31-07-2013 Entrevista in Rádio Azoresglobal: "Um Abraço de Poesia" à quarta-feira
Os dias vão-se cumprindo com azáfama e dedicação. As horas vão dando rumores de outras passadas por novas ondas e artes que se prendem aos sentidos.
Relembro, com carinho, a entrevista da quarta-feira p.p. (31/07/2013, das 19:00 às 20:00) no estúdio da Rádio Azoresglobal, na freguesia de Santa Bárbara, concelho de Angra do Heroísmo, a convite de Mena Santos, no seu programa semanal de quarta-feira “Um Abraço de Poesia”.
Em meio de conversa vim a descobrir que Mena Santos tem laços de parentesco (é bisneta) com um dos antigos e reconhecidos cantadores da nossa ilha - o Tenrinho - (José Gonçalves Martins - 1884-1945; improvisador terceirense que nasceu e faleceu na freguesia de Santa Bárbara, da ilha Terceira - Açores).
Foi um prazer enorme responder às suas perguntas e ouvi-la ler algumas das minhas criações, n"Um Abraço de Poesia”. Sinceramente gostei, como já o referi várias vezes, que alguém lesse aquilo que escrevo. Soa-me bem e interrogo-me como fui capaz de escrever tal e tanto… É a inspiração que grassa por mim, tal como informa uma das primeiras páginas da “minha” Serreta na intimidade: É um tanto de ti que passa por mim.
Quem me dera saber (ou ouvir dizer) que alguém (ou mesmo a própria poetisa Mena Santos) lia publicamente algumas das quadras com versos da efervescente escrita, com retalhos de lava que criou um quadriculado entre verdes intensos ao redor de um mar imenso…
É assim que somos entre tanto do que temos numa dádiva criadora. É assim que as ilhas se constroem num manto de versos balbuciados com doçura formando um quadro de cultura açoriana.
“Um Abraço de Poesia”
Somos ventre de verdura
Entre mares e marés
Somos mantos de cultura
Da cabeça até aos pés.
Somos doce amanhecer
Na palavra que irradia
Dum verso que vai crescer
Como sempre cresce o dia.
Somos coro estonteante
“Um Abraço de Poesia”
Numa onda tão gigante
Somos dom de simpatia.
Somos a ilha inteira
Bordada de bem-querer
Somos da brava Terceira
Sempre, sempre até morrer!
Rosa Silva (“Azoriana”)