Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
**********
Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

**********

Às festas da ILHA

20.01.15 | Rosa Silva ("Azoriana")

Ainda bem que há inverno
Para a gente descansar
Das festas que no externo
Fazem a gente trabalhar.

Ir ao mato buscar faias
Cedros e flores garridas;
Preparar nossas alfaias,
As alcatras e as bebidas.

De casa em casa com a saca
E uma lista na mão;
Há quem prefira dar uma vaca
Para esmolas e função.

É certo que o Carnaval
Já espreita com um sorriso,
Muito rente ao Natal
Faz-nos perder o juízo.

O que nos faz mais encanto
Como vinha a explicar
É enfeitar o Espírito Santo
Fazendo um alvo altar.

Pão, rosquilhas e "brindeiras",
Terço e alguns cantares,
No portal estão as bandeiras
Chamando gente aos lares.

Mas a festa continua
Na Terceira não se atrasa,
É ver o povo na rua
Ao toiro arrastando a asa.

Nas festas paroquiais
Que dão vista ao padroeiro
Enfeitam-se os arraiais
Com trabalho do ano inteiro.

Meus amigos podem crer
Que no meio disto tudo
O que na ilha faz mexer
É mesmo o nosso Entrudo.

Com os bailinhos e as danças,
Rimas, vozes e belos trajes,
Os que vão nestas andanças
Têm boa maquia das Lajes.

Porque as Lajes da Terceira
Pertencem ao Ramo Grande,
Ao redor da ilha inteira
É zona que mais se expande.

Não quero ofender amigos
Que são doutra localidade
Temos festivais antigos
Feitiço de Angra cidade.

As bravas festas de verão
Da saudade são calmantes
Trazem à ilha da Região
Os queridos emigrantes.

E agora vou descansar
De toda esta canseira...
Não vos canse festejar
As festas da ilha Terceira.

Rosa Silva ("Azoriana")

ESCRITA DE IMPROVISO (o que devo ser)

20.01.15 | Rosa Silva ("Azoriana")

[Dedicatória ao blogue “Cantigas ao Desafio e Cantorias”)

 

Cumprimento satisfeita
Quem a escrita quiser ler
Porque ela só foi feita
Com aquilo que sei fazer.

«Cantigas ao Desafio»
É um blogue conhecido
Que mesmo sem dar um pio
Muito verso tem erguido.

Por mim gosto de cantar
Sobre as teclas do teclado
Elas não sabem falar
Mas dão-me verso rimado.

Não posso dizer que canto
O que cantiga já é:
Ao escrever dou um tanto
Da rima da minha fé.

A fé de um cantador
Que de rimas se batiza
É dá-las seja onde for
À maneira que improvisa.

Eu canto mesmo a escrever
Ora façam lá as contas;
Decerto vão conhecer
Vozes em todas as pontas.

Cantam dedos no teclado,
Canta a alma açoriana
No verso que é legado
Pela Rosa Azoriana.

E se alguém quiser colher
As folhas do meu ofício
Basta que as queiram ler
Como fogo-de-artifício.

Meus amores pela rima
Nasceram com uma morte
E quando vêm ao de cima
Dão-me versos sempre à sorte.

Queiram agora desculpar
Esta rima assoalhada
Foi só pra me ouvir cantar
Mesmo que não cante nada.

Mas se me ouvirem cantar
Nalgum palco ou terreiro
Foi Deus que me quis levar
A dar verso hospitaleiro.

Seja em ímpar ou em par
O verso que canto agora
Serve p’ra finalizar
A escrita que não tem hora.

Rosa Silva (“Azoriana”)

Leia mais aqui: Cantigas ao Desafio e Cantorias, de Júlio Dinis