Um novo dia
Ainda mal se fecharam as “contas” da festa recente julgo que já estarão a pensar na festa que há-de vir, se Ela quiser. Entre sexta-feira (6 de setembro) e quinta-feira (12 de setembro), em que se deu um pequeno interregno no sábado à noite no que me diz respeito, houve milhares de flores, cedros do mato, girassóis, bandeiras, música, fogo preso, muita mas muita gente mesmo (em romaria), lágrimas, risos, beijos, abraços, manjares, odores múltiplos, cor e cores, procissões, piqueniques, tourada da Praça do Pico da Serreta, Bodo de Leite (temático - Divino Espírito Santo), merendeiras de Santo António, missas, espetáculos noturnos (gostei de Victor Ponte), instrumentos de corda, bazar, tourada na rua principal do Santuário, bezerrada no mesmo tradicional cerrado dito Praça da Serreta, movimento automóvel, bicicletas, carroças, cavalos (nunca tinha visto tantos cavalos juntos a trote pelas ruas da Serreta), voluntários, romeiros, mordomos, famílias, amigos, doentes, sadios, risonhos, esmolas, rezas, terços, alfenim, lembranças, rosquilhas de massa sovada, bebidas múltiplas, homenagens, filarmónicas, cadeiras de rodas, crianças de todas as idades, velhinhos, figurantes, párocos, opas, foguetes, círios, lampadário, cânticos, hinos, pregações, cantoria, pezinho, diálogos, monólogos, encontros, partilha, trabalho, lazer e pouco descanso.
E ainda, versos e palavras orais e escritas. Lembro que Fagundes Duarte, serretense de gema e secretário regional da educação, foi entrevistado pelo jornal “Diário Insular” e relembrou muito do que foram e são as Festas da Serreta: LUIZ FAGUNDES DUARTE "...o grande momento das Festas, aquele que marca a diferença relativamente a todas as outras, são as romarias" in DI, do dia 5 de setembro de 2013.
Da leitura completa do artigo publicado vinco uma parte que eu própria não lembrava: “Ah! E havia os lampiões, com um candeeiro de petróleo lá dentro, que as pessoas punham nas varandas das casas para guiarem os romeiros, durante a noite, a caminho da Igreja...” (Isto no tempo que não havia eletricidade, claro).
O resto da leitura está ao alcance do assinante ou leitor do físico em papel.
Fé, cultura e tradição estarão sempre no role das Festas, quer religiosas quer profanas, independentemente dos acessórios, da eletricidade, dos transportes (antes - charabanos, carroças, camionetas da carreira; depois - automóveis e camionetas modernizadas), melhoria das condições económicas das famílias e das habitações, que vão dar no mesmo: fascínio e alegria à chegada e nostalgia na partida, conforme é também a opinião de Fagundes Duarte.
Ponho-me a bom pensar e extraio ideias para o futuro próximo. Estas podem ser um bocado dispendiosas mas têm direito a um título (X XXXXXXX XX XXX), apropriado e alusivo aos 250 anos de festividade de Nossa Senhora dos Milagres, ainda antes de ser considerada freguesia a “nossa” Serreta.
Só revelarei o significado dos “X” se alguém perguntar.
Angra do Heroísmo, 16 de setembro de 2013.
Rosa Silva (“Azoriana”)