Mentira vs Verdade
A MENTIRA Uma mentira bem feita Rosa Silva |
A VERDADE A verdade é água pura ("Azoriana") |
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A MENTIRA Uma mentira bem feita Rosa Silva |
A VERDADE A verdade é água pura ("Azoriana") |
Ave Mãe que a Vossa Graça
Ao Romeiro dê conforto
Que qualquer rua ou praça
O leve sempre a bom porto.
O Senhor está convosco
E com Romeiro também
Jamais seu terço é tosco
Pra rezar à Santa Mãe.
Bendita entre as mulheres
E entre os seres que Vos amam
Fazei tudo o que puderes
Pelas preces que declamam.
Bendito o Filho Jesus
Que sofreu pra nos salvar
Só continua na Cruz
Quem não quer ressuscitar.
Santa Maria, Mãe de Deus
Rogo na minha oração
Protege os entes meus,
E toda a população.
Rogai por todos os tristes
Porque triste é o pecado
Mas de nós jamais desistes
Nem o Teu Filho amado.
Quero ter um eco forte
No fim desta romaria
P'ra rezar antes da morte
Uma doce AVE-MARIA!
Rosa Silva ("Azoriana")
Nota: Agradeço ao Coluna pela inspiração que me trouxe o seu lindo poema alusivo aos Romeiros.
Bom dia
Hoje estou com aquele sintoma que me apetece rir por tudo e por nada. Gaitadaria mesmo!
Apetece-me rir mas não pode ser de boca escancarada porque as crateras ficam à exposição pública. Basta um riso sonoro :)
Estou pasma com os tempos que correm cheios de novidades tristes e macabras. Uns porque sim, querem viver mas vivem psicologicamente anafados. Outros porque não, e zás pegam de si e vão embora de forma propriamente normal ou feita por suas próprias mãos.
Só questiono o porquê desta situação que nos rodeia a cada passo? Se é consequência da crise económica? Se é consequência de outras crises piores ainda? Pois, não sei que responda a tanta barafunda de mentes que, no fundo, precisam é de um grito maior que atordoe o ser e faça ver que afinal tudo isto que se vai passando na vida terrena é suportável para uns e o contrário para outros, que se fizeram mais frágeis perante as intempéries do dia-a-dia.
Basta de tanto adormecer a dor. Durma-se e pronto. Se uma noite não chega, peça-se para dormir quatro ou cinco até que se acorde com a cabeça limpa de mofo. Por experiência própria, nada melhor do que umas noites bem dormidas nem que seja a toque daquelas pastilhas que fazem a vida parecer bela porque mascaram a realidade.
Mas quando dormir não é o remédio para tapar as bocas famintas, há que ultrapassar o queixume e pôr mãos à obra diária e fazer das tripas coração, ao ponto de se esconder o mal que nos atormenta (se for passageiro ou melancólico apenas).
Em tempos idos, uns caldinhos de farinha e outros caldos curavam as mazelas de primeira instância ou sazonais. Hoje já nem se sabe fazer tais caldinhos. Recorre-se ao químico mais adequado e zás que se cure depressa seja o que for porque há que ter a janta a jeito de entornar no bucho.
Acham que estou deprimida?! Qual quê! Se fosse no tempo da outra senhora, ela me diria: Vá lá, precisas é de esfregar mais chão com escova e sabão azul e branco que isso passa-te! É verdade! Gastar as forças físicas (e psicológicas) é a melhor solução para quem entroniza uma depressão.
Lavar roupa à mão, varrer com vassoura, cavar com a enxada a terra para a sementeira, ajudar o próximo, etc, são atividades que curam qualquer mal-estar, salvo se existe doença física mesmo.
Quem está doente com temperaturas altas e sintomas reais e palpáveis deve ir ao médico… Ultimamente os serviços de saúde estão a abarrotar de gente com tais males que nem tem meios suficientes para escoar corredores e salas de espera. Enfim, acho que anda um mal geral a querer contradizer tudo o que escrevi acima.
Que venha umas bolas do rei Baco para a mesa e uns caldinhos para adormecer a dor seja ela qual for. (Por mim estou com dores de garganta q.b.)
Angra do Heroísmo, 25 de fevereiro de 2015.
Rosa Silva (“Azoriana”)
A seguir ao Carnaval
Espero não levarem a mal
Voltar ao tema outra vez.
É que enquanto há vida
Ela deve ser tecida
Com o melhor que se fez.
Com a maior simpatia
A homenagem neste dia
Vai na voz habitual.
Há pessoas tão queridas
Que dão tudo de suas vidas
Ao grandioso Carnaval.
Uma é o Ti Alcin'o
Que além de dançarino
Faz rir nosso pessoal.
Criador de rimas ricas
Risonhas e magníficas
Sexagenário do Carnaval.
Outra é o grande herói
Hélio Costa sempre foi
De assuntos escritor.
Saudações e despedidas
Foram tantas e seguidas
Tudo fez com muito Amor.
João Mendonça, o destemido,
Refinado e garantido
É seu dom carnavalesco.
Faz-nos rir com o seu jeito
Na sua arte é perfeito
Seu valor é gigantesco.
Mais podia homenagear
Não me canso de elogiar
Os artistas da Terceira.
Na escrita de maresia
Dá-nos beijos de poesia
Poeta Álamo Oliveira.
Elevo António Mendes
Outro ás que também tendes
Gosto pela sua arte.
É um vulto importante
Pró ilhéu e emigrante
Seu talento se reparte.
Perdão para quem não vem
Nesta onda que se tem
Por ser a melhor da ilha.
Todo aquele que escreve
A ilha também lhe deve
Homenagem de partilha.
Por todos tenho estima
Quando a taça da rima
É salutar e festeira.
Por isso é que eu amo
Dar-vos, com gosto, o que chamo
De Cheirinho da Terceira.
Rosa Silva ("Azoriana")
Nota: Foi para o ar no sábado, 21 de fevereiro de 2015, na "Voz dos Açores", de Euclides Álvares, na Rádio Portugal USA.
As rimas escondem dores
Nas cantigas de alegria
E voam pelos Açores
Como aves de folia.
Os versos são de sorriso
Espelhando a nossa alma
Com ares de improviso
Que nosso povo acalma.
São peças de alfenim
Coroadas de bom fundo
São maresias de cetim
Banhando o nosso mundo.
Sobe ao palco cada ano
A arte de velho e novo
O teatro açoriano
É popular, é do povo.
Rosa Silva (Azoriana"")