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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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Amália - DIVA do FADO

29.10.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

Amália Rodrigues - DIVA do FADO

Outubro foi o teu mês
De partida mas ficando
Ao lado de quem te amando
Te chora por tanta vez.

Amália tom português
A Diva que ouvi cantando
E quase sempre chorando
O trinado que bem fez.

Amália teu doce canto
Vai comungando perfume
De uma saudade em cume.

As rosas tuas são belas
Melhor perfume que elas
Só na tua voz de encanto.

Rosa Silva ("Azoriana")

[2014/10/06]

Hortênsia em flor (Terceira)

29.10.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

Moro numa ilha beijada pelo mar
E no rosto das manhãs dou por mim a louvar
- Que bom é ter-te em mais um dia de magia!
- Que bom é ter uma ilha por companhia!
Deixo-me vaguear envolvida em tanta cor
Que o dia me traz num abraço de amor;
Refresco-me de um colorido de terra e mar
Na estonteante serenidade e bravura
Que venera o centro do fogo e a paz do luar
Da Ilha onde a mulher assenta em figura.

O prazer peninsular do cativante Monte,
Ventre aberto ao céu que lhe fica defronte,
Refúgio das aves e de quem o visita,
Miradouro intemporal da terra que o fita.
O Monte, a Ilha é tudo isto sem ser demais:
É bela, é de Cristo e dos comuns mortais;
É vida, é dor, é sentimento cruzando o horizonte;
É verde, azul, lilás num justo ornamento;
É festa, é riso e a formosura se lhe aponte;
É cais de sonho, é doçura que acalento.

A ilha é linda, hortênsia em flor,
Terceira rainha, o sol do amor,
Lua de amizade, riso do Senhor,
Maresia encantada, manto de valor.

2008/01 /24

Rosa Silva ("Azoriana")

Sou (da ilha Terceira)

29.10.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

Sou terra e mar
Sou ilha em punho

Garça a navegar
Em solto rascunho

Sou o que a ilha quiser
E tudo o mais que dela escrever.

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Para quem visita a ilha, vestida de lilás e outras cores num painel imenso, nota que há sorrisos expostos para a passagem dos forasteiros, há bons manjares, há regras, usos e costumes. Portas para dentro há outras cores, outros sabores e outras alegrias e dores que, por vezes, estão ocultas... Talvez por isso é que o mar está tão cheio de águas: as suas e as nossas que caem já salgadas para não destemperar as que já o são (Há lágrimas de mar salgado?!).

E cada ilhéu vive à sua maneira mergulhado em todas as tonalidades de um só dia.

O mar é o espelho do céu e da terra e ciranda sempre em volta dela, numa dança infinita. São voltas e voltas do mar que a beija suavemente ou em golpes de fúria. Por isso, a terra é feliz quando é beijada e chora quando fustigada pela brava onda. Sempre será ilha brava por terra e mar num painel de cores.

2007/10/22

Rosa Silva ("Azoriana")

Vida de ilhéu (na Terceira)

29.10.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

"Com Deus me deito, com Deus me levanto, com amor e graça, do Divino Espírito Santo" - Era assim a sua reza matinal. Eu, calada no meu leito, olhos esguios na transversal, vigiava aquela mulher cuja idade se desenhava nas rugas do rosto e das mãos. Por vezes, sentava-me perto dela e esticava-lhe, com os meus dedos, aquelas torres de rugas sobre as mãos. Ela sorria e eu queria que ela me dissesse: "Um dia terás as tuas...". Atualmente, quedo-me nesse pensamento como que com medo de olhar as minhas mãos e ver os mesmos montes de pele, sinal de que a idade está a pesar muito... Tenho medo de envelhecer e de ficar só e as minhas rugas, sem ter ninguém que brinque com elas...

De novo, volto àquela ladainha do amanhecer de ilhéu:

- "Com Deus me deito, com Deus me levanto...". Parei neste ponto... Hoje, raramente balbucio esta reza que decorei, por ser bonita e fácil. A pressa do levantar nem deixa que se balbucie rezas rimadas e bonitas como estas... Não dá tempo, não se tem tempo, corre-se desenfreadamente para as rugas que, por vezes, nem se chegam a alcançar porque se morre mais cedo do que antigamente. A vida de ilhéu já não é o que era no tempo desta mulher linda de cabelos alvos de neve, com um olhar de um azul transparente onde se conseguia avistar a pureza dos seus sentimentos... Tenho saudades de lhe vigiar as rezas matinais e noturnas. Aos anos que não as ouço porque só resta a recordação.

A vida de ilhéu apetece recordar...

2007/10/22

Rosa Silva ("Azoriana")

Ilha lilás, a Terceira

29.10.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

A noite é um xaile negro que cobre a ilha. Quando esta desperta do pesadelo, o sol cobre-a de beijos e raios de ternura, ladeado pelas nuvens que tentam esconder a felicidade da manhã airosa e doce. E nesta maré de emoções, eis que surge, neste dia, o resplendor da vontade de cantar a Ilha Brava e Doce.

A ilha é «Brava» porque no quadriculado de preto e verde, serenamente, pastam vultos negros cuja fúria só se percebe quando o seu olhar fixa quem os atiça. Na calma azul (do céu) e verde (do pasto) e se juntos, parecem-se com os bois e vacas que pastam noutras pastagens da ilha.

A ilha é "Doce" porque a culinária é rica e apetitosa. O alfenim, por exemplo, é um doce feito à base de açúcar que só existe na ilha mais festeira do mundo - a Ilha Terceira.

Acompanha e participa nesta onda de prosas, amores, rosas e poesia de sabor popular desta pérola mais-que-perfeita, uma flor do paraíso açoriano, descoberta no século XV.

2007/10/22

Rosa Silva ("Azoriana")

A ILHA (a Terceira) merece

29.10.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

Ilha

Bordada de palavras
no bailado da brisa
entre um porto de aventura
e uma rocha de ternura

És magia
uma flor aberta ao dia
uma maré de amores
universo de mil flores
num decote de prazer
um doce amanhecer
da primavera da vida.

És regaço de ilhéus
És ventre de uma cratera
Que deixou de ser.

És embrião de esperança
um olhar doce de criança
cada vez que a deixas viver.

És farol de salvação
uma estátua verde
uma tela de vida
no horizonte traçada
e do mar erguida.

És o rebentar de emoções
na maresia dos sentidos
no patamar do mundo
nesse Atlântico profundo.

És Ilha
ancorada
aos meus silêncios.

2007/11/01

Rosa Silva ("Azoriana")

Abraço duradoiro

29.10.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

Debruada a espiguilha
Vou cantando minha ilha
Que de lilás fez-se hortense
Nesse tom que lhe pertence
E quem por ela hoje passa
Com gosto sempre a abraça.

É ilha encantadora
Mui formosa e sonhadora
De beleza sem igual
Uma flor de Portugal
E quem por ela ontem passou
Maior saudade abraçou.

Musa de danças e rimas
Regadas pelas vindimas
Do vinho doce e cantares
Que se juntam nos lagares
E quem por ela passar
Sei que a vai abraçar.

Ó minha linda Terceira
Alegre e muito festeira
O coração dos Açores
Uma mostra de sabores
E quem por ti vai passando
Sorrindo te vai abraçando.

Rosa Silva ("Azoriana")