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"Soca vermelha, soca rajada,"
Por esmola era pedida,
"A tranca a quem não dá nada"
Vinha logo de seguida.
Por caminhos e atalhos
Numa alegria infantil
Vão saquinhas de retalhos
Pedir guloseimas mil.
Um dia de mais encantos
No rosto da pequenada
Chamado de Todos os Santos
Que a novembro dá entrada.
E somos todos chamados
Também a levar a sério
E visitar os antepassados
Que jazem no cemitério.
Serão santos de uma vida
Que deixaram para nós
Os que de forma sentida
Vão rezar-lhes em viva voz.
Pais, filhos e até irmãos,
E os mais antecedentes,
Por terem sido cristãos
Hoje lhes são dados presentes.
Se o céu é o infinito,
Se o inferno é na terra,
Hoje alegre seja o grito
Que pla alma se descerra.
Deixem ir as criancinhas
Pelas portas da bondade
Pois parecem avezinhas
Trilhando a caridade.
Que beleza é ser santo,
Ser puro ou inocente.
Colorindo cada canto
Com um sorriso somente.
Venham sorrisos ilhéus
Coroar a paz do dia
Venham sorrisos dos céus
Afastar a nostalgia.
Que não se abrace a tristeza
Nem seja um dia cinzento
Tenha-se alegria à mesa
Na escaldada do evento.
E às crianças, Senhor,
Apregoando alegria,
Dai-lhes todo o vosso Amor
Dai-lhes Pão em qualquer dia.
Rosa Silva ("Azoriana")