Dez anos conto da tua partida
Olhos fechados p'ra sempre foi...
Há dez anos que eu conto
Mas esse fecho não me dói
Abriu os meus ponto por ponto.
Olhos abertos sem dilema
Às novas cores da vida
Na criação do poema
Com a verve tão sentida.
Um olhar também foi luz
Duma página criada
Que porventura supus
Ficar sendo sua morada.
A morada de um poema
Nascido para dar espanto
Há de ter vida suprema
Na voz que lhe der canto.
Rosa Silva (“Azoriana”)