11 de setembro de 2014
O poder da mente
Estou num estado de sítio. Pareço um bolo lêvedo. 11 de setembro de 2014, treze anos exatos após um outro que fez mossa medonha numas torres esmigalhadas por aviões, acabo vendo esconder-se nas nuvens cheias de azedume, um "pássaro gigante" que leva parte que nasceu de mim. Ainda ficam na ilha redonda dois rebentos maiores. O mais pequeno, quase homem feito a 9 de outubro p.f., voou feliz e contente almejando pela nova vida de aprendizagem superior.
De novo e mais uma vez o meu coração bate noutro tom. Roí as unhas ao ver a subida íngreme daquele "pássaro gigante" com cores portuguesas. Apertei as mãos uma contra a outra, entrelacei os dedos como que numa prece aguda... e vi o esconderijo de tão grande ave de chapa.
Chamaram-me daquele momento de observação e dei meia volta à viatura que me trouxe de volta ao dia comum. No entanto sinto-me como fósforo incandescente, chama ardente e pão lêvedo: uma explosão de pensamentos. Tudo depende das tecnologias que levam e trazem as venturas e/ou desventuras de viagens, sejam elas aéreas, marítimas ou terrenas. Tudo tem o seu ponto certo.
Num pequeno intervalo das andanças de hoje dei por mim a olhar o noticiário televisivo. Recordações daquele maldito 11 de setembro que quebrou tantas vidas e materiais. Hoje o avião da companhia portuguesa levantou voo pacífico, entre tantos outros cujo desenho na cauda é mesmo um pássaro ilhéu. Como é linda a cor das aves açorianas desenhadas - azul em branco... Que frescura, que ternura!
Chega-me a notícia que já aterrou no aeroporto de Lisboa. Agora é uma questão de mais umas horas e seguirá caminho de ferro até atingir a meta.
Segue o teu sonho e sejas sempre risonho!
Rosa Silva ("Azoriana")