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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

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A S. Sebastião

26.10.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

Último domingo (26) do mês de outubro de 2014. Tarde calma com visões celestiais tranquilas de anil e ouro, fruto do mar e do sol. Paisagem serena junto à Ermida da mártir Maria Vieira, na freguesia de S. Sebastião. Por entre as visões e as orações íntimas, uma porta aberta convidativa à subida de cinquenta degraus intervalados por uma espécie de "Pai-Nosso". É que a escadaria lembra-me a reza do terço, as cinquenta ave-marias e os cinco Pai-Nossos. Impelidos por uma vontade consciente subimos e entrámos na Ermida que, por incrível que nos parecesse, estava no início da eucaristia, com a palavra do pároco Domingos Faria (desconhecia-o até então).

Nada nos fez abalar sem ouvir tudo até à bênção final. Nada mesmo. Os bancos; o terço artesanal de comprimento que dava para enfeitar a entrada, as laterais e o altar da Ermida, entrelaçando algumas imagens belas de Jesus e sua Mãe; o Sacrário; as imagens cativantes; mas sobretudo, a explicação (prefiro ao invés de sermão) do pároco, sempre que via a necessidade do bom gesto que nos impedia de sequer pronunciar um gemido. O silêncio era preciso para captar com todos os sentidos a mensagem (todas) das leituras, do Evangelho, do "nós", da "salvação universal" e da paz interior.

Parecia que o céu tinha descido à Ermida. Parecia que o pecado se anulara. Parecia que Deus nos presenteava com um momento para a vida exterior à Ermida. Parecia que os anjos cantavam pela voz do pároco Domingos Faria. Parecia que a tarde caía numa escuridão santa.

E foi então que do meu íntimo surgiram versos cantantes para ofertar a S. Sebastião, porque ouvi a intenção informativa. À minha lembrança chegou a voz interior que me despertou para a proximidade do dia 28 de outubro, data que fará onze anos que a minha mãe partiu para outra dimensão. Ela deu-me este sinal que, de propósito ou não, me fez subir cinquenta degraus, e entrar numa Ermida até então desconhecida para mim. São estes sinais que provam a existência da eternidade e a partilha de sentimentos de lá para cá.

É-me impossível esconder tais versos "ouvidos", cantados e rezados para uma imagem única: S. Sebastião! Graças a uma homilia extraordinária e que me tocou profundamente, admirei e amei.

Ei-los por escrito e também em imagem:

S. SEBASTIÃO

Pode o céu tombar de anil
Junto a S. Sebastião;
Pode o ilhéu ser subtil
No retalho de mansidão;
Porque as graças serão mil
Fruto da nossa oração.

Glória a S. Sebastião
O padroeiro da Vila
Na flecha do coração
Junta o povo qual argila.
Glória à fé em união
Nos caminhos da ternura
Patrono da salvação
Que nos tira da agrura.


Vem o tempo de orar
Uma prece universal;
Vem o tempo de ficar
Numa onda fraternal
E do abraço popular
Dar-se a graça divinal.

2014/10/26

Rosa Silva (“Azoriana”)

S. Sebastião

Nota: Artigo relacionado.

A rima puxa rima...

26.10.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

Bom dia!

Minha mãe que estás no Céu
Pede por mim ao Senhor
À saudade comum de ilhéu
Junto a fraqueza e a dor;
Que as estrelas do teu véu
Deem brilho aonde eu for.

Rosa Silva ("Azoriana")

 

Primeira quadra do meu filho, Paulo Filipe Silva Borges, em resposta à minha sextilha:

 

Coimbra que me abraça
Dos açores fiz a partida
Deixo aqui minha graça

Desta saudade sentida.

 

2014/10/26
Domingo de outubro
Hora de inverno