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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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José Fonseca de Sousa escreve sobre a divulgação da Cultura Popular Açoriana

06.09.13 | Rosa Silva ("Azoriana")

Um olhar continental sobre a divulgação da Cultura Popular Açoriana

 

Poder-se-á perguntar porque sendo eu do continente, me esteja a debruçar sobre a Cultura Popular Açoriana; a resposta, para mim, é óbvia; sempre me interessei pela cultura popular do meu país e sendo os Açores uma parcela do nosso território português, nada mais natural que isso aconteça.

Nas inúmeras deslocações que tenho realizado a todo o Arquipélago açoriano, fui-me apercebendo que os Açores não devem ser só apreciados pelas suas belezas naturais, mas também pelas celebrações das suas atividades culturais, e outras festividades populares e tradicionais, que com uma envolvência religiosa ou profana, são, para mim, um caso singular, em comparação com outras regiões territoriais do nosso País.

Foi no relato, quer oral, quer escrito, destas manifestações, realizadas das mais variadas formas, quer através de Livros, quer através das Cantorias, e de outros agentes culturais, que me foram chegando (em território açoriano), ou me foram enviados (para o continente), por três distintos açorianos, o senhor comendador Luís Bretão, o escritor/editor José Liduino Borba e a poetisa Rosa Silva (Azoriana), que assim me proporcionaram a possibilidade de poder apreciar e dar um maior valor às tradições das gentes açorianas e à sua cultura.

Para mim é impressionante a função social e cultural que está contida e é percetível através, dos Bodos, dos Pezinhos, das Cantorias, dos Bailinhos e Danças de Carnaval, das Marchas, das Filarmónicas, do Teatro, das festas do Espírito Santo, e até das próprias touradas à corda, e de outros eventos, quer religiosos quer profanos, que são realizados durante todo o ano, pelas gentes açorianas, quer no Arquipélago, quer na Diáspora, e que, estranhamente são quase desconhecidas no Continente.

É com alguma apreensão que verifico que, no continente, os Açores sejam só referenciados, ou conhecidos, pela maioria dos continentais, pelas suas belezas paisagísticas, ignorando-se quase em absoluto a riqueza cultural açoriana, como atrás salientei. Quanto a mim, este facto deve-se à inexistência de um polo ou um organismo, que no continente, pugne de uma forma concreta e persistente na divulgação, junto dos continentais, das atividades culturais dos açorianos, o que poderia ser feito pela comunidade açoriana, residente em Portugal continental, através da Casa dos Açores em Lisboa, desde que esta fosse devidamente apoiada pelas entidades oficiais, ou seja, pelos responsáveis governamentais da cultura açoriana, e que deveria arranjar forma de poder propagandear algumas das suas realizações às populações do continente.

Outras regiões do nosso País, que têm sido apoiadas, conseguem desenvolver uma atividade constante na divulgação da sua cultura regional, fora das suas fronteiras, através da publicação de livros dos seus escritores, deslocações de grupos de teatro, bandas filarmónicas e de grupos de dança folclórica, que “transportando” a cultura popular, tornam-se assim importantes fatores para a divulgação das respetivas regiões, atraindo, deste modo, gente interessada no conhecimento da cultura e tradições dessas parcelas territoriais.

Se o caminho a percorrer pelos organismos oficiais açorianos for este, tenho a convicção absoluta que muita gente do continente passará a ir aos Açores para ver as suas belezas naturais, mas também para conhecer, apreciar e partilhar toda a vivência cultural, religiosa e tradicional com esta gente generosa, que vive, quer se queira, quer não, num território em situação de bastante isolamento, na imensidão do Oceano Atlântico, o que por si só, lhes proporciona grandes dificuldades de intercâmbio com outras regiões e outras culturas.

Por isso, ações, como os lançamentos dos Livros que a Turiscon Editora de Liduino Borba vai efetuar, “Alcindo - O Profeta do Carnaval”, e “Luís Bretão - Uma Homenagem”, e que vai acontecer, o primeiro no dia 06-09-2013, na Praia da Vitória, e o segundo no dia 24-09-2013, em S. Carlos, Angra do Heroísmo, devem ser acarinhadas pelos responsáveis pela cultura açoriana, pois elas têm a virtude de divulgar as tradições, e os costumes das gentes açorianas e também de um modo geral toda a Cultura Popular Açoriana.

Eu que me “apaixonei” pelas belezas dos Açores, pelas suas tradições e também, porque não, dizê-lo, pela maneira de ser das suas gentes, tenho procurado dar o meu contributo, embora modesto, a todas as ações que visem a divulgação da Cultura Popular Açoriana, no continente, tendo tido, para isso, uma preciosa ajuda dos amigos açorianos, atrás mencionados, a quem eu chamaria de conterrâneos, pois atualmente, também me considero, com muita honra, um humilde cidadão açoriano, como, aliás, já o afirmei noutra ocasião, aquando da homenagem que foi prestada ao senhor comendador Luís Bretão, digno cidadão, que para mim está entre as primeiras figuras, na divulgação da Cultura Popular Açoriana.

 

José Fonseca de Sousa
Lisboa, 2013