Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana).
Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1
Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos
Motivo para escrever: Rimas são o meu solar Com a bela estrela guia, Minha onda a navegar E parar eu não queria O dia que as deixar (Ninguém foge a esse dia) Farão pois o meu lugar Minha paz, minha alegria. Rosa Silva ("Azoriana") ********** Com os melhores agradecimentos pelas: 1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3" 2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze" 3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor" **********
Olá! Há muito que não vinha aqui ia lá dar uma olhadela. Não direi há 18 anos mas fará uns bons meses. Entretanto, resolvi passear pelos posts da "jonasnuts" (faz-me sempre lembrar de chocolates com nozes :) ) e dei de caras com a data em destaque.
Lembra-se do tempo que quase saía borda fora da casa que me acolheu sempre com um verde sorriso aberto? Lembra-se de ser a "jonasnuts" que me salvava de semelhante tombo? É verdade! Lembro-me como se fosse há uma pisca e já passaram uma carrada de dias, meses e até anos. Não tantos anos como a existência inicial (18) do nosso querido SAPO, que bem vistas as coisas, até dá para fazer trocadilhos de SOPA, OPAS, menos PASSOS (pelo exagero de "S") e, sem dúvida, que lhe fica muito melhor ser SAPO.
Também não me deu para ir à procura do seu nome real, mas seja Maria João ou outro qualquer nome de sua graça, sei que foi, também, pela sua paciência e mão que cheguei a onde cheguei. Rimas aos milhares, um livro, cantigas ao desafio e em pezinho à laia de agradecimento ou dedicatórias pelas Festas do Espírito Santo, e, noutros casos, cantando portas para dentro, com tantos amigos e pessoas que até já me divulgam por esse mundo abaixo, que visitam a ilha (e as outras ilhas da Região Autónoma dos Açores), que me deram já tanto e fizeram outro tanto, tudo a bem da cultura açoriana.
O que dizer de tudo isto, cara amiga? Que somos praticamente família, cujo pai se veste de verde e tem uma legião de filhotes que contribuem para tantos milhares de carateres que, no meu caso, já ultrapassam muito do que eu esperava alcançar.
Vou calar-me antes que pares que ela pare de ler e, isso, não quero que aconteça porque guardei para o fim, isto:
Comentário rimado
Tudo o quanto nós fazemos A bem da Humanidade Há-de ser sempre de menos Comparado com a amizade.
Amizade é a fortaleza Mais difícil de quebrar; A nossa tenho a certeza Jamais irá acabar.
Há um mar de escrituras Solavancos e marés E se mais não me procuras É por estar sempre a teus pés.
Raramente daqui se sai Sem se postar um artigo: O SAPO é nosso pai, Nosso irmão e bom amigo!
Há um vazio por preencher Que mesmo que preenchido E mesmo depois de morrer Nunca há de ter morrido.
Eis a definição que encontrei, hoje, da minha existência enquanto terceirense de rimas a roçar a lírica. Dizem as páginas dos significados que a lírica é maioritariamente feita de rimas onde o poeta fala diretamente ao leitor dos sentimentos e do estado de espírito, embora como em toda regra, existam exceções.
[Não vou a talho de faca Nem quero vê-la em mim Já passei por muita vaca Que me fez rimar assim.]
Digamos que as musas da inspiração que pior me influenciaram foram as vacas (ditas racionais) porque as irracionais, muitas das vezes, conseguem ser melhores que as que andam por esse mundo, onde a perdição se atenua com a rima da conversão.
O lirismo é uma exaltação do ser que ser quer melhor e sossegado, no canto admirado. Não me perguntem se os meus escritos são redondilhas, odes, glosas, cantigas, sextilhas, sonetos, quadras, oitavas, quintetos, duetos, sei lá que mais… Apenas digo que são a inspiração instantânea do momento de Miravento (talvez um pseudónimo?!)
Há uma doce ventania Que me planta uma emoção Quer se faça em maresia Ou em lava de vulcão.
Também não quero deixar nenhum testamento ou cousa tanta semeados nos circuitos tecnológicos ou nalgumas folhas de pergaminho no fundo de algum baú. Não tenho baús. Tenho simplesmente uma arrumação proporcionada por alguém que quer muito bem aos meus louvores rimados. Ainda bem que alguém surgiu no patamar da minha vida. Nem sei se “os de casa” se molestam com o possível enferrujamento das linhas escritas sujeitas aos bolores, humidades e cortes de eletricidade.
Toma bem conta de mim, E das minhas criações Não deixes que tenha fim O álbum de recordações.
É assim que vou desaguando os sentimentos, que nem tinha dado conta deles num passado recente. Quem diria que a filha do mestre Carlos e da Matilde havia de ser um rosário de escritos à mercê da tempestade e da bonança, de uma festa ou de uma dança, de um desafio ou do gosto de ouvir ler o que foi criando… Por isso está mais que provado que cada autor tem uma rima de amor nem que seja pelo lirismo da existência.
Quando eu vesti de branco No alvor da existência Foi-me dado o solavanco Do lírico, não da ciência.
É verdade! Não sei nada para além do que já esqueci…
Quando for dia cinzento Na neblina que nos lavra Que possa ser o momento De amares minha palavra!
Angra do Heroísmo, 4 de outubro de 2013 (sexta-feira, dia que estou convidada para a cantoria na Serra da Ribeirinha, na Festa do Caçador, dos Lobos da Serra).
Em cada lobo que eu vejo Há um nobre sentimento Agora o que mais desejo É afinar com seu evento.