ao artigo por uns momentos e reler, muitas das vezes… Chica Ilhéu e o seu desespero de dores com exames, cirurgias e idas e vindas ao continente para chegar ao ponto de querer a eutanásia adotada para o mais sofredor crónico e incurável… Dou-lhe razão. Porquê deixar sofrer um ser humano ao ponto do desespero?! E tantos que nem o desespero mostram por estarem enfermos de tal forma que nem abrem boca?! Mas penso que ao homem não é permitido decidir se o fim é agora ou mais daqui a pouco… Os efeitos colaterais é que podem levar a pensar-se na eutanásia… É só mesmo, julgo eu, o que falta para a vida se tornar demasiado cíclica e predefinida.
Ainda me deu para ir “passear” pelo blogue Cânticos da Beira, de Góis, da querida amiga Clarisse Barata Sanches, a poetisa maior dos sonetos a preceito e a prova máxima de que não há idade para amar tudo o que diga respeito ao mundo tecnológico ao nosso dispor.
Acabei a pensar nos Maios de amanhã (01-05-2013), e o ter de acordar cedo, se Deus me der vida e saúde, para não me entrar nenhum Maio por algum lado que eu não queira. Não conto a história antiga porque não tenho ocasião para mais descrições ao sabor do momento. Urge virar a página de uma manhã diferente para não infernizar a rotina numa ilha (Terceira) de um arquipélago - Açores!
[Grupo de poesia (micaelense), no facebook, cujo convite aceitei de bom grado por indicação de Rosa Freitas, de Santa Maria.]
Vejo que o Grupo é sortudo Ao improviso é fiel Nesta hora a todos saúdo De Santa Maria e S. Miguel.
Escrevo mesmo a cantar, As cordas são os meus dedos Como aves a voar Entre os belos arvoredos.
Vossa loa me comove E que bem que me ressoa Tirem a prova dos nove Para ver se a quadra é boa.
À entrada deram-me rosas Estou muito agradecida Vossas quadras se manhosas Hão de ter outra saída.
Se eu fosse cantadeira Com garganta assanhada Entre S. Miguel e a Terceira Dava-se uma grande tourada.
De festas somos felizes Nisso já não me atrapalho, Honramos nossas raízes Que sempre deram trabalho.
S. Miguel a verde ilha, Que se junta à de lilás Com encanto e partilha Enfeita o vivo cartaz.
Santa Maria a ilha mãe A primeira descoberta, Para mim já sei que tem Uma porta sempre aberta.
Com a maior alegria Faço convite à maneira Venham todos à cantoria Que se faz na ilha Terceira.
Viola, violão, guitarra São os compassos heróis Que o canto se agarra Às vozes de rouxinóis.
Somos um leque de flores Num regaço tão colorido Somos vozes dos Açores Adocicando o ouvido.
Seja este breve momento Eterna recordação Do dom que é um talento Dado pela inspiração.
Adeus ou um até já Espero não levar açoite, Que o Oliveira do Canadá Nos visite logo à noite.
Já me deram bom motivo Para cantar uns instantes Se fosse mesmo ao vivo Tinha respostas gigantes.
Rosa Silva (“Azoriana”)
2013/04/19 (dia seguinte à primeira participação no Grupo de Poesia, de José Bértoldo
O que deixei no grupo a 2013/04/18:
Cá estou a improvisar Desfazendo algum engano Não fui muita vez cantar Mas já cantei noutro ano. Sou natural da Serreta Da ilha Terceira Açores Canto com tecla e caneta Sou fã dos nossos cantadores.
Da Maria Clara não sou parente Cantei com ela só um dia Em S. Carlos vi muita gente Para ouvir nossa cantoria.
Agradeço a S. Miguel, E também a Santa Maria Por me receberem no painel Que dá honras à poesia.
Espero vos dar carinhos Ou defender qualquer tema Uma rosa sem espinhos Pode não ter bom poema.
José António e Rosa Freitas Rimam que é uma maravilha As minhas que ora são feitas Levam a doçura da ilha.
Tudo o que virem de meu Leva o nome Azoriana Com o dom que Deus me deu Sou autora que não engana.
Um abraço a toda a gente Que no grupo tem guarida, À noite estarei presente Enquanto Deus me der vida.
Boa noite! Rosa Silva ("Azoriana")
E outras ainda:
Vou responder a direito Porque vejo coisas tortas Se virem algum defeito Não me fechem logo as portas.
Eu improviso de repente A qualquer hora e momento Só não gosto que haja gente Que fale sem conhecimento.