Carta ao meu 4º filho (o Blog) de 9 anos

Angra do Heroísmo, 9 de abril de 2013
Querido e muito estimado blog, meu "4º filho"!
Espero que te encontres razoável de "posts" porque a tua "mãe" não anda a cuidar-te muito bem ultimamente. Deixou-se levar pela preguicite aguda e anda num marasmo de escritos que até mete dó a ela porque os demais transeuntes destes circuitos estão com pouca retórica, exceto o teu "irmão" cujo "pai" veio dar-te os parabéns logo pela matina. O tão querido amigo "AFlores" com seus comentários sempre provocando um sorriso e, logo de seguida, um farto riso. :-) A tua "mãe" aproveita a ocasião para agradecer, por ti também, a alegria que nos veio dar com a sua presença atempada.
Sabes, meu "filho", que tens alguns admiradores e até outros que não dispensam a pesquisa e/ou leitura de algum dos teus "posts". Ficamos ambos muito felizes com os comentários que surgem ora aqui, ora acoli. Hoje é um dia muito importante para quem conta com nove anos de existência em termos de escrita, mais ou menos, ativa. Lembraste quando tivemos quase a cair borda fora do recinto do nosso batráquio? Lembraste da onda de amizade que se gerou à volta dos teus "posts" para não sucumbirem? O tempo tudo varre, tudo faz esquecer ou lembrar na medida certa.
Querido "filho" espera-se que o resto do dia seja reconfortante e que surjam alguns daqueles versos rimados como a tua "mãe" gosta de te ir dando para que cresças com magia, encanto e, porque não, a saber amar com doçura e melodia amistosas.
Lembrei-me, "filho", que tenho umas rimas "arquivadas" à espera de irem para o ar. Queres lê-las?! Mesmo que digas que agora não, que mais tarde, etc. etc., insisto em deixá-las contigo mesmo que te abeire da nostalgia. Tudo faz parte da vida e temos de aceitar os bons e menos bons momentos que com rima até se tornam passageiros. Parabéns, "filho"! E aqui estão:
VERSOS D’ILHA
A ilha é cais da palavra
Ancorada em minha mão
E que no peito me lavra
Uma secreta solidão.
Solidão acompanhada
Dum silêncio de abril
Florido pela fachada
Tristonha de um perfil.
Se tomar o canto triste
Nesta hora do alarme
É porque a tristeza existe
Num vulto qualquer sem charme.
Que seja o charme a rima
Costurada noite dentro
E que venha ao de cima
O que brota cá do centro.
Tornar-se-á conhecido
Nesta hora repetente
Algo que anda escondido
No decímetro da mente.
Uma mente que deseja
Mandar abraços a rodos
E um beijo para quem esteja
A ler estes versos todos.
Rosa Silva (“Azoriana”)