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Bravo toiro que ateia
O pó da nossa atenção
E o ilhéu incendeia
Duma brava atração.
Com guarda-sol o capinha
Atiça bravo serviço
E do toiro se adivinha
O seu novo reboliço.
Uma aficion terceirense
Que nenhuma outra imita
A bravura nos pertence
E a quem a acha bonita.
Bravos ilhéus que festejam
Uma magia de cores
Louvados p'ra sempre sejam
Ganadeiros e pastores.
No caminho da investida
Uma dezena de pastores,
A corda só é comprida
Se a pancada causa dores;
Um toiro só brilha em vida
Por quem mostra seus valores.
Veraneio de folia,
Um imenso festival;
Um passo maior se cria
Em defesa do animal;
Todos querem alegria
No redondel arraial.
Rosa Silva ("Azoriana")
2014/06/25
Com amor eu te criei
Como prima fortaleza
Quando hoje te visitei
No Museu, da grã riqueza
Uma lágrima brotei
No silêncio da realeza.
Sentada num cadeirão
Com meus ares de espanto
Vendo a ilha da Região
Que num sismo sofreu tanto
Nas raízes do teu chão
Que hoje parece santo.
De um sismo renasci
Onde tiveste o berço-sorte
Olhando agora por ti
E plas contas do teu norte
Trabalha bem e faz aqui
O melhor e o mais forte.
Tua mãe, Rosa Silva, com a alcunha "Azoriana" (o "z" é uma letra internacional, enquanto que o "ç" pode surgir como um símbolo).
A ilha Terceira sobrevive à custa de tantas e tantas obras e festas que envolvem a população interna e externa. É nesta sorte que vivemos e sem ela tudo perdemos. Nunca percas o teu chão natural, o teu valor humano, o teu regalo de ser e estar na ilha mais festiva do arquipélago.
Somos o que somos onde quer que o olhar poisa.
Esta nota foi criada posteriormente à dedicatória e tem a data do dia de S. Pedro, a freguesia citadina onde acertámos passo e pousio - 29 de junho de 2014.
Eu quero ao mundo dizer
Em palavras de estima
Que devem todos conhecer
O livro que ora encima.
Jorge Morais, em cadeia,
Faz a palavra brilhar,
É poeta de alma cheia
Que me prende o olhar.
O olhar e o sentimento
Na leitura de "cinco dedos
De poesia", de talento,
De augustos [in]segredos.
Corre a tinta entre folhas,
Corre a semente do ser,
E correm suas escolhas
Pelos olhos de quem o ler.
Bravo! Parabéns!
Angra do Heroísmo, 2014/06/28
Rosa Silva ("Azoriana")
Aos Meus Filhos:
Luís Carlos,
Aida Alexandra
e Paulo Filipe...
Os filhos que Deus me deu
Tem o céu em sintonia
No olhar de maresia
No sentir de ser ilhéu
E ainda em cada dia
No ar que eles tem de seu.
***
Cada vez que me acompanham
Seja lá aonde for
No meu coração desenham
O prestígio do amor
E oxalá que sempre o tenham
Como pétala duma flor.
Não é preciso abraçar,
Nem é preciso frequência
Na forma de contatar
Haverá sempre evidência
No que a voz pronunciar
Em louvor da existência.
Não digo que tem valores
Nem digo que são troféus
Só direi que são mentores
Destes meus ares ilhéus
Nascidos pelos Açores
Tem tudo o quem vem dos céus!
Rosa Silva ("Azoriana")
Minha terra é uma prenda
Um convite a festejar
É valor, arte e lenda
De um povo a navegar.
Minha terra beija o mar
Seja de noite ou de dia
Salgado a murmurar
E doce na companhia.
Venha ver o sol crescer
Na bainha da aurora
Para quando adormecer
Deixar sua cor cá fora.
Venha ouvir nossas gaivotas
Sobrevoando as marés
De certeza que bem notas
Beleza de lés-a-lés.
Rosa Silva ("Azoriana")
Cantadores do Pezinho das Sanjoaninas 2014. 27 de junho:
À vista (da esquerda para a direita): Tiago Clara, Lénio Parreira, Maria Clara Costa,
José Esteves, Bruno Oliveira
À posteriori: o emigrante Victor Santos e José Eliseu.
De caras "ensarilhadas"
Como o Esteves nos diz;
Por dentro abençoadas
Com a rima mais feliz.
Cada olhar tem um mistério
Cada lábio uma palavra
E neste vosso império
A boa rima se lavra.
Cada um veda o sorriso,
Nesta hora e momento,
No átrio do pensamento...
Quando solta o improviso,
É como ave que voa
Leve em verso que apregoa.
Rosa Silva ("Azoriana")
Nada mais é que uma flor
Nada mais do que é preciso
Nada mais que o meu amor
Nas asas do improviso.
Nada mais que dupla cor
Nos varais feitos de siso
Nada mais que o Pastor
Do jardim do Paraíso.
E pra contudo ser nada
Numa cantiga rimada
Com o tom da natureza...
É um nada já com tudo
Do verso, que sem estudo,
Em quase nada vê beleza.
Rosa Silva ("Azoriana")
Vejo lágrimas pendentes
Que tomam a cor lilás
Que fazem lembrar as gentes
Que não voltaram para trás.
**
Vejo abertas sementes
De beleza eficaz
Mesmo que sejam cadentes
Só de olhar trazem a paz.
**
Ó que pétalas divinas
Trazem as Sanjoaninas
Aos muros da tradição.
**
Ó que saudades eternas
De quem as achava ternas
Cores santas por S. João.
**
Rosa Silva ("Azoriana")
Caneta ao baleeiro
Da montanha majestosa
Caderno onde o ponteiro
Aponta quadras da Rosa.
Caneta de marinheiro
Que do mar fez sua prosa,
Caderno que é o primeiro
A beber rima amistosa.
Quando um dia eu me for
Podes ver todo esse ninho
Com as notas de carinho...
Até lá deixa-o estar
Na minha mente a voar
Construindo o meu caminho.
Rosa Silva ("Azoriana")