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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

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30-04-2014: Mercês Albino Ferreira de Melo

30.04.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

MERCÊS ALBINO

Mercês, menina de abril
Nasceu pra vos consolar
De uma maneira subtil
Antes de maio entrar.

Fechou a porta de um mês
Abre um sorriso à tourada;
Linda menina Mercês
É dos Bravos à chegada.

Uma bênção prós seus pais
Bem como prós seus avós
Dos Bravos sempre leais.

Venha a taça da alegria
Adocicar nossa voz:
Salvé Mercês, flor do dia!

Rosa Silva ("Azoriana")

"Encomenda", de Cecília Meireles

29.04.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

"Desejo uma fotografia
como esta - o senhor vê? - como esta:
em que para sempre me ria
como um vestido de eterna festa.

Como tenho a testa sombria,
derrame luz na minha testa.
Deixe esta ruga, que me empresta
um certo ar de sabedoria.

Não meta fundos de floresta
nem de arbitrária fantasia...
Não... Neste espaço que ainda resta,
ponha uma cadeira vazia."

Cecília Meireles

"Beijo", de João de Deus

28.04.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

"Beijo na face
Pede-se e dá-se:
             Dá?
Que custa um beijo?
Não tenha pejo:
             Vá!

Um beijo é culpa,
Que se desculpa:
             Dá?
A borboleta
Beija a violeta:
             Vá!

Um beijo é graça,
Que a mais não passa:
             Dá?
Teme que a tente?
É inocente...
             Vá!

Guardo segredo,
Não tenha medo...
             Vê?
Dê-me um beijinho,
Dê de mansinho,
             Dê!

*

Como ele é doce!
Como ele trouxe,
             Flor,
Paz a meu seio!
Saciar-me veio,
             Amor!

Saciar-me? louco...
Um é tão pouco,
             Flor!
Deixa, concede
Que eu mate a sede,
             Amor!

Talvez te leve
O vento em breve,
             Flor!
A vida foge,
A vida é hoje,
             Amor!

Guardo segredo,
Não tenhas medo
             Pois!
Um mais na face,
E a mais não passe!
             Dois...

*

Oh! dois? piedade!
Coisas tão boas...
             Vês?
Quantas pessoas
Tem a Trindade?
             Três!

Três é a conta
Certinho, e justa...
             Vês?
E que te custa?
Não sejas tonta!
             Três!

Três, sim: não cuides
Que te desgraças:
             Vês?
Três são as Graças,
Três as Virtudes;
             Três.

As folhas santas
Que o lírio fecham,
             Vês?
E não o deixam
Manchar, são... quantas?
             Três! "

João de Deus, in 'Campo de Flores'

"Vozes dos animais", de Pedro Dinis

27.04.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

"Palram pega e papagaio,
E cacareja a galinha;
Os ternos pombos arrulham,
Geme a rola inocentinha.

Muge a vaca, berra o touro,
Grasna a rã, ruge o leão
O gato mia, uiva o lobo,
Também uiva e ladra o cão.

Relincha o nobre cavalo,
Os elefantes dão urros,
A tímida ovelha bala,
Zurrar é próprio dos burros.

Regouga a sagaz raposa
(bichinho muito matreiro);
Nos ramos cantam as aves,
Mas pia o mocho agoureiro.

Sabem as aves ligeiras
O canto seu variar;
Fazem gorjeios às vezes,
Às vezes põem-se a chilrar.

O pardal, daninho aos campos,
Não aprendeu a cantar:
Como os ratos e as doninhas
Apenas sabe chiar.

O negro corvo crocita,
Zune o mosquito enfadonho;
A serpente no deserto
Solta assobio medonho.

Chia a lebre, grasna o pato,
Ouvem-se os porcos grunhir;
Libando o suco das flores,
Costuma a abelha zumbir.

Bramem os tigres, as onças,
Pia, pia, o pintainho;
Cucurita e canta o galo,
Late e gane o cachorrinho.

A vitelinha dá berros;
O cordeirinho, balidos;
O macaquinho dá guinchos,
A criancinha vagidos.

A fala foi dada ao homem,
Rei dos outros animais:
Nos versos lidos acima
Se encontram, em pobre rima,
As vozes dos principais."

Pedro Dinis

"Chuva fina", de Cecília Meireles

26.04.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

"Chuva fina,
matutina,
manselinho orvalho quase:
névoa tênue sobre a selva,
pela relva,
desdobrada, etérea gaze.

Chuva fina,
matutina,
o pardal de úmidas penas,
a folhagem e a formosa
clara rosa,
sonham que és seu sonho, apenas.

Chuva fina,
matutina,
pelo sol evaporada,
como sonho pressentida
e esquecida
no clarão da madrugada.

Chuva fina,
matutina:
brilham flores, brilham asas
brilham as telhas das casas
em tuas águas velidas
e em teu silencio brunidas. . .

Chuva fina
matutina,
que te foste a outras paragens.
Invisível peregrina,
clara operaria divina,
entre límpidas viagens."

Cecília Meireles
Metal Rosicler (1960)

40 anos de sacerdócio. Pe. Francisco Dolores

24.04.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

Caridade e humildade rimam com o Padre

Era uma vez um senhor
Nascido em Santa Maria,
Que veio a ser prior
Porque a Santa assim o queria.

Conquistou sem qualquer luta
Outros ares da Região,
Levanta os braços, em labuta,
Com "armas" do coração.

Se encontra um irmão
Seja em que atitude for
Estende a sua mão
Com a benção do Senhor.

Se o pecado o procura
Recebe dele o perdão
Olha bem a criatura
Sabe ver o coração.

Se existir nos Açores
Um homem deste tamanho
Certamente não é Dolores
Nem terá o seu empenho.

Quando de frente o olhares
E te sentires tremer:
Abre a alma, é só falares,
Que ele vai compreender.

O amor que ele tem a Cristo
Não é feito por medida
E neste verso eu insisto
Que é feito p'la sua vida.

E quando daqui se for
Como vão todos os viventes
Tem a Graça do Senhor
O amor dos que são crentes.

Um doce beijo lhe mando
Neste dia especial
Se de mim se for lembrando
Lembro dele sempre igual.

Deus o proteja e ajude
E a todos à sua beira;
Humildade a maior virtude
Que ele tem quanta queira.

Bem-haja!
Angra do Heroísmo, 2014/04/24

Rosa Silva ("Azoriana")

O valor da vida...

24.04.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

Há males que causam dor,
E a dor mal se suporta;
Também só se dá valor
Quando fecha a última porta.

A vida é para ser gozada
Com bem ou com sofrimento
Mas se se dá má passada
Pode armar-se um pé-de-vento.

Há quem diga que a morte
Para alguns é prematura
Para outros até traz sorte
Nascem elogios em fartura.

O valor de uma vida
Em vida faz pouca vista
Quando chega a partida
A vida valor conquista.

Rosa Silva ("Azoriana")

Feliz Páscoa para todos (e desenho do rosto de Cristo)

18.04.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

O Desenho d'Esse olhar
Parece tão verdadeiro
A dor quiseste desenhar
Mas o olhar eu vi primeiro.

Quiseste ao mundo mostrar
O rosto, sem corpo inteiro,
Que a mim fez contemplar
O olhar são, pioneiro.

A dor se fez por três dias
E ao terceiro se desatou
Transformou-se em alegrias.

Nesse olhar eu me detenho
Foi Deus que te inspirou
Deu mais fé ao teu desenho.


RS Azoriana

 

Nota: Alusivo à pintura em acrílico s/tela, da autoria de Agostinho Silva, de "Arte por um Canudo" - Parada de Gonta.

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