Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana).
Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1
Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos
Motivo para escrever: Rimas são o meu solar Com a bela estrela guia, Minha onda a navegar E parar eu não queria O dia que as deixar (Ninguém foge a esse dia) Farão pois o meu lugar Minha paz, minha alegria. Rosa Silva ("Azoriana") ********** Com os melhores agradecimentos pelas: 1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3" 2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze" 3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor" 4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado **********
Vistas bem as coisas como elas são, todos andamos neste mundo e dependemos uns dos outros. Quem manda depende de que lhe dá o comando; quem trabalha depende de ter que fazer; quem recebe depende de ter patrão; quem escreve depende de quem o lê; quem canta depende dos aplausos que porventura receberá no palco ou num terreiro; quem chora depende de quem lhe limpe as lágrimas; quem ri depende de quem lhe conta a graça; quem vive só depende da bondade alheia; quem se levanta cedo (ou tarde) depende da alegria de não ter dito adeus à vida durante a noite…
Depois desta reflexão ponderada ergo o pensamento, outra vez, para uma frase única: quem merece homenagem depende da resposta positiva a uma pergunta que alguém faz a quem de direito - Quero fazer uma homenagem a “fulano” (= diz-se o nome da pessoa ou entidade) e preciso da sua intervenção em todo o processo. [ponto final].
Até que eu podia fazer a tal pergunta ou pedido mas tem um entrave: - Não aceito um “Não” e pronto. Como, na certa, é um “Não” que vou obter porque (e lá vem um rosário de entraves) é mesmo assim, a vida não está para graças nem para dar de graça, ficamos na mesma, cada um no seu canto à espera de alguém lhe bater à porta com a frase que tantos sorrisos traz: - Venho aqui, em nome de [entidade máxima] para o convidar a estar presente numa sessão solene no [diz-se o local, a hora, etc.], onde contamos com a sua prestimosa anuência, bem como da sua família…
É bonito, não é?! Quem não gosta de se lhes prestar a devida atenção e fazer a merecida vénia?! Serão bem poucos aqueles que não gostam que lhe apreciemos os dons que possuem…
Não posso ser mais direta do que isto. Em toda a nossa ilha (e outras) há milhentas celebridades com artes naturais cujo dom foi simplesmente terem nascido com uma capacidade extraordinária. E porque não louvá-la e aplaudi-la, partilhando com o povo o que de melhor se tem no povo?!
“ (…) O torresmo da agonia, cabia sempre a um dos que seguravam o porco pela parte de trás, em que o que o segurava pelo rabo naquele momento de agonia, sujava-se todo. (…) ”
Não é propriamente daquele torresmo que vou escrevinhar hoje e que, também, me fez lembrar das histórias da matança do porco na minha casa nos tempos idos. Atualmente, nem um porco se pode matar no reduto doméstico, sem que venha alguém “condenar” a ação de sobrevivência familiar graças à abundância que a matança de um porco dava. Enfim, mudam-se os tempos, como dizia o outro.
O que quero deixar para “torresmo da agonia” (da atualidade) é o facto de cada vez se trabalhar mais e se receber menos. Não há maneira dos nossos governantes reduzirem o custo de vida e presentearem o trabalho de cada um, para que se possa adquirir os bens e haver algum poder financeiro para todas as compras. Se não fosse a má conversão do escudo para euro em que foi tudo para um patamar duplo no custo, nada desta carência, digo falência, geral estaria a acontecer.
Digam-me lá como se sobrevive se a eletricidade aumenta, se a água aumenta, se os bens alimentares e de consumo aumentam e… o nosso salário mensal leva cortes e mais cortes?!
E ainda por cima vem um elemento, que nem é amigo da nossa autonomia, tentar que fiquemos ainda mais empobrecidos?! Ainda bem que há quem lhe dê juízo e impeça que a bendita (digo maldita) ideia prossiga e infernize o que infernizado está.
Sinceramente, acho que é o desespero local, o desespero da nação e quem sabe se o desespero mundial. Até onde vamos nós? Até quando haverá paz? Juro que receio o que possa advir nos tempos que restam a uma “meia dúzia”, salvo seja, de personagens, ora taciturnos ora boquiabertos de espanto negativo.
Que Deus incuta na mente dos que regem uma experiência: fechar para balanço e abrir com novos preços (mais baixos) e um aumento do «pão-nosso-de-cada-mês». Assim, todos ganhavam porque o poder de compra seria maior e o comércio venderia muito mais, sem ter de ficar “às moscas” ou com a “cartilha dos devedores” a abarrotar.
Pensem nisso, está bem?
E já agora, deixem o pobre cidadão fazer a sua matança de porco no quintal da própria casa, à maneira tradicional, com direito a convidados familiares e amigos numa azáfama feliz o mais possível.