Lar açoriano
Longe vão os tempos, ou melhor, perto vêm as palavras que se diziam que “grão a grão enche a galinha o papo” para vos dar a conhecer a minha estranheza na avalanche de recintos e/ou lojas ao cuidado dos “novos” residentes de outra raça que não a portuguesa legítima, ou ainda, da açorianidade. Sim, porque somos viventes das ilhas dos Açores com tudo o que temos de melhor e soberano, ao longo de uma eternidade de sonhos e realidades. Mas, voltando aos entrementes, estava a escrever que achava estranho a ocupação por parte de gentes provenientes de outros lugares longínquos… os conhecidos chineses… Sim, conhecidos porque a cada passo, ou melhor, a cada rua citadina (ou quase) é notória a marca “made in China” e ficamos de olhos esbugalhados perante a imensidão de artigos postos à disposição das bolsas açorianas e das de quem passeia pela nossa sempre nobre e leal cidade.
Portanto, já não me faz maior estranheza a abertura de nova loja, aqui ou acolá, porque já me habituei ao proliferar desta nova aquisição. Se dá lucro, ou não, isso já não me diz respeito. Apenas chamo a atenção aos nossos ilustres residentes que observem o modo de trabalho dos novos residentes e apreciem a multiplicação do mercado chinês. Trabalham de sol-a-sol e o descanso não se fez para este povo que, digo eu, talvez já se tenha apercebido que também de festas e touradas, arraiais e comensais vivemos bem e damos fruto que baste (q.b.). Pena é que a conversão do escudo a euro tenha feito ruir tanta da alegria que se tinha e os rendimentos tenham caído em flecha pelas ruas da amargura.
Não vou adiantar mais texto sobre assuntos que nem têm retorno ou abono maior, exceto para quem dá duro para vender o produto que, mesmo que seja de uso curto, tem ganho e angariado território bastante. Pena que não sejamos nós os gloriosos mas sim meros perdedores de terreno e nobreza. Enfim, venha quem vier, que seja por bem e para bem da ilha, da Região e da Pátria!
Entretanto deixo um ar de minha escrita rimada que tem um pouco (ou não) a ver com o estado das coisas de ilhéu e com o gosto de ser ilhoa colada às tradições terceirenses/açorianas (aZorianas).