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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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Há escritos sobre a Serreta

04.09.13 | Rosa Silva ("Azoriana")

Açores

Nossa Senhora dos Milagres mobiliza fé da Ilha Terceira

 

Motivados para pagar promessas ou simplesmente por fé, quase sete mil peregrinos, de toda a Ilha Terceira, caminham a pé, muitos deles descalços, para a freguesia da Serreta, para agradecer a Nossa Senhora dos Milagres.

 

“Venho com fé pagar uma promessa”, diz Filipe Mendes, 28 anos, carteiro, que confessa “todos os dias quando salto para a moto, a fim de distribuir o correio, benzo-me e acredito que existe algo superior a nós”.

 

Os grupos de peregrinos lembram as ondas e marés que dão à costa, mesmo junto à estrada do litoral da ilha, que percorrem para chegar ao maior e mais importante centro mariano dos Açores para pagar promessas feitas em horas de aflição ou simplesmente para orar.

 

Alguns fazem a sua “caminhada da fé” por estradas do interior, e quer num ou noutro caso há quem percorra perto de quarenta quilómetros.

 

Um habitante da vizinha freguesia das Doze Ribeiras vai, do muro da sua casa, incentivando os caminhantes informando-os que “ainda faltam uns quatro quilómetros, mas são bem crescidos”. Quer dizer, são quase cinco quilómetros e antes de se avistar o Santuário “ainda há uma ladeira inclinada o bastante” a exigir um último e decisivo esforço de fé e devoção.

 

É esta “onda” que leva o pároco da freguesia, Manuel Carlos, a considerar que “quase toda a população é tocada pela Senhora dos Milagres o que a torna quase na padroeira da ilha, pelo menos em termos afetivos”.

 

Os peregrinos resguardam o motivo por que vão pagar as promessas, a maioria “por questões pessoais”, embora também caminhem aqueles que prometeram pelos amigos. Partindo da freguesia da Ribeirinha, distante quase trinta quilómetros e a três horas e meia do Santuário, José Melo de 34 anos, foi pagar uma promessa “por um amigo que teve um acidente em que ficou muito mal”, mas agora já se encontra melhor, “porque a fé também o ajudou”, diz convicto.

 

Observam-se, ao longo do percurso, pessoas idosas, jovens e até casais com filhos bebés que são transportados nos seus próprios carrinhos de alcofa. Muitos deles prosseguem por todo o trajeto concentrados em rezas e orações, não obstante o aparecimento da chuva e da elevada humidade que se faz sentir.

 

Para a eventualidade de qualquer desfalecimento físico ou problemas de bolhas nos pés, os peregrinos são assistidos nos diversos postos, fixos e móveis, disponibilizados pelas Juntas de Freguesia, Proteção Civil, Bombeiros Voluntários e Cruz Vermelha.

 

Miguel Azevedo, 33 anos, faz este percurso pela primeira vez “pelo desafio físico, para pagar uma promessa, mas também por existir um certo misticismo em torno desta veneração”. Diz-se um “homem de fé” que define como sendo “um entendimento próprio que cada um pode ter sobre algo que é superior a nós”.

 

Igualmente Mónica Seidi, 24 anos, estudante de medicina, caminha “para pagar uma promessa” mas, como tem “bastante fé”, sublinha que “iria de qualquer das formas”.

 

Ou André “de idade incerta mas seguramente mais de 50 anos”, que já fez por diversas vezes o caminho da “minha ligação à Senhora da Serreta” e que lá torna para confirmar que “ainda amo e também sou amado”, finaliza sorrindo.

 

Luísa Pimentel, de 38 anos, ainda que tenha fé, faz o percurso porque gosta de caminhar e este ano em solidariedade com a amiga e familiar Marina Pimentel, 31 anos, que “vai agradecer o que pediu porque se cumpriu”.

 

Esta “fé é uma confiança plena e absoluta em Deus”, segundo o padre Manuel Carlos, que a vê desenvolver-se “em termos mais genuínos e puros nos grandes apuros da vida”. “Quando o homem se dá conta de que as suas forças, o seu saber é pouco para fazer face aos desafios que se lhe apresentam, é aí que se lança nos braços de Deus, confiante que será Ele a suprir aquilo que o ser humano não é capaz”, explica.

 

O pagamento das promessas é feito, para além da oração, em dinheiro ou velas, que chegaram a ser tantas - no passado o anterior pároco pediu para não levarem mais - que obrigou à construção de um “candelabro no exterior do templo” (como em Fátima) onde todo o ano há círios acessos.

 

“A tradição das velas”, lembra Manuel Carlos, “é antiga, do tempo em que não havia eletricidade”, servindo então a luz das velas para alumiar o espaço sagrado e todos os atos religiosos. Para o pároco, o mais importante “é o que vai no coração de cada um”. O agradecimento em dinheiro para o culto, vela elétrica no lampadário, vela de cera ou uma simples oração, tanto faz desde que “seja com fé”.

 

Manuel Carlos diz saber que “há cada vez mais jovens a participar nesta manifestação”, o que o faz acreditar que “a fé esteve, está e continuará a estar presente, numa relação direta entre Deus e cada um de nós”. “Agora manifestam essa fé de maneiras diferentes daquilo que eram outros tempos e querem outras formas de expressão da religiosidade, outras linguagens que usam e outros atos que praticam e que nós respeitamos”, garante Manuel Carlos.

 

A origem

 

O início do culto à Nossa Senhora dos Milagres na Serreta não está completamente esclarecido em termos históricos, mas dados do “Almanach Açores” situam-no no século XVI “quando um piedoso sacerdote para ali se retirou vítima d’uma injusta perseguição”.

 

O padre, hoje identificado, por fontes históricas da genealogia, como sendo Isidro Fagundes Machado terá escolhido como refúgio “aquele ermo lugar, numa atitude de puro anacoreta, na sequência de uma visão proporcionada por Nossa Senhora”.

 

O padre Isidro Fagundes, segundo os registos de batismo e óbito, nasceu na freguesia de Santa Bárbara na ilha Terceira no ano de 1651 e morreu em 1701 na freguesia da Serreta junto da imagem da virgem e da pequena capela que erigiu na sequência do seu eremitério. Depois da sua morte a imagem, onde já acorriam muitos populares para a venerarem, foi retirada para a Igreja da freguesia das Doze Ribeiras, porque os Romeiros, devido ao relativo abandono em que se encontrava a capela, praticavam ali atos pouco edificantes.

 

Mais tarde em 1762, depois da notícia da entrada das tropas espanholas em território continental português, os oficiais da guarnição local “prometeram à Virgem festas solenes se a ilha Terceira não fosse atacada”. Assinada a paz, os peticionários, que ficaram conhecidos como “escravos da Senhora”, lavraram um termo reafirmando aquele voto, em 11 de Setembro de 1764, “numa cerimónia solene e de elevada piedade”.

 

Porém, só em 1772 se acordou na reedificação da ermida da Serreta, mas apenas em 1818 o general Francisco António de Araújo “com dinheiros do Estado e donativos do povo” começou a sua construção “que não se concluiu devido às perturbações políticas daquela época”.

 

A Igreja do Curato da Serreta, orago de Nossa Senhora dos Milagres, viria a ser concluída em 1842, data em que foi transladada a imagem original levada pelo padre Isidro Machado.

 

Mais tarde, a 2 de Julho de 1847, tomou conta do Curato da Serreta Francisco Rogério da Costa, que ali se manteve por cinco anos, período em que lançou as bases da transformação da Ermida na Paróquia, criada a 16 de Outubro de 1861 por um decreto do Bispo D. Frei Estevam, que principiou a funcionar a 1 de Janeiro de 1862.

 

Com o aumento da população daquele local voltado a sudoeste e com a serra da Serreta, que lhe deu o nome, localizada a Norte, com a chegada sempre crescente de um maior número de romeiros e peregrinos o templo tornou-se pequeno para os acolher. Foi então iniciada, com o lançamento da primeira pedra a 29 de Abril de 1895, a construção de uma nova Igreja, que serve atualmente ao culto na freguesia.

 

Paralelamente aos atos religiosos decorreu um programa que incluiu arraiais, bailes e a tradicional tourada à corda, que “obrigaram” a um dia de tolerância de ponto, celebrado ontem (15 de Setembro), conhecido pela segunda-feira da Serreta e que é vivido por toda a ilha Terceira.

 

João Aranda e Silva (Lusa)

16.09.2008

 

 

Artigo in http://www.snpcultura.org/vol_Nossa_Senhora_Milagres_terceira.html.

AVSPE - Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores: Com amizade verdadeira!

04.09.13 | Rosa Silva ("Azoriana")

A chegada e a partida
São momentos desiguais:
Posso afirmar que a saída
Nos marca então muito mais.

 

Se a saída é voluntária
Há boa recordação
Mas se disso é contrária
Fica eterna a emoção.

 

Um ano esteve no ar
AVSPE.org em ação
Agora vai dar lugar
Ao "adeus" com emoção.

 

Aos Poetas e Escritores
Nobre Sala virtual
In Terceira ilha dos Açores
Uma amiga intemporal.

 

 

Rosa Silva - Azoriana
Foi versando por este ano
A Efigênia que é soberana
Amiga do verso açoriano.


 

Não me despeço de você,
Nem de ninguém que aqui está
Digo apenas a quem me lê
Enquanto viva verso por cá.

 

Os versos são como flores
Na jarra do pensamento;
De Portugal, lindos Açores
Voam nas pétalas do momento.

 

Aos queridos amigos meus
Desejo a melhor sorte
Fiquem na graça da Deus
E que Ele nos conforte.

 

Fico à disposição
No meu blogue que ainda existe;
Daqui se faz gravação
Porque o elo assim persiste.

 

Com a dezena me fico
Nesta quadra derradeira:
Grande abraço vos dedico,
Com amizade verdadeira!

Rosa Silva ("Azoriana")

04/09/2013

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