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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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Monólogo de sexta

08.11.13 | Rosa Silva ("Azoriana")

16:28. Quarto silencioso numa ténue escuridão apenas camuflada com uma nesga de portada semicerrada. Um som vindo do piso inferior desarruma as ideias que se quedam no leito que serve de almofadado a um tormento intermitente. Lá fora, a rua que é sempre a mesma esteve, hoje, menos ruidosa. Os guardiões caninos de uma moradia em "standby" gemem no seu modo diurno. O mestre labuta em surdina interrompida por alguma peça que cai. De pouco ou nada servem as letras unidas por toques num teclado móvel e virtual. O dia é um punhado de igualdades. A tarde já caminha para a costumada noite que é apanágio de todos os sons que agoram mancam aos meus ouvidos. Jamais irei amar a solidão nua e crua, encurralada nas paredes do isolamento. Apenas a necessidade obriga a estágios de vida e vida diferente. Faltou-me o cheiro a café pingando da máquina matinal, faltou-me um beijo de aconchego, faltou-me o ritual dos dias iguais: levantar, lavar, vestir, comer, beber, sair beijando a cortina da alvorada, entrar no veículo acelerado de obrigações diárias e seguir o estado de graça laboral. Sem virar a linha que separa o parágrafo de uma escritura tonta eis-me prisioneira de mim, dos meus tormentos numa conchinha solitária mas em constante alvoroço de escritos com ou sem a bem-aventurada rima que é o bálsamo dos dias assim ou nem tanto. Eis-me na catedral de tantos escritos ditos poemas da inspiração com retalhos de paixão, alegria, tristeza, emoção, mas sobretudo com o que habita a moldura de um coração sem limites. Fica comigo agora e deixa que te diga e cante ao coração as palavras que jamais foram escritas mas existem no labirinto de um quarto à beira de uma nova noite que se espera de menor tormenta.

 

Rosa Silva (numa sexta-feira, melhor dia da semana)

A dor

08.11.13 | Rosa Silva ("Azoriana")

A tristeza, meus leitores,
Faz calo em muitos doentes
Que procuram os doutores
Para curas insistentes.

 

Volta e meia sinto dores
Estou tão mal dos meus dentes
Que as mesmas sejam flores
No altar dos santos crentes.

 

Toda e qualquer dor seja
Uma flor para cada igreja
Que celebra o Amor.

 

Cada lágrima que nos cai
Seja louvor ao nosso Pai
E o perdão p'ró pecador.

 

Rosa Silva ("Azoriana")