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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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Rescaldo da semana

06.05.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

A semana tem sido pródiga em acontecimentos especiais, sobretudo para quem vive emoções fortes, tal como eu.

Sendo maio o mês dos “m’s” continua a florir com outras letras em livros que vão surgindo pela apetência de escritores que gostam da cultura popular açoriana e das cantigas nas vozes dos nossos amigos do desafio.

A vinda de José Fonseca de Sousa e esposa ao lançamento do livro de “António Mota - o cantador” é um dos casos a que me refiro no parágrafo anterior;

A vinda (surpresa para mim) da amiga Kathie Baker e marido, dos USA foi outro momento de carinho e ternura;

A noite de ontem (5/5/2014), no Retiro dos Cantadores da Vinha Brava, propriedade de José Santos (Gaitada) que me colocou nas cantigas de desafio com o nosso querido João Leonel, mais conhecido por “Retornado”, cujo desafio se torna, à partida, de maior responsabilidade por ser um cantador dos mais antigos com amor pelo improviso e que já deu inúmeras provas de beleza poética ao que dos seus lábios sai. É um cantador que eleva, sem se elevar, a cantiga ao grau de superioridade da inspiração nata, sem desfazer a sua bonita humildade.

Não estava à espera de cantar porque estava com dificuldades vocais mas após ouvir a melodia, olhar para aqueles cabelos esbranquiçados e um olhar como que a recomendar calma, o resto foi ao sabor da inspiração perante algumas “questões” que me deram caminho ao longo do desafio. A meta foi pelo amigo “Retornado” melhor alcançada mas confesso que me senti muito bem ao seu lado.

A noite continuou maravilhosa com os desafios de Fernando Alvarino e Rogério Rebelo, João Leonel “Retornado” e José Santos (Gaitada) com sextilhas, de se tirar o chapéu, em homenagem ao convidado especial José Fonseca de Sousa, e, por fim, Liduino Borba e Rogério Rebelo presentearam a assistência, composta de um conjunto de amigos, com umas “Velhinhas” à moda da Terceira, provocando palmas e risos.

Na volta a casa pairava em mim a emoção contente e a lembrança de conversas entre amigos que fazem da nossa cultura um estandarte de alegria com o prazer da cantoria. Onde quer que esteja um terceirense contagia outros tantos e até quem não é residente habitual mas que, de passagem, leva consigo a lembrança do nosso entusiasmo ilhéu.

Fernando Pereira, o grande divulgador das cantigas, também lá estava com seu bonito gesto de captar em imagem/som o que, porventura, ficará bem aos olhos do mundo como que uma relíquia açoriana de um momento que se pode multiplicar por diversos espaços onde haja uma viola da terra, um violão e o dedilhar de melodia airosa que dá um gosto especial ao verso da cantiga que não se estuda nem se aprende mas tem-se no imediato, sem hipótese de emendar.

Bem-haja a todos os que gostam do que é nosso e genuíno. Bravo amigos!

Rosa Silva (“Azoriana”)

2014/05/06